O delfonauta conhece alguma série que teve um segundo capítulo fraco, mas que se recuperou no terceiro? Pois é, eu também não. Shrek, por exemplo, teve uma segunda parte fantástica, mas uma terceira bem mé. Madagascar começou muito bem, mas a segunda parte, apesar do início hilário, perde totalmente o fôlego. Será que Madagascar 3 será o primeiro terceiro capítulo a superar o segundo?
Na terceira parte da aventura dos gigantes de Nova Iorque, nossos animais muito doidos preferidos, ainda tentando voltar para casa, vão parar na Europa. Lá, eles vão arranjar muitas confusões, e inclusive serão caçadas por uma mulher deveras pintuda do controle de animais francês que, para piorar, é obcecada por ter uma cabeça de leão pendurada em sua parede de cabeças decepadas. A única forma que eles encontram para escapar dali e chegar aos EUA é se juntando a um circo de animais, onde um é mais maluco que o outro.
O prognóstico não parecia muito positivo, mas admito que quando o logo da Dreamworks apareceu e uma música maior legal começou a tocar, eu dei uma animada. A empolgação logo foi cruelmente castrada quando os personagens começaram a falar, e eu vi que a exibição seria dublada.
Em nenhum momento Madagascar 3 chega a ser tão hilariante quanto o primeiro ou quanto os primeiros minutos do segundo. Ele é, no entanto, mais regular. Não tem nenhum momento que parece se alastrar por horas sem fim, como acontece nas partes tristes do segundo. E tem piadas em quantidade e qualidade suficiente para deixar o filme divertido o tempo todo, mesmo nos momentos em que ele tenta ser dramático.
Isso porque Madagascar tem, possivelmente, o grupo de personagens mais divertido da animação. Os pinguins psicopatas continuam roubando a cena sempre que aparecem e o Rei Julien continua bem engraçado. Até o Marty e o Alex, que costumavam arrastar o filme para baixo, estão mais divertidos por aqui.
E ainda temos um monte de gente nova. Os cachorrinhos fofinhos que não querem ser fofinhos são provavelmente a adição mais engraçada, mas o leão marinho também diverte bastante. O tigre Vitaly, apesar de estrelar os maiores clichês do filme, também tem bons momentos. Não dá para não rir com o efeito sonoro de quando ele atravessa a argola. Na verdade é tanto personagem divertido que dá a sensação de que alguns dos protagonistas aparecem muito pouco. O Melman e a Glória, por exemplo, são praticamente pontas aqui.
Além disso, Madagascar 3 é um deleite visual. Sem dúvida, um dos filmes mais belos da história, tanto pelo design sensacional dos personagens (que sempre foi excelente), mas por uma direção de arte belíssima e extremamente colorida. Até os efeitos 3D são legais, e chegam até a valer o premium do ingresso quatro-olhos.
O problema mesmo é a historinha batida e cheia de clichês. Os personagens garantem a diversão, e chega a dar dó de pensar o estrago que roteiristas criativos ou com liberdade para criar fariam com essa turminha. Mas pelo menos temos aqui um filme mais coeso e divertido do que a irregular segunda parte. Vale o ingresso e você vai se divertir bastante, mas não espere algo com a qualidade do primeiro. Isso poucos desenhos conseguem atingir.
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