Não Por Acaso

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No release deste filme consta a seguinte frase, atribuída ao produtor Fernando Meirelles: “Não Por Acaso conta uma história inteligente, de uma forma inteligente, mas assessível (sic) a um público maior do que o de filmes de arte”.

Primeiro ponto: normalmente, nada do que está escrito em releases ajuda a determinar a qualidade de um filme, visto que são todos iguais, dando a entender que o longa em questão é a obra máxima da carreira de todos os envolvidos, mesmo que seja um comercial para TV. :-/

Segundo ponto: o que esperar de uma frase que fala sobre inteligência mas que, ao mesmo tempo escreve acessível errado? Talvez aquela inteligência de burro, manja? Sabe quando um cara de QI abaixo da média começa a falar sobre aborto, voto ou até mesmo defender uma banda repetindo os mesmos argumentos de sempre? É mais ou menos por aí.

De qualquer forma, a frase em questão define bem o que eu espero de qualquer filme, já que gosto de roteiros inteligentes, contudo sem chegar ao ponto de “órfão em busca do seu balão branco”. Isso, somado à sinopse aparentemente interessante, até chegou a me animar para assistir ao dito-cujo.

Infelizmente, logo de cara já vi que aquilo seria deveras chato. E pior, muito menos interessante do que a sinopse me fez presumir. Mas vamos a ela: Rodrigo Santoro é um carinha que acredita que a vida é feito de acontecimentos facilmente previsíveis. Leonardo Medeiros idem. Só que uma tragédia está prestes a acontecer na vida dos dois, deixando-os completamente desprevenidos e forçando-os a improvisar.

São duas histórias completamente independentes, embora semelhantes. Infelizmente, nenhuma delas é suficientemente interessante, nem aparenta o embasamento intelectual que se espera de algo digno daquela frase do release (se relevarmos o grosseiro erro de português).

Assim, no final das contas, o mais legal em Não Por Acaso é apenas o fato de ele ter sido filmado em várias locações de São Paulo, dando um passatempo para aqueles que conhecem a cidade (tipo reconhecer os locais). Infelizmente, isso é muito pouco para valer um ingresso de cinema, já que, pela mesma quantia, é possível ir pessoalmente para boa parte dos lugares retratados no filme.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
nao-por-acasoPaís: Brasil<br> Ano: 2007<br> Roteiro: Philippe Barcinski, Fabiana Werneck Barcinski e Eugênio Puppo.<br> Produtor: Fernando Meirelles, Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck.<br> Diretor: Philippe Barcinski<br>