Irmãs

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Devo admitir que eu nunca fui um grande fã da turminha de comediantes oriundas do Saturday Night Live. Não vejo muita graça no programa semanal onde eles começam a carreira e normalmente os filmes feitos por essa galerinha não me marcam muito.

Isso mudou quando da estreia da sitcom 30 Rock, criada e protagonizada pela Tina Fey e com um elenco composto quase que completamente de ex-membros do SNL. Até o programa dentro do programa, chamado TGS, é uma alusão clara ao SNL.

Humor altamente nerd e inteligente, beirando o nonsense e somado a metalinguagem é uma fórmula de sucesso entre delfianos e delfonautas e considero 30 Rock uma das melhores e mais engraçadas séries de comédia da última década. Para mim, ela está lado a lado com Scrubs, embora ambas sejam bem diferentes e Scrubs siga um caminho mais emocional em seu humor.

Pouco depois de 30 Rock, estreou Parks and Recreation, dessa vez com a colega de SNL da Tina Fey, Amy Poehler (além de vários outros comediantes do programa semanal). Essa nunca me agradou tanto, mas eu sei que ela é bem querida por muita gente que lê o DELFOS.

Duas colegas de SNL que seguiram caminhos distintos e que agradaram bastante o público nerd com seus “projetos solo” agora voltam a trabalhar juntas em Irmãs, que estreia esta semana nos cinemas tupiniquins.

E adivinha só, em Irmãs, Tina e Amy fazem o papel de irmãs. Pausa para a sua cara de espanto.

Pelas mamas de Afrodite!

Amy é a mais nova e responsável, enquanto Tina é a festeira perdida na vida. Acontece que os pais das moças decidem vender a casa na qual cresceram e pedem para as raparigas passarem por ali para arrumar as tranqueiras do quarto que dividiam.

Inconformadas com a cara de pau dos pais, que venderam a propriedade sem consultá-las, elas resolvem organizar uma festança, chamando boa parte das pessoas com quem estudaram e cresceram, agora a maior parte deles casados e com filhos.

O que começa como uma reunião de adultos contida logo vai descambar para as altas confusões. E altas são as confusões, meu amigo. Elas terão sorte se a casa ainda estiver de pé ao final da noite – e do filme.

Apesar de ser protagonizado por duas moças de alta credibilidade nerd, o que temos aqui pende mais para uma típica comédia feita pela turminha do Saturday Night Live (incluindo um elenco composto quase que exclusivamente de pessoas que passaram por ali). Tem sexo, tem palavrões, tem álcool. Como toda boa festa.

E festa não é exatamente algo nerd, a não ser que seja regada a refrigerantes e D20, então não espere referências, nonsense ou toda a inteligência que temos em 30 Rock e Parks & Recreation. O negócio aqui tem um apelo bem mais abrangente, e com isso se torna menos interessante para nós.

Por outro lado, a dupla de protagonistas parece estar se divertindo deveras no filme. Dá a impressão de que elas são, se não irmãs, pelo menos amigas bem próximas, que gostam de trabalhar juntas e têm a chance de voltar a fazer isso depois de um tempo.

Talvez por isso mesmo, o filme só se destaque pela dupla de protagonistas, mais do que por seu roteiro, direção ou mesmo pelas piadas. Tirando o fato de ser o longa que reuniu Tina Fey e Amy Poehler novamente, o que temos aqui pende fortemente para um filme nada.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
irmasPaís: EUA<br> Ano: 2015<br> Duração: 118 minutos<br> Roteiro: Paula Pell<br> Elenco: Tina Fey, Amy Poehler, Maya Rudolph, James Brolin e John Leguizamo.<br> Diretor: Jason Moore<br> Distribuidor: Universal<br>