Rush – Snakes & Arrows

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Depois de narrar uma das melhores noites da minha vida, aqui estou eu para falar de outra das minhas bandas favoritas. E a bola da vez é ninguém menos do que a melhor banda de rock progressivo da história. Estou falando, claro, do Rush.

Como estou meio sem criatividade, vamos direto ao alvo desta resenha: Snakes & Arrows Live, DVD que mostra a passagem da banda pela Holanda no show de divulgação do álbum homônimo.

O SHOW

Quero dizer, antes de tudo, que o Rush é uma banda que não parece se levar muito a sério, o que é bem legal. A descontração que os caras demonstram enquanto tocam aumenta muito o meu divertimento enquanto assisto ao show. E alguém há de concordar comigo: é bem mais legal ver uma banda tocar por que gosta do que ver uma que só toca por que é “obrigada” a fazê-lo.

Outra coisa que eu gosto muito nesses caras é o senso de humor. Ele já é evidente antes mesmo do show começar, em uma engraçadíssima cena de abertura (e em outras que vão aparecendo no decorrer da apresentação). O guitarrista Alex Lifeson desperta de um pesadelo no mínimo surreal, chamando por sua “querida”, mas quem acorda do lado dele é ninguém menos que Neil Peart (O.o). Susto dos dois lados, corta para o baixista Geddy “Mas que nariz grande você tem” Lee acordando em uma cozinha e se encontrando com… Geddy Lee, em uma versão escocesa do herói do baixo, que dá uma bronca em si mesmo, mandando o sujeito começar logo o show.

Depois de todo esse delírio é que a pancada sonora de fato começa. E já em grande estilo, com o alto astral de Limelight. Vejo que, nos pedais da guitarra de Alex, está um conjunto de Barbies simulando groupies, e isso me arranca uma risada. E se o delfonauta fã da banda gosta mesmo é dos clássicos, relaxe que eles não faltaram.

Logo no primeiro dos três discos, já encontrei quatro músicas que eu nunca tinha ouvido em versão ao vivo. Estão entre elas Digital Man, Entre Nous e a belíssima Mission. Circunstances e Between The Wheels vêm logo depois, intercaladas com algumas músicas do disco da turnê. O destaque fica para a instrumental The Main Monkey Business. A primeira parte do show finaliza com a tremendice de Secret Touch, Dreamline e a tradicional “pausa para os intervalos comerciais”.

O SHOW – PARTE II

Esta segunda parte do show é mais focada no repertório de Snakes & Arrows, o que não quer dizer que o ritmo do show caia. Logo de cara, Far Cry, de longe uma das performances mais enérgicas do show, já começa com Neil quebrando tudo em sua bateria (honestamente, acho que ele é içado por algum cabo pra entrar naquele set). O clima segue com a ótima Workin’ Them Angels e outras músicas do álbum, como Armor and Sword e Spindrift, até que chegam à emocionante Subdivisions e à não menos fantástica Natural Science.

Agora para tudo que vai começar o solo de bateria. Acho que ninguém aqui sabe, mas sou um baterista frustrado, e ver o mestre Neil Peart demonstrar tamanha afinidade com o instrumento me faz babar e ter raiva dele ao mesmo tempo. E claro, a clássica mistura das batucadas dele com algo do jazz está aqui também. Dizer que o sujeito toca muito é um pleonasmo de proporções homéricas, mas a gente pode se sentir a vontade para idolatrar o cara, né?

E vamos a outro fato inusitado deste show, que eu elegi para ser a chamada desta resenha. A descontração dos músicos no palco é tanta que, durante a tremendona The Spirit Of Radio, um frango entra no palco e podemos ver Neil sorrindo (pausa para uma exclamação). Pasme. Não estou dizendo que ele é um cara frio, apenas que ele é um cara tão centrado que nunca o vi sorrir, e isso me surpreendeu.

Termina a música, breve silêncio e, no telão, aparecem Kenny, Cartman, Kyle e Stan. Sim, a turma de South Park também é fã de Rush, o que renda uma divertida homenagem aos caras, com direito a um cosplay de Geddy Lee que você pode ver abaixo.

É exatamente com a apresentação de Tom Sawyer acima que termina o show normal, que ainda tem como bis One Little Victory, A Passage to Bangkok e YYZ.

OS EXTRAS

Os três discos deste show contêm extras. O terceiro apresenta algumas performances que não entraram no show principal, como Red Barchetta e 2112. Mas de todos, os que mais me fizeram rir foram o curta do primeiro DVD, que complementa a cena de abertura do show, e os erros de gravação do mesmo. Fala sério, esses caras são realmente hilários, e mesmo Neil Peart, que tem a maior fama de sério, racha de rir nesses erros.

CONCLUSÃO

Não vou me alongar mais. Só quero dizer que esse é um show obrigatório para qualquer fã da banda, e dou a nota e a honraria máxima deste site a ele, o Selo Delfiano Supremo. Agora com licença, vou assistir de novo.