Spider-Man 2

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OBS: Esta resenha se refere à versão de PC, que é um jogo completamente diferente das versões lançadas para os consoles.

Esse jogo foi quase tão esperado por mim quanto o filme. O primeiro Spider-Man lançado pela Activision em 2001 era quase perfeito. Não fosse por um grave problema. A maior parte das fases do jogo se passa no esgoto, eliminando completamente todo o clima de Homem-Aranha que as fases que se passavam nos telhados criavam.

Esse problema prejudicava o jogo de forma tão clara que era quase óbvio de que seria arrumado no próximo jogo. E o próximo jogo veio logo, Spider-Man: The Movie, lançado seis meses depois. Esse problema realmente foi resolvido, mas outro mais grave ainda foi acrescentado: um grande número de fases Stealth. Novamente, a Activision continuou devendo um bom jogo do Homem-Aranha, que tivesse em toda sua extensão a emoção e diversão que as fases passadas nos telhados de Nova Iorque desses dois outros jogos rendiam ao jogador. Bom, não foi dessa vez.

Verdade seja dita, o jogo resolveu os problemas dos anteriores, mas acrescentou outros em algo que chamarei a partir de hoje de Síndrome Activision. Agora você não pode mais se balançar pela cidade, como nos outros jogos. Para fazer isso, você precisa procurar por algumas teias que ficam voando e que, não raro, são bem difíceis de serem encontradas para você poder ir para onde quer. Outro problema (que já vem dos outros jogos) é que praticamente todas as fases do jogo acontecem em lugares fechados. Será que é tão difícil de entender que para um jogo do Aranha ser bom, basta centrar as fases nos telhados da cidade? Os telhados podem apenas ser vistos entre as fases. Explico: entre uma fase e outra, você é colocado na cidade e deve ir para o local onde a próxima fase acontece, mais ou menos como no jogo
Mafia. Esses interlúdios até que são legais pois representam os momentos mais Homem-Aranha do jogo, embora não existam inimigos para serem presos ou espancados.

Claro que não é só de defeitos que o jogo é feito. Os gráficos são muito legais, o Homem-Aranha está perfeito, os cenários são legais e os chefes também. Os inimigos “genéricos”, por outro lado, não são tão legais, mas não chegam a atrapalhar. Os chefes, assim como no jogo do primeiro filme, não se limitam ao vilão do cinema (que aqui é o Doutor Octopus). Outros vilões secundários do gibi (que nunca apareceriam nos filmes) também estão presentes, como Puma, Rino e Mysterio (cuja fase é a mais legal do jogo). Outra coisa inegável é que é muito legal jogar com o Homem-Aranha, com seus pulos enormes e teias (que aqui são ilimitadas, pela primeira vez nos jogos do personagem). Até o sentido aranha está presente, em uma bem vinda citação a Dragon’s Lair e congêneres.

O som inclui a dublagem de Tobey Maguire, Alfred Molina e Kirsten Dunst (representando, obviamente, os mesmos personagens do filme), além de Bruce Campbell, que faz uma narração muito engraçada no início (e apenas no início) do jogo.

No geral, Spider-Man 2 não é ruim, mas o amigão da vizinhança merecia muito mais. Se você gosta do aracnídeo, vale a pena conhecer, mas a Activision ainda está devendo um jogo à altura do Aranha. E clique
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