Marvel Ultimate Alliance Bundle é um remaster bem preguiçoso

0

Lançado em 2006, Marvel Ultimate Alliance não ganhou uma resenha especialmente positiva do DELFOS. No entanto, sua proposta de ser um Diablo habitado pelos heróis e vilões da Marvel agradou o público e a imprensa especializada e rendeu até uma continuação, que saiu em 2009.

O primeiro jogo conta uma história original, na qual o Doutor Destino reúne uma cacetada de vilões sob a alcunha de “Masters of Evil” para tornar realidade um plano mirabolante. Para isso, os principais heróis da editora se reúnem na Aliança Definitiva, e o jogador pode controlar times montados por quatro heróis, que podem ser alternados livremente.

Já o segundo segue fielmente a história da série Guerra Civil, aquela mesma que virou recentemente um filme do Capitão América. Este pacote inclui os dois jogos e os personagens adicionais lançados para a continuação. Os DLCs do original, que eram exclusivos de Xbox 360, não estão inclusos.

O TEMPO É CRUEL

Alguns jogos da geração passada ou de duas gerações atrás ainda se seguram bem hoje em dia. É o caso de Gears of War, God of War e Uncharted.

Todos esses, no entanto, são jogos que estavam na vanguarda da diversão eletrônica de suas épocas. Não é o caso de Marvel Ultimate Alliance, que já em seu lançamento era um pastiche de Diablo licenciado com personagens da Marvel. Isso não significa que eles eram ruins. Muita gente gostou deles. Porém, jogando hoje, é claro como um copo de Coca-Cola sem gás que seu design está preso ao passado.

Para começar, não existem autosaves e você pode salvar só em pontos específicos. Pelo menos não é necessário usar um item para salvar, mas ter que fazer isso manualmente ao completar uma fase força a amizade.

O visual, embora o pacote divulgue estar turbinado, é bastante não atraente, com cenários repetitivos e sem nada interessante, personagens pequenos e pouco detalhados. Em alguns momentos, você encontra personagens grandes, como o Galactus ou o Vigia, mas estes são ainda mais feios e quadradões. O som está em 7.1, mas a mixagem não está correta, fazendo sair pelas caixinhas de trás sons que deveriam estar na frente e vice-versa.

Além disso, há muitos problemas técnicos. Os personagens empacam no chão com uma frequência absurda (tipo dezenas de vezes por hora), o som some ocasionalmente e, quando você tira um herói do time e volta para ele mais tarde, a configuração dos seus poderes não estará mais como você deixou. Ah, e é comum os NPCs ficarem fazendo coisas como correndo na direção das paredes.

Alguns remasters, como Gears of War Ultimate Edition, são feitos com tamanho capricho que fazem o jogo parecer ser da geração atual. Outros, como é o caso deste, lembram de hábitos e problemas irritantes dos games do passado. Simplesmente é um trabalho preguiçoso, basicamente um port do jogo que já conhecemos, sem melhoras significativas e até incluindo alguns bugs novos.

UMA ALIANÇA DEFINITIVA

Sobra o jogo em si, que até é divertidinho. Assim, não dá para comparar com Diablo 3, mas há uma quantidade absurda de heróis por aqui e eles têm poderes apropriados e diferentes. Há aqueles mais porradeiros, como o Wolverine, e outros que brilham atacando à distância, como o Homem-Aranha. Os tiros de teia do aracnídeo são um poder que já está liberado no início do jogo e que você ainda vai utilizar na batalha contra o chefe final. Para saber mais sobre Marvel Ultimate Alliance, recomendo ler nossa resenha completa, publicada na época do lançamento. Os remasters podem ser comprados separadamente ou juntos em um pacote.

Algumas pessoas evitam jogar jogos antigos para não terem sua memória deles afetada. É o caso de Marvel Ultimate Alliance. A maioria das pessoas que gostou dele no passado e que venha a jogá-lo agora verá muito mais falhas do que se lembrava, e ao mesmo tempo ele é muito datado e não recebeu um tratamento carinhoso neste relacionamento para dar liga com um novo público que, pelo mesmo preço, pode comprar Uncharted 4.

A cópia utilizada neste review foi cedida pela Activision.

Galeria