A tripulação da Enterprise desbravou o espaço, a fronteira final, na telinha da TV durante três temporadas da série clássica e duas do desenho animado. Nenhuma fez muito sucesso à época de sua exibição, mas todo mundo conhece a história: nas reprises posteriores, o público finalmente descobriu a série, ela virou cult, e seu criador, Gene Roddenberry, decidiu fazer uma nova tentativa de revitalizá-la, desta vez em outra mídia, o cinema.
E nele a franquia se deu muito bem, virando uma cinessérie de muito sucesso e ótimas bilheterias, o que inclusive possibilitou a produção de novas séries televisivas estreladas por diferentes tripulações. Tudo bem, nem tudo foram passeios espaciais acompanhados de belas alienígenas exóticas acompanhadas de alimentos que ainda nem existem, e Jornada nas Estrelas no cinema arcou com a famigerada “maldição dos filmes ímpares” (a qual dita que todas as películas de números ímpares da série são sempre ruins, ao contrário das de números pares, que são sempre boas). Até hoje já são 12 longas metragens (contando já com o novo Além da Escuridão – Star Trek) e muitos milhões de dólares nos bolsos dos envolvidos. Isso, claro, sem contar as muitas horas de diversão oferecidas aos fãs.
Nesta matéria, apresento uma análise de todos os filmes da série, contando curiosidades, e fatos divertidos. E claro, dou minha avaliação de cada um. Fica também o aviso: há possíveis spoilers salpicados por toda a matéria. Mas considerando que a maioria destes filmes já tem idade para beber e dirigir (não nessa ordem, por favor), você deveria ter vergonha de não tê-los assistido! Shame on you! Então se junte a mim e nos transportemos para a Enterprise versão tela de cinema. Vamos lá:
JORNADA NAS ESTRELAS – O FILME (Star Trek: The Motion Picture – EUA – 1979)
A ideia inicial da Paramount (estúdio dono da marca) era produzir uma nova série de TV chamada Star Trek Phase II, mostrando o segundo ano da missão de cinco anos da tripulação clássica da Enterprise. O projeto não vingou, mas decidiram levar as aventuras de Kirk, Spock e companhia para o cinema.
Com um orçamento generoso, coisa que a série original nunca teve, e dirigido pelo veterano Robert Wise (O Dia em que a Terra Parou, Amor, Sublime Amor, A Noviça Rebelde), percebe-se o deslumbre com a nova situação financeira e a imponência da telona do cinema. Cheio de lentos closes e planos de detalhe de cada parte da Enterprise, ela nunca foi tão fetichizada quanto neste filme. E infelizmente acabaram esquecendo de todo o resto.
Chato, arrastado, desnecessariamente longo, com uma história besta e uma péssima escolha de figurinos (os uniformes da tripulação parecem pijamas. Se bem que seria legal viajar pelo espaço de pijama…) é responsável por inaugurar a maldição dos filmes ímpares da franquia. De bom mesmo, só a excelente música tema de Jerry Goldsmith, da qual Gene Roddenberry gostou tanto que voltou a utilizá-la como tema da série Jornada nas Estrelas – A Nova Geração.
Uma estreia nada promissora, mas que capitalizou em cima da nostalgia do público das reprises do seriado de TV, ávido por ver uma aventura inédita após tantos anos, e gerou lucro suficiente para uma continuação.
Nota: 1,5
JORNADA NAS ESTRELAS II – A IRA DE KHAN (Star Trek II: The Wrath of Khan – EUA – 1982)
Felizmente, resolveram corrigir tudo de errado que havia no primeiro filme para esta nova aventura, e o resultado é aquele que 9,75 entre 10 fãs de Jornada consideram o melhor filme da saga. Sob a batuta do diretor Nicholas Meyer, que havia dirigido o bacana Um Século em 43 Minutos, inicia uma trilogia com os dois próximos longas e faz ligação direta com a série de TV, resgatando o vilão Khan Noonien Singh (Ricardo Montalban e seu peitoral impressionante para um sujeito de idade avançada), do episódio Space Seed da primeira temporada, um humano aprimorado geneticamente e com muita sede de vingança após o Capitão Kirk tê-lo exilado num planeta distante.
Há furos de roteiro. Por exemplo,Chekov é quem encontra e reconhece Khan pela primeira vez, mas ele só entrou para o elenco do seriado na segunda temporada. Fãs mais ardorosos argumentam que o personagem poderia já existir, fazer parte da tripulação e apenas não ter sido mostrado antes, daí ele saber quem é Khan, o que faz lá seu sentido. A opção de dar um filho ao Capitão Kirk também encontrou sua parcela de descontentes. Mas o filme tem toda a ação que faltou ao seu antecessor. Sem contar uma das maiores cargas dramáticas de toda a saga, como esta:
O que gerou inúmeras paródias ao longo dos anos, sendo que as de Seinfeld são facilmente as melhores:
Isso sem falar do sacrifício de Spock ao final (isso não é um spoiler, pois todo nerd que se preza sabe disso!). Obrigatório para fãs da saga e de ficção científica no geral.
Nota: 5
JORNADA NAS ESTRELAS III – À PROCURA DE SPOCK (Star Trek III: The Search for Spock – EUA – 1984)
Leonard Nimoy sempre teve um caso de amor e ódio com Spock, ressentindo-se várias vezes por ter ficado marcado para sempre como o personagem. O cara chegou a escrever uma biografia chamada Eu Não Sou Spock! Por isso insistiu para que o personagem morresse no filme anterior, pois não planejava voltar a interpretá-lo. Foi preciso muita conversa (e grana) para que aceitasse voltar a usar as orelhas pontudas e fazer a saudação vulcana.
Ele concordou, com duas condições. A primeira é que ele aparecesse pouco nesse filme (o que de fato acontece, Nimoy/Spock só vai aparecer perto do final). E a segunda é que ele assumisse o posto de diretor, fazendo aqui sua estreia atrás das câmeras em longas-metragens.
Na trama, o pai de Spock diz a Kirk que ele fez uma grande burrada ao deixar o corpo do amigo no planeta Genesis, pois há um antigo ritual vulcano capaz de religar seu corpo à alma (a qual está no local mais improvável de todos, dentro do Dr. McCoy), ressuscitando-o. Kirk não pensa duas vezes, reúne sua turma e leva a Enterprise, sem autorização, para buscar o corpo de seu imediato e levá-lo a Vulcano. No caminho, os klingons, liderados por um sério e quase irreconhecível Christopher Lloyd, vão encher o saco.
Em minha opinião, este é o filme ímpar que quebra a maldição. Em comparação com o segundo e o quarto, é de fato o pior da trilogia, mas é um bom longa, a milhas de distância em termos de qualidade dos outros exemplares ímpares. A exceção da regra.
Ah, antes que eu me esqueça: Leonard Nimoy depois escreveu outra biografia, esta intitulada Eu Sou Spock. Que sujeito mais bipolar.
Nota: 3,5
JORNADA NAS ESTRELAS IV – A VOLTA PARA CASA (Star Trek IV: The Voyage Home – EUA – 1986)
Nimoy novamente dirige este que fecha a trilogia iniciada em A Ira de Khan. Surpreende por dois motivos. Para começar, é o único filme da série no qual a tripulação não viaja na Enterprise, e sim na Ave de Rapina klingon que eles afanaram no filme anterior. E também é o mais cômico de toda a série, cheio de momentos deliciosamente fanfarrões, sendo o mais leve e descontraído de todos eles.
Na trama, a tripulação tem de voltar no tempo, até a São Francisco dos anos 1980, para resgatar um casal de baleias de uma espécie já extinta no futuro deles, pois seu canto é a única forma de comunicação com uma sonda espacial alienígena que ameaça destruir a Terra se não obter alguma resposta a seu chamado.
O humor, como você pode imaginar, vem justamente dos homens do futuro tentando passar despercebidos e se ajustar ao passado. Kirk e Spock (com uma roupa espalhafatosa) andando de metrô, Scotty tentando se comunicar com um PC e Chekov, em plena Guerra Fria, perguntando com carregado sotaque soviético a transeuntes incautos onde poderia encontrar submarinos nucleares garantem as risadas neste que é outro dos melhores filmes da saga.
Nota: 4,5
JORNADA NAS ESTRELAS V – A ÚLTIMA FRONTEIRA (Star Trek V: The Final Frontier – EUA – 1989)
Se Leonard Nimoy, o Sr. Spock, poderia dirigir um filme da franquia (no caso, dois), então certamente o Capitão James Tiberius Kirk também poderia. O horror, delfonauta, o horror! Egotrip total de William Shatner, que dirige como atua (mal pra caramba), o quinto filme de Star Trek é sem sombra de dúvida o mais tosco deles.
A trama sem pé nem cabeça apresenta um meio-irmão de Spock que nunca havia sido mencionado antes e sequestra a Enterprise para ir atrás de ninguém menos que o próprio Deus. E, para completar, Nichelle Nichols paga mico, à época aos 57 anos de idade, com a famigerada dança sensual décadas atrasada da Tenente Uhura.
Para completar a desgraça, todos os filmes anteriores tiveram seus efeitos especiais produzidos pela tremendona Industrial Light & Magic, exceto este, pois os caras estavam com a agenda cheia, cuidando dos efeitos de Os Caça-Fantasmas 2 e Indiana Jones e a Última Cruzada. Como resultado, todos os efeitos deste filme são bem ruins, acrescentando à aura trash da produção.
Com tudo isso contra, não podia dar outra. A Última Fronteira foi o único filme de Jornada nas Estrelas a ser indicado para um Framboesa de Ouro de pior filme. Fuja dessa desgraça.
Nota: 0,5
JORNADA NAS ESTRELAS VI – A TERRA DESCONHECIDA (Star Trek VI: The Undiscovered Country – EUA – 1991)
O quinto e horroroso filme não poderia ser a despedida da tripulação da série original, seria muito triste sair de cena daquela maneira. Sendo assim, resolveram fazer mais um longa com os velhinhos, para dar-lhes a despedida que mereciam. Ainda bem.
Nicholas Meyer volta ao posto de diretor e, se A Terra Desconhecida não é tão bom quanto A Ira de Khan, ainda assim é um último filme mais do que digno para a tripulação mais famosa da Frota Estelar.
A trama, ainda por cima, muda um dos grandes elementos da série, ao finalmente instituir a paz entre os klingons e a Frota Estelar. Mas antes disso, Kirk e McCoy são envolvidos numa conspiração, acusados de matar o Alto Chanceler Klingon e mandados para o xilindró. Cabe a Spock, Uhura, Chekov e Scotty resgatar os dois e descobrir a verdade.
Aqui, Sulu não faz mais parte da tripulação, tendo sido promovido a capitão de sua própria nave, mas claro que ele volta para dar uma força aos antigos companheiros.
Como curiosidade, esse foi o primeiro Jornada que assisti no cinema, e nunca me esqueci da cena onde Kirk briga com um alien enorme na colônia penal e vence dando-lhe um reles chute nos joelhos. Confuso, pergunta-se o que aconteceu e outra alienígena lhe explica que nem todos os seres possuem os genitais no mesmo lugar que os humanos… Clássico.
Nota: 4
JORNADA NAS ESTRELAS – GENERATIONS (Star Trek: Generations – EUA – 1994)
Com os integrantes da série original já tendo ido e voltado inúmeras vezes a onde ninguém jamais esteve e em idades avançadas demais para viver movimentadas aventuras espaciais, a saga precisava tomar um novo caminho, e nada mais natural que passar o bastão para a tripulação da série A Nova Geração, afinal, esta se tornou tão popular quanto a original no coração dos fãs e foi muito mais bem sucedida, tendo durado sete temporadas contra as três da original.
E o filme capitaliza justamente na passada de bastão, pois promove nada menos que o encontro entre os dois capitães mais adorados da franquia. Mesmo que A Nova Geração se passe várias décadas após as aventuras de Kirk e Spock, os roteiristas deram um jeito de promover o encontro. Scotty e Chekov também aparecem no começo do filme para ganhar os últimos trocados.
Na trama capitaneada por David Carson, que havia dirigido vários episódios das séries A Nova Geração e A Nova Missão/Deep Space Nine, um cientista louco (Malcolm McDowell) ameaça destruir milhões de vidas ao abrir uma matriz espacial ou qualquer bobagem do tipo. Para detê-lo, o Capitão Jean-Luc Picard vai contar com a ajuda da lenda-viva James T. Kirk.
Aí você pensa “uau, Kirk e Picard juntos no mesmo filme. Vai ser um orgasmo nerd”. E então se dá conta de que este é o sétimo filme de Star Trek e a maldição ataca novamente. A história é besta, o pessoal da Nova Geração não parece à vontade em seu próprio filme e, a maior polêmica de todas, Kirk sofre uma morte bastante indigna para um personagem de seu porte, tão querido pelos fãs. Todo mundo sempre achou que o digníssimo capitão cafajeste empacotaria durante uma orgia com mulheres alienígenas de pele verde, mas os trekkies tiveram de se contentar com uma reles queda de ponte mesmo. Decepcionante.
Nota: 2,5
JORNADA NAS ESTRELAS – PRIMEIRO CONTATO (Star Trek: First Contact – EUA – 1996)
Aqui aconteceu exatamente a mesma coisa que sucedeu entre Jornada nas Estrelas – O Filme e A Ira de Khan. Não somente a nova produção ganhou melhores efeitos especiais e figurinos, assim como muito mais ação, como também uma trama com inimigos saídos diretamente da série de TV. Neste caso, os borgs, uma raça de zumbis alienígenas tecnorgânicos que funcionam em consciência coletiva. Ah, sim, e ainda há viagem no tempo no meio de tudo isso.
O legal desse filme, dirigido por Jonathan Frakes, o Comandante Riker, é ver o sempre diplomático e cordial Jean-Luc Picard perdendo as estribeiras e virando um herói de ação, afinal, ele tem uma conta ou outra a acertar com os borgs depois que estes o assimilaram num dos melhores arcos da série de TV.
Sem dúvida, o melhor filme estrelado pela tripulação de A Nova Geração. Durante anos, considerei este o melhor Star Trek de todos, até reassistir a A Ira de Khan algum tempo atrás. Agora, considero Primeiro Contato o segundo melhor. Ainda é uma posição de respeito.
Nota: 5
JORNADA NAS ESTRELAS – INSURREIÇÃO (Star Trek: Insurrection – EUA – 1998)
As coisas pareciam animadoras no universo cinematográfico de Star Trek. Após o início ruim, o elenco de A Nova Geração conseguiu fazer de forma bem sucedida a transição para o cinema com um excelente filme que foi sucesso de bilheteria. Eis que a maldição dos números ímpares ataca novamente, tã-tã-tãããã!!!
Mesmo com Jonathan Frakes de volta à direção, nosso querido William Riker não conseguiu fazer nada melhor que um episódio fraco e estendido da série de TV na tela grande.
Praticamente o oposto de tudo que Primeiro Contato foi, Insurreição é tão chinfrim que nem chega a ser ruim de fato, apenas muito esquecível. Para se ter uma ideia, reassisti a todos os 10 filmes antes do reboot em 2009 e Insurreição é o único do qual não consigo me lembrar de absolutamente nada.
Nota: 1
NÊMESIS (Star Trek: Nemesis – EUA – 2002)
Lançado em época de baixa para a franquia (a série Enterprise, que ia ao ar à época, não andava bem de audiência), muita gente brincou que a maldição dos filmes ímpares se alastrou finalmente para os filmes pares, visto que o décimo longa também é bem decepcionante.
Mesmo tentando focar mais na ação e com efeitos especiais caprichados, isso nunca foi o grande chamariz de um bom Star Trek. E a história, essa sim uma das principais características da marca, com mais um plano nefasto e repetitivo dos romulanos, não empolgou ninguém.
A coisa estava tão feia que aqui no Brasil o longa foi batizado apenas de Nêmesis, como se a distribuidora sentisse vergonha de botar o título Jornada nas Estrelas no nome de seu produto. Uma triste despedida cinematográfica (em saldo negativo de três filmes ruins contra um bom) para o elenco de A Nova Geração, que merecia ter saído de cena como seus antecessores, com um longa tão bom quanto A Terra Desconhecida. Mas não deu, e isso é uma pena.
Nota: 2
STAR TREK (idem – EUA/Alemanha – 2009)
A franquia Jornada nas Estrelas estava praticamente morta na segunda metade dos anos 2000. O fracasso de público e crítica de Nêmesis no cinema e o cancelamento da série de TV Enterprise após quatro temporadas (quando até a muito pior Voyager teve sete) pela primeira vez deixou a marca sem nenhum produto em evidência em nenhuma das duas mídias. Algo precisava ser feito, e rápido.
E como estamos na era dos reboots/remakes/reinvenções, foi exatamente essa a saída encontrada para revitalizar a série. Sob a batuta de J.J. Abrams, sujeito cheio de experiência na televisão, mas que no cinema só havia dirigido Missão: Impossível 3, Star Trek, agora em inglês mesmo, porque esse negócio de reforço de marca é outra praga moderna, encontrou um caminho muito interessante.
Aproveitando-se do tema das realidades alternativas, um elemento sempre explorado nas séries de TV de Jornada, ele poderia fazer um necessário reboot da história da tripulação clássica sem desconsiderar tudo que foi feito antes, o que certamente agradou muito os fãs das antigas.
E também conseguiu injetar muito mais ação e humor, elementos que, embora tenham sido ressaltados em um ou outro filme, como já vimos nessa lista, nunca havia sido o forte da franquia, que sempre primou mais pelo desenvolvimento da história e o lado mais ficção científica pura. Com esses elementos balanceados, criou uma nova e empolgante série, cuja estreia até faturou o glorioso Selo Delfiano Supremo, quebrando, agora sem qualquer sombra de dúvida, a nefasta maldição que tanto prejudicou seus filmes ímpares.
Nota: 5
Vale ressaltar, todos os onze filmes foram lançados no Brasil em DVD e Blu-Ray e vira e mexe muitos deles são exibidos em canais a cabo, como o Telecine, que de vez em quando até faz algumas maratonas, com vários dos longas exibidos em sequência. Quem não assistiu, vale a pena correr atrás. Se tudo mais falhar, a Argentina está logo aí do lado.
E depois dessa grande análise sobre nada menos que onze filmes, não resta mais nada a fazer a não ser ajustar phasers para tonteio e correr para o cinema mais próximo para conferir Além da Escuridão – Star Trek. Nos vemos lá, e que a força esteja com você.
NÃO DEIXE DE LER NOSSAS OUTRAS MATÉRIAS TREKKERS:
– Star Trek: A resenha do reboot de J.J. Abrams.
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– As séries de Star Trek: Conheça ou relembre todas as séries de Jornada nas Estrelas.
– Além da Escuridão – Star Trek: Khaaaan!