Megadeth – United Abominations

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O Megadeth sempre tratou de temas polêmicos em suas músicas e a grande parte de seus fãs sequer dá importância a isso, mesmo estes temas aparecendo muito claramente em clássicos como: Peace Sells… But Who’s Buying?, Hook In Mouth e Holy Wars…. The Punishment Due. Mais uma vez, Dave Mustaine faz questão de atacar o sistema que falhou.

Os fãs aguardam, desde o contestado “fim” do Megadeth em 2002, um álbum com o mesmo punch e características do começo de carreira (cinco clássicos seguidos não são pra qualquer banda). O último álbum, The System Has Failed, trazia uma mistura de Thrash com Heavy Metal de primeira linha, que segue neste novo álbum.

Dave Mustaine (vocal e guitarra) vem acompanhado de Shawn Drover (bateria), James Lomenzo (baixo) e Glen Drover (guitarra), praticamente a mesma formação que passou pelo Brasil há pouco mais de um ano, com exceção do baixista.

Sleepwalker,começa suave até dar passagem a um riff básico e impactante, abrindo caminho para a pancadaria tradicional, com um refrão mediano, uma ponte empolgante e um bonito (e rápido) solo. Boa escolha para abertura do álbum, apesar de um tema bobo: Mustaine disse querer assustar alguns jornalistas que só falam bobagens pela internet.

Washington Is Next!, a primeira música revelada aos fãs, já começa rápida e vai levando seu ritmo cavalgado, cantada por Mustaine de forma revoltada. Sua letra aparentemente narra uma “queda” de Washington (leia-se todos os EUA) pelos mesmos mecanismos que usou para derrubar nações. Tem um solo inspirado, relembrando os tempos de Countdown To Extinction e tem uma batida tribal seguida de um barulho deveras irritante encerrando a música.

Never Walk Alone …A Call to Arms: (lembrei do Manowar por causa do título) essa inicia com um riff bem heavy tradicional levando a um refrão bem melódico, o solo dessa música… ah o solo! São daqueles que emocionam (nada meloso, só um discreto feeling mesmo) no começo e disparam de vez no final. Questão de segundos, mas que deixam a música mais legal.

United Abominations: a faixa título já vem com aquelas vozes de rádio/tv (aparece durante toda a música) levada a uma batida empolgante e cada vez mais rápida, dando em um refrão simples e ritmado que me lembrou Symphony of Destruction e um solo digno do Thrash do auge da carreira.

Gears of War: uma das primeiras músicas ouvidas ao vivo, começa em um solo com clima sombrio (huuuuu) e dá-lhe rifferama! Gears of War, Gears of War, Gears of War repetido à exaustão, um solo bonito e progressivo (progressivo no sentido de evoluir e não de se parecer com Pink Floyd).

Blessed Are the Dead: Aquele clima de palmas, só na bateria e baixo, para os shows vai evoluindo para um riff pesado e básico. Esta é uma música com clima “descontraído”, com parada pro refrão e continua bem. Solos inspirados.

Pray for Blood: riff inicial com a cara do Pantera (pode até ser uma homenagem a Dimebag Darrel), baixo marcante, solos levemente viajantes e riffs nervosos (que expressão vééééia!), percebe-se alguns teclados ao fundo da música. É curta, mas chama atenção pela sua agressividade e objetividade.

A Tout le Monde (Set Me Free): se você já ouviu falar em Megadeth, você conhece essa música. Ela foi lançada em 1994, no álbum Youthanasia, só que nessa regravação conta com um delicioso diferencial, a participação da bambina Cristina Sccabia (vocalista do Lacuna Coil) e com direito a novo videoclipe e tudo mais, a música ficou mais acessível que a original, porém sem grandes modificações. (Nota: a música original chamou muita atenção da mídia em setembro passado por ter sido usada como mais um caso de ‘inspiração’ para uma chacina em Montreal, Canadá).

Amerikhastan: com um começo diferente, Mustaine praticamente declamando os versos da música. Um riff agradável e melódico vai levando a canção. A temática, como o próprio nome diz, é sobre todo o circo envolvendo a obsessão estadunidense com o Oriente Médio. Fecha com um solo matador.

You’re Dead: começo bem pesado, numa melodia envolvente. Essa música tem quebradas de ritmo evidentes, prendendo o ouvinte até chegarem os solos. Rápida e energética, leva ao delírio quem gosta de Heavy assim, alternando momentos rápidos e cadenciados no final.

Burnt Ice: encerra o disco de forma pesada, com um bom riff, levada constante, solos maníacos e partes rápidas, lembrando a ótima She Wolf. Uma performance competente da banda toda, enfim disparado o ultimo petardo na cabeça!

Olhando a capa do disco, que foi mostrada há algum tempo, ela como sempre tem a ver com a idéia do álbum, porém não é tão chamativa como as antigas (com exceção da capa do estranhamente diferente Risk). Achei a capa do promo muito mais significativa e legal, apesar de ser simples, dá uma conferida ai em baixo.

Enfim, este é um álbum bem homogêneo e bem agradável de se ouvir. Provavelmente não será o último do Megadeth, como Mustaine tem declarado e é uma evolução em relação aos anteriores. Se você não gostou tanto deles, confira este, pois você pode mudar de idéia sobre a nova formação. Só não aguarde um novo Rust In Peace.

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