O Dia em que a Terra Parou

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Vou tentar ser rápido, pois eles estão chegando e o tempo é da essência (isso não faz sentido). A Jennifer Connely é uma cientista abduzida pelo governo estadunidense para tentar impedir a colisão de um meteoro enorme em Manhattan. Logo, descobrem que na verdade se trata de uma nave, e dela sai um ET que parece uma versão envelhecida do Ted (o amigo do Bill).

Como sempre, os estadunidenses não demoram a declarar guerra ao bichinho. Algum tempo depois, no hospital, o alien pede para falar com os líderes da Terra, mas, ao invés de atender seu pedido, o governo estadunidense decide agir como sempre agiu e interrogá-lo como se estivesse planejando colidir sua espaçonave com algum edifício importante. A partir daí, o sonho de consumo do Rezek leva o sonho de consumo das delfonautas femininas para vários lugares, tentando descobrir quais são suas intenções para com o nosso planetinha.

Demora bastante, mas finalmente descobrimos suas intenções – e é a partir daí que o longa tem seus melhores momentos, com ótimos diálogos ecológicos e até algumas referências bíblicas que seriam muito mais fortes se tivessem sido mantidas no subtexto. Aliás, o personagem do Keanu Reeves é basicamente uma versão cinematográfica do Surfista Prateado. E, considerando que este é um remake de um filme de 1951, é bem provável que o original tenha até inspirado Stan Lee a criar seu personagem preferido.

Tudo até funciona bem, e eu estava pronto para presentear este longa com quatro alfredos e meio. Porém, no final, tudo desanda. Para começar, temos aquele clichê da “criança que quase morre, mesmo todo mundo sabendo que ela não vai morrer”. Sobre o resto, tenho um comentário spoilerento, então se quiser encarar o estragão como um cavaleiro medieval abençoado pelo Vento Preto, seleciona aí embaixo:

O alien vem à Terra para salvar o planeta dos seres humanos. Depois de um monte de clichezadas, ele se convence que somos capazes de mudar e simplesmente vira as costas e vai embora. O final ficaria bem mais interessante se ele baseasse sua decisão em uma conversa com líderes, não apenas no amor da Jennifer pelo seu filhote e pela beleza da música de Bach.

No final das contas, O Dia em que a Terra Parou é um filme mediano, bom a maior parte do tempo, mas se perde feio no último ato. É uma pena, pois pela proposta poderia ser muito mais.

Curiosidades:

– Rola aqui uma ponta do eterno Monty Python John Cleese que, apesar de não ser nem um pouco engraçada, é bem interessante e poderia render mais.

– Jaden Smith, o filho da Jeniféria Corna é, na verdade, o pimpolho do Will Smith. E dá para perceber, pois ele é quase um mini-me do Men in Black. Pena que não herdou também os dotes interpretativos do sujeito.

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