Homem-Aranha

0

O Espetacular Homem-Aranha estreia amanhã, prometendo revelar a tal da “história não contada”. A nossa resenha você já leu semana passada. Agora, nós aqui no DELFOS resolvemos completar a coleção de resenhas aracnídeas com a única que faltava (simplesmente porque o site ainda não existia na época) e falar sobre a história já contada para servir de aquecimento antes de você assistir ao novo filme este final de semana. Isso mesmo, estou falando de Homem-Aranha, a primeira produção, o início da trilogia de Sam Raimi. E para isso, nada melhor que dar um mergulho no túnel do tempo. Cara, isso ficou parecendo chamada do Videoshow!

O AMIGÃO DA VIZINHANÇA

Puxa, dez anos já se passaram, mas parece que foi ontem mesmo que assisti ao filme. Talvez porque eu o tenha assistido de novo ontem para escrever esta resenha, mas estava me referindo à primeira vez. Lembro-me de sair correndo da faculdade assim que a aula acabou, arrastando dois amigos a um multiplex próximo para pegar a primeira sessão no dia da estreia, num distante 17 de maio de 2002 (obrigado, IMDB).

A vontade de ver o Aranha pela primeira vez na tela do cinema era tanta que até o almoço acabou tendo de esperar pelo fim do filme. Hoje em dia não troco a hora da bóia nem se a Mary Jane caísse de paraquedas no meu colo. Bem, estou exagerando, se isso acontecesse dava pra rolar um bem-bolado, mas enfim.

Desde então, já o reassisti mais algumas vezes, em DVD ou na TV, incluindo mais uma para escrever esta resenha. E toda vez que o revejo, as memórias descritas no parágrafo acima sempre me vêm à mente, aliadas à euforia que senti da primeira vez, ao constatar que era um ótimo filme. E continua sendo.

No fim das contas, esse é o grande poder de qualquer bom filme, despertar boas memórias e sensações. E tornar a reavivá-las quando se assiste de novo. Homem-Aranha sobreviveu muito bem ao teste do tempo (até porque nem faz tanto tempo assim), o que faz com que eu não entenda a necessidade de um reboot tão cedo…

ESCALADOR DE PAREDES

A história todo mundo já conhece. Temos aqui a origem do personagem. Aliás, este é um dos filmes que estabeleceu o padrão de qualidade para histórias de origem em adaptações de HQs. É só ver que todas as produções posteriores de qualquer nova franquia não fogem muito da toada apresentada aqui. Ou seja, foi uma fórmula que deu certo.

O filme cobre o período de transição do fim da adolescência de Peter ao início de sua vida adulta, pegando o personagem saindo do ensino médio e começando sua vida em Nova Iorque. No meio disso, é picado pela aranha geneticamente alterada, descobre como usar seus poderes, enfrenta o Duende Verde e invariavelmente descobre que, com grandes poderes, vêm grandes ruivas com bacon, ou algo parecido. Afinal, este lema é tão pouco repetido nas HQs e nos filmes que fica até difícil lembrar como é.

Como disse antes, ainda me divirto muito com o filme toda vez que o assisto. A origem ficou legal, o elenco é bom, sou fã da direção de Sam Raimi (o qual, de fato, era o homem certo para a franquia. E, aliás, eu não o culpo pelo terceiro filme) e há muitos bons momentos.

A cena da ponte, fazendo referência à Morte de Gwen Stacy e a violenta luta que se segue com o Duende Verde são momentos que marcaram, bem como o estiloso confronto no prédio em chamas, com direito até a câmera lenta.

Talvez tenha faltado a este exemplar um pouco mais de humor, uma das características mais marcantes do personagem. Ele até tem momentos engraçados, mas em doses homeopáticas. Visto que os outros dois filmes exploram muito mais este lado cômico, acredito que diretor e roteirista tenham ficado meio “engessados” com a grande responsabilidade (sacou? Este lema realmente é útil!) de criar uma franquia lucrativa. E talvez por isso tenham optado por diminuir a margem de erros e limitaram as piadas a um mínimo. Mas estou conjecturando, é claro.

CABEÇA DE TEIA

A meu ver, o longa possui três defeitos que sempre me incomodam. O primeiro são os efeitos especiais. Já eram ruins para a época, hoje em dia são ainda mais toscos. O ápice dessa falta de qualidade está na primeira vez que o Aranha entra em ação, ainda com o uniforme improvisado. Assista e comprove, o negócio parece uma cutscene de um jogo de PlayStation 1. Felizmente, os efeitos melhoraram horrores nos dois longas posteriores, mas aqui, de fato, a coisa é feia.

Outro é a famigerada roupa de Power Ranger do Duende Verde. Sei que fazer algo mais parecido com os quadrinhos certamente não funcionaria, mas não consigo acreditar que o designer de figurinos não tenha conseguido oferecer opções melhores do que a que foi para as telas. Pô, a roupa do Aranha ficou idêntica às HQs, certamente tinham capacidade de caprichar mais com seu principal arquiinimigo.

A última é mais picuinha da minha parte, mas me incomoda. Um dos principais aspectos negativos dos filmes de Sam Raimi são erros gritantes de continuidade. Erro de continuidade todo filme possui, é natural e, na maioria das vezes, só os caçadores de piolhos notam. Nos filmes de Raimi, são tão exagerados que até os mais desligados percebem.

Homem-Aranha não é exceção e tem algumas coisas bem feias, como um abajur que Peter acabou de quebrar reaparecer inteiro no lugar na tomada seguinte. É o tipo de coisa que um continuísta com um pouco mais de cuidado jamais deixaria passar. Mas do jeito que está, parece que a função ficou com algum amigo do diretor, mais por camaradagem do que por merecimento.

Mas enfim, estes são os três aspectos negativos na minha avaliação, que atrapalham um pouco a apreciação, mas não chegam a comprometer quando somados aos aspectos positivos.

O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA. OPA, ESSE JÁ É OUTRO FILME…

Homem-Aranha, para mim, ainda é uma das melhores adaptações de HQs de super-heróis para as telonas, mesmo com a enxurrada de novas produções que estreou nos últimos dez anos. E embora o segundo longa seja superior e o melhor da franquia (no momento em que escrevo esta resenha, ainda não assisti ao novo filme), o primeiro não fica muito atrás.

Ele mostrou como apresentar o personagem para um novo público, ao mesmo tempo agradando aos fãs de longa data, e entregando um ótimo filme de ação no processo. É uma grande responsabilidade. Mas você conhece o ditado, com grandes poderes…

OUTRAS ESPETACULARES MATÉRIAS SOBRE O ARANHA:

Os espetaculares filmes:

O Espetacular Homem-Aranha
Homem-Aranha 3
– O DVD de Homem-Aranha 3
Homem-Aranha 2
– DVD: Os novos DVDs do Amigão da Vizinhança

Os nem sempre espetaculares games:

Os Jogos do Homem-Aranha
Ultimate Spider-Man
Spider-Man 2
Spider-Man: Shattered Dimensions

A espetacular literatura e outros:

– Clássicos: A Morte de Gwen Stacy
– Tremendões:Peter Parker, o Homem-Aranha
Homem-Aranha 2: Adaptação Oficial do filme
A Origem Ultimate do Carnificina
A Origem Ultimate do Venom
Reflexões Aracnídeas
As Tiras do Homem-Aranha
O Casamento do Homem-Aranha
Guerras Secretas

Estas são apenas algumas matérias sobre o Homem-Aranha escolhidas a dedo no acervo de mais de 14 mil matérias publicadas no DELFOS nos últimos oito anos. Se você quer ainda mais, é só clicar na palavra-chave “Homem-Aranha” aí embaixo para ler a lista de tudo que publicamos sobre o herói.

Galeria

REVER GERAL
Nota
Artigo anteriorTierramystica: novidades e mais um vídeo da gravação do novo álbum
Próximo artigoKiko Loureiro lança clipe do single Conflicted
Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
homem-aranhaPaís: EUA<br> Ano: 2002<br> Gênero: Ação<br> Duração: 121 minutos<br> Roteiro: David Koepp<br> Elenco: Tobey Maguire, Willem Dafoe, Kirsten Dunst, James Franco, Cliff Robertson, Rosemary Harris, J. K. Simmons, Elizabeth Banks, Ted Raimi e Bruce Campbell.<br> Diretor: Sam Raimi<br> Distribuidor: Sony<br>