Hackers continuam atacando e invadem até a Sega

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Delfonauta, a coisa está feia. Depois da Sony e da Nintendo, muitas outras empresas começaram a ser hackeadas nestas últimas duas semanas. Hoje, a Sega confirmou um novo ataque, e agora vamos a um resumo sobre todos esses evil monkeys gamísticos. Preciso lembrar de perguntar ao Corrales se ele já desistiu dos games como o hobby preferido dele.

Sega, Electronic Arts/BioWare, Eidos Montreal (da Square Enix), Bethesda, Epic Games, CCP Games, Minecraft: todos esses confirmaram a invasão de hackers. Na maioria dos casos, houve roubo de informação de e-mails e algumas vezes até de senhas, nomes, endereços e telefones. Holy fuck!

A responsável por quase todos os ataques é a LulzSec (Lulz Security). Apenas alguns ainda não tiveram a culpa desse grupo confirmados, como o da Sega. No geral, as empresas estão soltando os comunicados após pouco tempo dos ataques e também tirando os sites do ar.

Não há uma justificativa certa do grupo para o aumento do número de ataques, mas pouco antes dessas empresas serem abordadas, houve uma notícia no Gamespot e em outros veículos de que alguns hackers que participaram do ataque contra a PSN teriam sido presos.

Das considerações, temos algumas muito importantes: se a LulzSec quiser invadir, ela vai conseguir. Com todos esses ataques, é seguro dizer que a segurança dessas empresas contra invasões não é tão segura assim.

Uma das mais polêmicas invasões foi feita contra a Bethesda. O grupo ameaçou a empresa de divulgar todos os dados roubados caso ela não atendesse duas exigências: divulgar mais informações do jogo The Elder Scrolls V: Skyrim e também fazer um chapéu oficial da LulzSec para o jogo. Depois de um tempo, ela liberou um arquivo de Torrent com supostamente todos os dados adquiridos, menos dos usuários.

As invasões de hackers nestas grandes empresas (inclusive fora do mundo dos games, como o senado dos EUA e a PBS, the Public Broadcasting Service), além dos vazamentos da WikiLeaks, fizeram a OTAN se pronunciar contra os hackers, dizendo que eles são uma ameaça à sociedade.

O grupo Anonymous se manifestou e, bem, basicamente chutou as bolas da OTAN. A mensagem foi traduzida e saiu em português em vários veículos. Se tiver um tempo, leia. A mensagem é enorme, mas vale a pena:

Saudações, amigos da Otan. Nós somos a Anonymous
Em uma recente publicação, vocês destacaram o Anonymous como ameaça ao ‘governo e ao povo’. Vocês também alegaram que sigilo é ‘um mal necessário’ e que transparência nem sempre é o caminho certo a seguir.

O Anonymous gostaria de lembrá-los que o governo e o povo são, ao contrário do que dizem os supostos fundamentos da ‘democracia’, entidades distintas com objetivos e desejos conflitantes, às vezes. A posição do Anonymous é a de que, quando há um conflito de interesses entre o governo e as pessoas, é a vontade do povo que deve prevalecer. A única ameaça que a transparência oferece aos governos é a ameaça da capacidade de os governos agirem de uma forma que as pessoas discordariam, sem ter que arcar com as consequências democráticas e a responsabilização por tal comportamento.

Seu próprio relatório cita um perfeito exemplo disso, o ataque do Anonymous à HBGary (empresa de tecnologia ligada ao governo norte-americano). Se a HBGary estava agindo em nome da segurança ou do ganho militar é irrelevante – suas ações foram ilegais e moralmente repreensíveis. O Anonymous não aceita que o governo e/ou os militares tenham o direito de estar acima da lei e de usar o falso clichê da ‘segurança nacional’ para justificar atividades ilegais e enganosas. Se o governo deve quebrar as leis, ele deve também estar disposto a aceitar as consequências democráticas disso nas urnas. Nós não aceitamos o atual status quo em que um governo pode contar uma história para o povo e outra em particular. Desonestidade e sigilo comprometem completamente o conceito de auto governo. Como as pessoas podem julgar em quem votar se elas não estiverem completamente conscientes de quais políticas os políticos estão realmente seguindo?

Quando um governo é eleito, ele se diz ‘representante’ da nação que governa. Isso significa, essencialmente, que as ações de um governo não são as ações das pessoas do governo, mas que são ações tomadas em nome de cada cidadão daquele país. É inaceitável uma situação em que as pessoas estão, em muitos casos, totalmente não cientes do que está sendo dito e feito em seu nome – por trás de portas fechadas.
Anonymous e Wikileaks são entidades distintas. As ações do Anonymous não tiveram ajuda nem foram requisitadas pelo WikiLeaks. No entanto, Anonymous e WikiLeaks compartilham um atributo comum: eles não são uma ameaça a organização alguma – a menos que tal organização esteja fazendo alguma coisa errada e tentando fugir dela.
Nós não desejamos ameaçar o jeito de viver de ninguém. Nós não desejamos ditar nada a ninguém. Nós não desejamos aterrorizar qualquer nação.

Nós apenas queremos tirar o poder investido e dá-lo de volta ao povo – que, em uma democracia, nunca deveria ter perdido isso, em primeiro lugar.

O governo faz a lei. Isso não dá a eles o direito de violá-las. Se o governo não estava fazendo nada clandestinamente ou ilegal, não haveria nada ‘embaraçoso’ sobre as revelações do WikiLeaks, nem deveria haver um escândalo vindo da HBGary. Os escândalos resultantes não foram um resultado das revelações do Anonymous ou do WikiLeaks, eles foram um resultado do conteúdo dessas revelações. E a responsabilidade pelo conteúdo deve recair somente na porta dos políticos que, como qualquer entidade corrupta, ingenuinamente acreditam que estão acima da lei e que não seriam pegos.

Muitos comentários do governo e das empresas estão sendo dedicados a “como eles podem evitar tais vazamentos no futuro”. Tais recomendações vão desde melhorar a segurança, até baixar os níveis de autorização de acesso a informações; desde de penas mais duras para os denunciantes, até a censura à imprensa.

Nossa mensagem é simples: não mintam para o povo e vocês não terão que se preocupar sobre suas mentiras serem expostas. Não façam acordos corruptos que vocês não terão que se preocupar sobre sua corrupção sendo desnudada. Não violem as regras e vocês não terão que se preocupar com os apuros que enfrentarão por causa disso.
Não tentem consertar suas duas caras escondendo uma delas. Em vez disso, tentem ter só um rosto – um honesto, aberto e democrático.

Vocês sabem que vocês não nos temem porque somos uma ameaça para a sociedade. Vocês nos temem porque nós somos uma ameaça à hierarquia estabelecida. O Anonymous vem provando nos últimos que uma hierarquia não é necessária para se atingir o progresso – talvez o que vocês realmente temam em nós seja a percepção de sua própria irrelevância em uma era em que a dependência em vocês foi superada. Seu verdadeiro terror não está em um coletivo de ativistas, mas no fato de que vocês e tudo aquilo que vocês defendem, pelas mudanças e pelo avanço da tecnologia, são, agora, necessidades excedentes.

Finalmente, não cometam o erro de desafiar o Anonymous. Não cometam o erro de acreditar que vocês podem cortar a cabeça de uma cobra decapitada. Se você corta uma cabeça da Hidra, dez outras cabeças irão crescer em seu lugar. Se você cortar um Anon, dez outros irão se juntar a nós por pura raiva de vocês atropelarem que se coloca contra vocês.

Sua única chance de enfrentar o movimento que une todos nós é aceitá-lo. Esse não é mais o seu mundo. É nosso mundo – o mundo do povo.
Somos o Anonymous.
Somos uma legião.
Não perdoamos.
Não esquecemos.
Esperem por nós…

São muitas confusões informações para tirar alguma conclusão sólida disso tudo, mas os ataques devem continuar. E a mensagem do Anonymous simplesmente fala o que muita gente pensa. Gritemos um fuck yeah para ela, como o Corrales sugeriu em um e-mail para mim. Fuck yeah!

Eu não vou arriscar mais palpites por enquanto. Preciso de um tempo para assimilar tudo isso. Mas fique ligado no DELFOS, porque com certeza teremos mais repercussões dessas invasões!