Quando um Estranho Chama

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Agora é oficial. Os roteiristas hollywoodianos de filmes de terror/suspense não têm mais capacidade de ter uma mísera idéia original para um longa do gênero. Só mesmo isso para explicar o fundo do poço que é este Quando um Estranho Chama.

O filme é simplesmente um amontoado de tudo de pior que há nesse tipo de história. Traduzindo: todos – mas todos mesmo – os clichês que infestam as produções de terror nos últimos dez anos ocupam pouco menos de uma hora e meia de projeção. E sabe o que é pior? Trata-se de uma refilmagem de uma película de 1979. Não bastasse juntar todos os manjados lugares-comuns desse tipo de história, os caras nem se deram ao trabalho de pensar numa trama original, e por original falo de não ser baseada em outro filme, e não da qualidade do negócio.

A jovem colegial Jill Johnson (Camilla Belle, de O Mundo de Jack & Rose, péssima) vai fazer um bico de babá num casarão afastado da civilização. Não demora muito e ela começa a receber telefonemas de um engraçadinho que não tem o que fazer. O tempo passa, ela fica mais assustada e os telefonemas começam a ficar mais ameaçadores. Já adivinhou de onde o psicopata está ligando? Isso também não chega a ser uma surpresa, pois estava no trailer, mas alguém aí lembrou da seqüência inicial de Pânico? Pois é, Quando um Estranho Chama é essa cena (porém não com a mesma qualidade) esticada até encher o saco. E nada mais.

No longa temos o gato que sai de repente de trás da porta, a amiga que aparece do nada e a trilha sonora irritante que insiste em tentar criar tensão em momentos onde não está acontecendo nada (e onde você sabe que nada vai acontecer). A direção de Simon West (dos também horrorosos Con Air, A Filha do General e Lara Croft: Tomb Raider) é simplesmente amadora, cheia de câmeras na mão mal feitas para dar aquele “nervosismo” (me deu foi tédio) e a montagem “moderninha” (tá, essa última não é culpa só dele) só pra parecer bacana. Meu, deviam cassar a licença de cineasta deste elemento.

Acabo de me lembrar que estou sendo injusto, o filme não tem todos os clichês do cinema de terror, como disse anteriormente. Nesta obra inovadora você não vai ver os peitos da Camilla Belle. Olha só o que escolheram para não incluir no festival da falta de criatividade. Canalhas!

O único mérito de Quando um Estranho Chama é ser a primeira obra analisada por mim aqui no DELFOS a receber um redondo zero. Até agora, o único outro a alcançar tal façanha foi criticado pelo Corrales aqui. Meus parabéns ao filme pelo fato inédito. Só espero que ele não ganhe companhia tão cedo. Meus queridos roteiristas, vamos pôr o cérebro para funcionar?