Desenhos japoneses não são minha praia. O último que assisti foi Os Cavaleiros do Zodíaco, e isso quando ainda passava na Manchete.
The Last – Naruto o Filme se trata do desfecho da saga mostrada na série televisiva. Passado dois anos após a batalha entre Naruto e Sasuke, o protagonista está curtindo sua vida, com um status de celebridade local, quando surge uma nova ameaça, Toneri Otsutsuki, descendente de Kaguya Otsutsuki, que passa a aproximar a Lua cada vez mais da Terra, causando uma série de desastres. Cabe a Naruto e seus amigos deterem o malfeitor e evitarem o fim do mundo.
Como ele se pretende ser o epílogo de uma longa história, é um produto feito para fãs e não para neófitos, do qual ele não serve como porta de entrada e não se dá ao trabalho de explicar coisas como a premissa básica, relação entre os personagens e origens dos poderes. Assim, isso dificulta muito meu trabalho, já que não tenho o repertório necessário para avaliar o todo, me restando apenas criticar The Last como obra fechada.
Nesse caso, mesmo relevando toda minha ignorância da história pregressa, dando um baita desconto nesse aspecto, ainda assim achei esse negócio bem chato, a ponto da música do elefantinho ficar tocando em loop na minha cabeça non stop. Digamos que se ele não é uma porta de entrada para seu universo, também não ajuda a criar o menor interesse em fazer um calouro querer ir atrás da história desde o começo.
Estão lá os principais elementos presentes em grande parte dos animês, como o senso de humor bobinho, bem infantil, uma história de amor bastante inocente, praticamente platônica, sem qualquer contato físico, as cenas de porrada cheias de magias, golpes especiais e luzes e até o vilão andrógino.
A técnica de animação em si é boa, superior a um desenho televisivo, mas não exatamente um primor em se tratando de animações para o cinema, mas é bem colorido e o design dos personagens é legal. O que pegou para mim foi mesmo o ritmo da narrativa.
Esse negócio é interminável, longo demais, arrastado, cheio de flashbacks que atravancam a condução da história, deixando-a paradona, e surpreendentemente com menos pancadaria do que eu esperava de uma animação japonesa sobre ninjas. As cenas de ação são muito espaçadas, o que torna tudo muito maçante no geral.
Definitivamente esse tal de Naruto não é para mim. Contudo, é possível que os fãs da franquia gostem deste The Last e o considerem um final digno para sua saga. A esses, pode ser que valha a pena o ingresso. Mas só a eles. Este não é um produto recomendado a não iniciados.