O Poder e a Lei

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Eu adoro filmes de tribunal, daqueles com altas discussões, cheios de argumentos mirabolantes. Tipo o tremendão 12 Homens e uma Sentença, sabe? Deve ser porque eu adoro diálogos bens construídos.

Isso foi exatamente o que me atraiu em O Poder e a Lei. Aqui conhecemos um cliente acusado de estupro e agressão. A princípio, o moleque se diz inocente, mas aos poucos vai ficando claro que ele é culpado, e não apenas desses crimes. Isso deixa o protagonista de mãos atadas, pois sabe que não pode entregá-lo, mas ao mesmo tempo quer que ele queime nas barras das cadeias do Inferno.

E se eu procurava diálogos tremendões, foi exatamente o que encontrei. O Poder e a Lei tem um monte daqueles momentos com os advogados tentando convencer o júri e eles não fazem feio. É muito legal ver como o cara cria, ao mesmo tempo, uma defesa e uma acusação. E é exatamente isso que me leva ao ponto negativo.

O primeiro ato é todo dedicado a mostrar como o protagonista é sem escrúpulos e só está interessado em faturar alto, nem que para isso tenha que enganar os clientes. Assim, de onde veio toda essa moral? Faltou uma construção aí, uma transformação mais apropriada que fizesse o cara passar de um canalha para um sujeito bonzinho.

Ou simplesmente poderiam ter escolhido o caminho mais fácil e fazer o cara ser um advogado sem vácuo moral, tal qual o Matt Murdock, desde o início. Afinal, seria igualmente interessante ver como o Demolidor se sairia ao aceitar um cliente que acredita ser inocente apenas para descobrir depois que ele é culpado de crimes hediondos.

De qualquer forma, O Poder e a Lei cumpre o que promete. É um bom filme de tribunal, que vale o ingresso e entretém durante toda sua duração.