Em 2010, a companhia de petróleo BP causou um vazamento épico de petróleo no Golfo do México, motivado pela ganância de executivos que ignoraram os sinais da natureza de que aquilo ia dar popô. Horizonte Profundo conta essa história.
O filme, ao contrário da imensa maioria, se divide em duas metades. A primeira metade desenvolve os personagens (você identifica os mocinhos pela existência de uma filhinha) e prepara todo o esquema para o vazamento, que acontece na segunda metade.
Os diálogos são bem técnicos e admito que o argumento do vilão interpretado pelo John Malkovich faz sentido. Ainda assim, do alto da minha ignorância petroleira, saí do cinema sabendo tão pouco do que realmente aconteceu lá do que antes.
Isso porque o filme de fato não desenvolve muito além do que já sabíamos. Ok, o negócio vazou. Desastre ecológico. Ganância humana. Tudo isso está na fita, mas pouco além disso.
A segunda metade acaba virando quase um filme de ação, cheio de efeitos especiais e explosões dignas de um Testosterona Total. E como a cabine foi no Imax, eu pude admirar toda a gama de expressões interpretativas do Marky Mark.
Sem falar do som poderoso, pois cada explosão tremia as poltronas. Ainda assim, devo dizer que não me envolvi muito em nenhum momento.
A direção me chamou a atenção, mas talvez não pelos melhores motivos. Acontece que o diretor Peter Berg opta por usar closes bem fechados com bastante frequência. Algumas vezes tão fechado que você só vê dos olhos à boca. Isso não é comum em cinema, pois a maioria das pessoas tem medo de uma cabeça de vários metros. Em Imax, então, acho que hoje eu vou dormir com sonhos confusos e irritados.
Na real, ao longo de toda a projeção, eu só me lembrava dos discursos do presidente da BP na sátira que o South Park fez na época do acidente.
E por isso, delfonauta, eu sinto muito (fazendo carinho num cachorrinho).