Phantom – Psycho Minds

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Vou começar esta resenha com uma história: quando o disco Psycho Minds chegou aqui no Oráculo, eu imediatamente pensei que fosse um disco de thrash metal, algo na linha do Exodus ou do Kreator. Muito disso se deve à capa, que, por alguma razão, me lembrava essas duas bandas – e fiquei surpreso ao descobrir que o disco era bem mais do que um simples thrash.

Psycho Minds é o trabalho mais recente da banda curitibana Phantom, que conta com Rafael Valente nos vocais, Leandro Ramos na guitarra, Rafael Calmezini no baixo e Gregory Raphael na bateria. A banda, a despeito do que eu imaginava, traz um Metal verdadeiramente oxigenado, contando tanto com influências dos anos 80 quanto de bandas mais modernas, como Avenged Sevenfold e Linkin Park.Resumindo, a verdade é que Psycho Minds mescla tanto elementos antigos quanto novos, fazendo uma mistura deveras interessante, e que funciona muito bem na maior parte das vezes.

Apesar disso, tenho que dizer que nem tudo funciona perfeitamente. As guitarras, por exemplo, soavam agudas demais para mim, e em alguns momentos a interpretação do vocalista Rafael Valente não se encaixava muito bem com a música. Contudo, ainda que momentos mais fracos existam, eles não apagam o brilho que o álbum possui na maior parte do tempo. Quer entender direitinho? Vamos ao faixa a faixa.

Após a intro Broadcast, o disco começa com Abduction, que é pesada, mas bastante cadenciada, e se segue com Hard Like Steel, que intercala versos lentos com um pré-refrão acelerado. As primeiras músicas do álbum me surpreenderam negativamente, pois não estão no mesmo nível das que vêm depois, e mereciam ser melhor trabalhadas. O grande problema delas é elas serem bastante irregulares, com muitos momentos fracos. Porém, tenho que admitir que daqui para frente o disco apenas melhora.

Na sequência vem Free Will.Ela é uma daquelas baladas pesadas que todo headbanger gosta, e me lembrou de leve o clima da música Victim, do Avenged Sevenfold. A canção é bastante equilibrada, contando com linhas vocais e de guitarra excepcionais. Em seguida vem Kill N Run, que começa com um ótimo riff e uma linha de bateria ainda melhor, sendo bastante direta e com vocais rasgados àLinkin Park. Essa foi a música que ganhou um clipe da banda, e eu deixei aí embaixo para você conferir. Vale a pena, de verdade.

A que se segue é Warned, que, apesar de começar com mais um ótimo riff e possuir o melhor refrão de todo o álbum, peca pelo excesso. Digo isso pois a linha de guitarra, por ter muitas nuances durante o verso e o pré-refrão, acaba encobrindo a melodia vocal, o que não aconteceria se ela fosse mais simples. Já Traveler é uma balada que lembra tanto as baladas mais famosas do Avenged Sevenfold quanto as do Metallica. Dou destaque aqui ao trabalho do vocalista Rafael Valente, que evita exageros e conduz a faixa de maneira bastante competente.

Queen of Darkness é a mais longa do álbum, mas apesar disso não é tão experimental. A sua levada lenta e arrastada traz um clima denso que só é quebrado nos últimos dois minutos, quando ela subitamente fica rápida. Fazendo um excelente contraste com Queen of Darkness, vem Agent of Chaos,que é extremamente rápida e equilibrada, evoluindo de uma maneira tão fluida que eu nem me senti resenhando um disco, mas sim em um show da banda. Por fim, temos Hope, que mantém o alto nível e finaliza o álbum muito bem, com um dos melhores refrões do disco.

Psycho Minds é um álbum bastante consistente, que possui ótimos momentos e flui de uma maneira bem natural. Ainda que possua momentos mais fracos, é notável o trabalho que a banda teve para mesclar tantas influências de forma tão competente. Não vou recomendar o disco por ser de uma banda brasileira, tampouco por ser heavy metal isso ou aquilo – vou recomendá-lo porque ele é realmente bom. Simples assim.