Magneto – O Mestre do Magnetismo

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Finalmente chega ao fim o monopólio do Cyrino sobre a seção Tremendões. Como ele já teve o prazer de escrever sobre o Darth Vader, minha estréia será com outro dos meus personagens preferidos, ninguém menos do que Erik Magnus Lensherr, mais conhecido como Magneto, o mestre do magnetismo e presença certa em qualquer lista de melhores vilões feitas por pessoas que já leram alguma HQ da Marvel na vida.

Existem divergências sobre as origens familiares de Erik. Em algumas revistas, ele é mostrado como sendo descendente de ciganos, em outras, como judeu (eu prefiro essa, pois acho que um background judaico deixa sua história ainda melhor). Independente do seu histórico familiar, Lensherr viu nazistas assassinando não apenas sua família, mas também destruindo toda a sua vila.

Como um sobrevivente de campos de concentração, o futuro tremendão vive atormentado por acreditar que poderia ter evitado essas desgraças caso seus poderes mutantes tivessem se manifestado antes. Por isso, ele jurou que essas atrocidades feitas pelos capangas contratados de Hitler jamais se repetiriam contra a raça mutante. E ele está disposto a qualquer esforço, mesmo letal, para evitar isso. Seus poderes de controlar o magnetismo se tornariam muito úteis em sua missão.

Ainda jovem, fez amizade com um outro mutante, um telepata muito poderoso chamado Charles Xavier. Ambos muito inteligentes e cultos, além de ricos, tentavam encontrar uma forma de diminuir o preconceito contra sua raça e fazer todos os seres humanos conviverem em paz no mundo. Juntos, saíram pelo mundo recrutando mutantes com o objetivo de ensiná-los a dominar seus poderes e reintegrá-los à sociedade. Assim surgiu a Irmandade de Mutantes. “Dentro desses muros, temos crianças com o poder de solucionar a crise energética, reescrever as leis da física e eliminar a fome mundial ao cabo de uma única geração. Oferecemos esses serviços tanto ao governo quanto à industria, mas ambos se mostraram pouco interessados em comprometer seu frágil status quo”, são palavras de Xavier em uma história que relata o relacionamento entre os dois publicada originalmente em Ultimate X-Men 25 e aqui no Brasil em Marvel Millenium: Homem-Aranha 22.

Combinando os conhecimentos e poderes de ambos, construíram o Cérebro, uma máquina capaz de ampliar os poderes de Xavier e permitir que ele localize qualquer mutante no mundo.

Em alguns anos, os ideais de Erik começaram a se distanciar dos originais. Por causa de uma série de motivos, Erik foi ficando cada vez mais ambicioso e, em uma de suas discussões com Charles, declarou, na mesma história citada acima: “Como ousa me descrever como imoral, seu homenzinho pusilânime? Imoral é ficar de braços cruzados e assistir a uma espécie aniquilar a si mesma e aos outros ao seu redor. Imoral é preferir não agir quando tem nas mãos o poder de criar a perfeição”. Temos que admitir que sua lógica faz sentido.

Pouco depois, o relacionamento já se tornou insustentável, até que Charles resolveu atacar Erik e continuar seu empreendimento sozinho. Lensher, obviamente, considerou isso uma traição e, controlando mentalmente um pedaço de ferro, perfurou a coluna de Xavier, tornando-o paralítico para o resto da vida. Agora Charles buscaria a paz entre as raças. Já Erik lutaria pela superioridade mutante. Assim, se livrou de seus últimos resquícios humanos e abandonou de vez toda a sua herança, incluindo seu nome. De agora em diante, aceitaria ser chamado apenas pelo seu nome mutante: Magneto.

Para aqueles que manjam um pouquinho de história, já devem ter reparado que o relacionamento entre Xavier e Magneto tem suas semelhanças com dois líderes da vida real: Martin Luther King Jr. e Malcolm X. Para os que não sabem, Martin Luther King era a favor da paz entre negros e brancos. Malcolm X, por outro lado, não se misturava com essa gentalha (os brancos) e não queria paz coisa nenhuma. A meu ver, Malcolm X era um babaca, já Magneto se diferencia dele pelo simples fato de que considera a raça humana em seu todo inferior, uma doença em nosso planeta e eu, de certa forma, concordo com isso.

Voltando ao tremendão da vez, apesar de tudo indicar que qualquer afeto que existiu entre os dois mutantes mais poderosos do mundo sumiu, Xavier e Magneto mantiveram relações amigáveis, na medida do possível. É muito comum termos histórias onde os dois conversam como se nada tivesse mudado em seu relacionamento. Na verdade, ainda são dois amigos, apenas com ideologias diferentes. Eles sempre se tratam com adjetivos do tipo “meu melhor amigo” ou “meu amigo mais antigo”, o que demonstra que eles ainda se consideram bastante.

Aliás, também não é incomum as duas equipes (a de Magneto e a de Xavier) se aliarem contra um inimigo comum. É o caso da história clássica Deus Ama, o Homem Mata, que serviu de base para o filme X2, por exemplo. Inclusive também teve uma época em que Magneto se tornou o líder dos X-Men, substituindo temporariamente o Professor X.

Magneto é um daqueles vilões que, embora seja terrível, tem muito carisma e é querido por muita gente. Isso se deve ao fato de que ele não é mau simplesmente por ser mau. Ele tem uma ideologia e acredita que o que ele faz está certo. Não o faz por maldade, mas por acreditar que esse é o caminho para o mundo que considera ideal.

Sua carreira é repleta de atos tremendões. Para começar, Magneto foi capaz de humilhar o preferido de todo mundo, o Wolverine, e tirar seu esqueleto de adamantium (que é um metal) de dentro do corpo do mutante canadense, deixando-o quase indefeso.

Em uma história já antiga, o governo mundial irradiou uma camada magnética para manter nosso amigo fora da terra. Grande engano. Como se uma simples camada fosse afetar o mestre do magnetismo. Para ensinar uma lição a esses bastardos ignorantes, Magneto gerou um pulso eletro-magnético tão potente que desligou todos as máquinas do nosso planeta. A contagem de mortes decorrentes disso nunca foi divulgada, mas é sensato dizer que chegou a centenas de milhares, já que máquinas de hospitais foram desligadas, aviões caíram e tudo mais que você consegue imaginar. Provavelmente teve gente até que não conseguiu assistir Seinfeld (NÃÃÃÃÃOOOO!). Como Magneto é um tremendão, contudo, ele percebeu que essa atitude o aproximaria a tiranos como Hitler, o que sempre temeu que acontecesse, mas seu orgulho não deixou que a petulância dos seres humanos passasse sem punição.

Outro momento deveras tremendo do dito-cujo e que deixa bem claro o motivo pelo qual gosto dele é quando, ao fazer uma transmissão direcionada a todos os seres humanos, exclamou: “Vou tentar ser breve, pois odeio falar com vocês, humanos. Me sinto como se estivesse conversando com sapos ou com minhocas”. Cá entre nós, quem nunca se sentiu assim?

Também vale a pena citar os filmes. Extremamente bem interpretado pelo também tremendão Ian McKellen (que interpretou também o Gandalf, outro tremendão), o Magneto dos filmes capturou muito bem a essência do personagem. A fuga da prisão, no segundo filme, é digna de nota. Para os que não se lembram, ele manipula o ferro do sangue de um dos guardas e cria pequenas bolinhas que usa como balas para destruir a sua prisão de plástico e depois para criar plataformas que o permitam atravessar o abismo que o separa da saída. Essa é daquelas cenas que fez os olhos de tudo que é nerd que se preze brilhar ao assistir a esse filme, perdendo talvez apenas para a primeira cena do ataque do Noturno (mais um tremendão, aliás). E aqui cabe a pergunta: uma coisa que nunca entendi é porque Magneto é capaz de voar. Alguém saberia me explicar?

Claro que não é apenas de momentos embasbacantes que sua carreira é feita, afinal, vilões sempre acabam derrotados. Um de seus momentos mais vergonhosos foi quando, em sua versão Ultimate, após ser derrotado pelos X-Men, teve sua memória apagada por Charles Xavier e passou a viver entre os mortais como uma pessoa normal. Xavier, como ainda o considerava bastante, eventualmente ia ao parque onde Magneto passeava e conversava com seu ex-amigo, que não tinha idéia de quem tinha sido. Numa dessas conversas, o Magneto desmemoriado admite ser um grande fã das obras de Xavier e diz que acredita na paz entre humanos e mutantes. O fato de o mestre do magnetismo ter dito isto por vontade própria, sem nenhuma manipulação mental, emocionou Charles a ponto de este ceder às lagrimas e conseguir, assim, forças para continuar sua escola que estava passando por momentos difíceis. Viu só? Até os momentos menos tremendões do Magneto são mais tremendões do que os melhores momentos de personagens como o Ciclope, por exemplo.

Assim terminamos esta homenagem a um dos vilões mais cativantes da história. E vamos torcer para que seja, no terceiro filme dos mutantes, tão tremendão como sempre foi.

Curiosidade: sua primeira aparição foi em Uncanny X-Men 1.

Momento mais tremendão: Eu ficaria entre o discurso “Humanos=sapos” ou entre a fuga da prisão do segundo filme.

Momento menos tremendão: Sem dúvida ter sua memória apagada por seu melhor amigo não é algo lisonjeiro. Mas até aí, ter deixado o dito-cujo paralítico também não foi uma atitude digna de amizade.

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