Depois de uma inesquecível passagem pelo Egito, era hora de conhecer a Grécia. Se você já olhou o nome deste site, já deve ter deduzido que a Grécia em geral sempre foi muito importante na minha vida. Assim, quando compramos o pacote que envolvia Egito e Grécia, eu confiei que a agência de viagens colocaria tudo de importante no pacote, mas não. Como compramos muito na empolgação, não olhamos direitinho o cronograma. Depois, quando a adrenalina baixou, vimos que não incluía visitas a lugares como Esparta, Rodes, Creta e, para meu desespero, DELFOS. Como diabos eu, um delfiano, poderia ir à Grécia e não conhecer DELFOS? Começou aí uma grande aventura.
Tema do episódio de hoje: Symphony X – Through the Looking Glass
UMA GRANDE AVENTURA
O primeiro passeio de Atenas a DELFOS que achamos era de avião e custava mais de mil euros. Até colocamos na nossa listinha de presentes uma vaquinha para conseguirmos ir, mas meus convidados foram muito pão duros e não atingimos o valor. =P
Assim, continuamos a busca, e achamos um passeio de Atenas a Delfos de busão. Mas era um passeio de dia inteiro, e nosso cronograma em Atenas estava apertado. No dia que chegaríamos, teríamos a tarde livre. No dia seguinte, visitaríamos a Acrópole pela manhã, e a tarde livre novamente. Assim, se conseguíssemos mudar o passeio pela Acrópole para a tarde do primeiro dia, poderíamos ir a DELFOS no segundo dia.
Tentamos mudar o cronograma com a agência aqui do Brasil e eles disseram que teríamos que falar com o receptivo ao chegar no Egito. Fizemos isso e o caboclo do Egito falou que só dava para ver isso com a turma da Grécia. Chegamos lá e a turma não quis mudar nosso passeio. Mandamos então eles ouvirem pagode. “Vai ouvir pagode, CVC!”, falei a plenos pulmões, “eu vou conhecer DELFOS e a Acrópole e vocês não podem me impedir”, completei ainda no aeroporto de Atenas, sendo ovacionado pelos gregos e demais turistas. É por essas e outras que eu não indico a CVC, e porque nunca mais pretendo viajar de pacote novamente.
Então o que fizemos foi o seguinte: pegamos com a agência mais legal (Hop In Sightseeing) o passeio para Acrópole para a tarde que queríamos e o de DELFOS para o dia seguinte. Perdemos dinheiro nisso, mas dinheiro a gente pode ganhar de novo. Se eu perdesse essas duas experiências, eu ficaria frustrado para o resto da vida – ou até ter condições de ir à Grécia de novo, o que poderia levar muitos anos.
GRÉCIA E EGITO: DOIS LADOS DA MESMA MOEDA
Em muitos aspectos Grécia e Egito são parecidos. As estátuas do período arcaico da Grécia, por exemplo, lembram bastante as egípcias. As que a gente costuma pensar como tipicamente gregas são as do período clássico.
Em outros, porém, a país é totalmente diferente. Afinal, a Grécia faz parte da União Europeia. O Egito é bonito em pontos específicos, dentro dos templos, museus e monumentos. As cidades em si são feias e cheias de gente. Já a Grécia…
Além disso, tem bebedouros em lugares públicos (o que eu até esqueci que existia tendo que administrar água com tanto cuidado no Egito) e os banheiros, em grande maioria, são gratuitos e têm papel higiênico.
Atenas, em particular, é uma cidade linda, com belas vistas panorâmicas. Isso acontece porque eles estão em uma área de risco de terremoto, então não é permitido construir prédios muito altos. O lado positivo disso é que você consegue enxergar longe para qualquer lado que olhe, é muito legal.
Em Atenas também todo mundo fala inglês muito bem (ao contrário dos fortes sotaques do Egito), o que torna bem mais fácil se virar por ali. Também não posso deixar de fazer alguns comentários sobre o povo. Em meus primeiros minutos por ali já vi um caboclo com uma camiseta do Scorpions e outro com uma do Star Wars. Isso, somado aos shortinhos que as garotas usavam, acabou dando uma boa refrescada no visual pesado dos Egípcios e suas mulheres totalmente cobertas.
E, cara, como as gregas são lindas! Aliás, se você for mulher, pule para o próximo tópico por gentileza. O restante do que eu vou falar aqui é só entre eu e os caras. Não tem mais nenhuma garota lendo isso? Ok, então, confio em você. Caras, as gregas são diferentes daquele estereótipo narigudo. Elas têm a pele clarinha, cabelos e olhos claros, o que, particularmente, muito me apetece. E tem uma quantidade de ruivas naturais por metro quadrado muito grande. Não passava um dia sem que eu visse umas quatro ou cinco ruivas naturais pela rua. E olha que eu estava em lua de mel, então nem reparei nisso, pois só tinha olhos para a Cinthia. =]
Feita esta pequena introdução, comecemos os passeios.
CITY TOUR E A ACRÓPOLE
O passeio pela Acrópole começava com um mini city tour que deu duas paradas antes da principal. Uma delas foi no estádio que recebeu a primeira das Olimpíadas modernas.
A segunda, bem mais legal, foi nas ruínas do Templo de Zeus, o primeiro sítio arqueológico que visitaríamos ao longo da nossa visita à Grécia.
Dali, já era possível ver a Acrópole, que fica no local mais alto da cidade.
E é exatamente para lá que nós iríamos a seguir. A Acrópole tradicionalmente é um lugar construído na região mais alta da cidade, por razões simbólicas e estratégicas. A de Atenas é a primeira e a mais famosa, e conta com um conjunto de ruínas bem impressionante e construído para diversos motivos.
Você sobe a montanha para a Acrópole a pé (é uma caminhada agradável, não exige muito), e no caminho vai vendo vários monumentos interessantes.
O mais famoso, e o que todo mundo quer ver, é claro, é o Partenon, um belíssimo templo dedicado à deusa Atena.
O que chamou a atenção nas ruínas gregas é justamente isso, elas são ruínas. As construções são muito mais recentes que as do Egito e estão em um estado muito pior de conservação. Analisando os dois em um espaço tão curto de tempo, fiquei com a impressão que os egípcios eram mais caprichosos na sua arquitetura. Lembra daquelas colunas enormes feitas em uma única pedra? Pois na Grécia as colunas são construídas colocando pedra sobre pedra. Repare na foto acima. Quer uma foto sem ninguém para ver melhor? Aí vai! Só não me pergunte como a gente consegue essas fotos. Um dos guias do Egito falou que nós éramos “afortunados”. =]
Acabado o tour, pedimos para a turma da agência nos deixar no Museu Arqueológico de Atenas, que ficava pertinho do nosso hotel e gostaríamos de visitar.
O museu é interessante, mas admito que não é tão interessante quanto os do Egito. Talvez seja porque estamos mais acostumados com a estética grega, que está mais viva no nosso mundo ocidental. Ainda assim, foi uma visita bem interessante, com muitas estátuas e coisas bonitas para se ver.
Além disso, estávamos muito cansados da pauleira dos últimos dias e precisávamos guardar energia para o próximo dia, quando iríamos a…
DELFOS! HELL, YEAH!
Não dá para ler por causa do tamanho da foto aqui no site, mas este sou eu com meu ingresso para, depois de toda essa aventura, finalmente conhecer DELFOS!
O sítio arqueológico de DELFOS é formado pelas as ruínas de uma cidadezinha que fica no topo do Monte Parnaso. As pessoas que queriam ir atrás do Oráculo de DELFOS em busca de conhecimento tinham que subir a montanha e, ao chegar na cidadezinha, se dirigir ao Templo de Apolo, onde o Oráculo ficava. DELFOS era também considerado o centro do universo grego. Mas já naquela época, tudo começava com um agora (mercado).
Tem muitas ruínas ao longo do sítio arqueológico, mas o principal é mesmo o que sobrou do Templo de Apolo. Só que não sobrou muita coisa.
Eis uma vista do templo do outro lado e por cima, permitindo que você veja o templo inteiro.
Infelizmente, eu fiquei com vontade de voltar lá sem ser com um tour, pois o guia foi subindo direto, parando para explicar algumas coisas em momentos específicos, e depois nos liberou para andar sozinhos. Porém, tínhamos apenas uns 30 minutos para andar e tirar fotos. Muito pouco tempo para um patrimônio histórico da humanidade e inspiração para o nome do maior site nerd de jornalismo parcial reflexivo do mundo.
Se você tiver interesse em passar um dia no sítio arqueológico, como eu, tem uma cidadezinha na subida da montanha, onde tem alguns hotéis. Pegue uma condução até lá, fique num hotel e no dia seguinte, pela manhã, vá até o sítio. É o que eu vou fazer caso volte para lá um dia. Dessa vez, fomos com guia, então tínhamos o tempo que tínhamos. Ainda conseguimos ver também o estádio.
Passado o tempo, encontramos o guia para fazer uma visita guiada pelo museu de DELFOS, que contém as estátuas e artefatos que adornavam a cidade. É interessante, mas eu preferia ter passado mais tempo nas ruínas. Além disso, admito que não entendo porque tiram as coisas do seu lugar histórico para colocar no museu (o que também acontece no Egito e, acredito, em qualquer parte do mundo). Podiam protegê-las onde estavam originalmente e manter assim o visual inalterado do lugar, não acha?
O que acabou me chamando mais atenção no museu foi uma maquete de como eram os arredores do oráculo na época de outrora, quando ele ainda não estava em ruínas. Se liga:
EXPLORANDO O CENTRO DE ATENAS
Dessa vez pedimos para a agência nos deixar no centro da cidade. Como tínhamos muito pouco tempo em Atenas, queríamos aproveitar para explorar um pouco e a Cinthia queria comprar uma bermuda. Curiosamente, paramos bem na frente do local em que estava acontecendo a troca de guarda. Que sorte!
Quando fomos comprar a bermuda para a Cinthia, acabamos vendo uma prateleira com Havaianas. Sabe quanto elas custavam? 40 Euros, cara!
É bom saber que pelo menos uma coisa não é a mais cara do mundo no Brasil, mas admito que eu preferia pagar mais caro por chinelos e um preço justo por videogames.
O engraçado de Atenas é que você está andando, e de repente aparece na sua frente uma ruína histórica. Foi dessa forma que tivemos a sorte de ver a Biblioteca de Hadrian.
Era hora de pegar o metrô até o hotel e veja só, no metrô grego não existem catracas. O que te impede de passar direto e viajar de graça? Nada, a não ser um aviso de que viajar de graça pode dar multa. Obviamente, nós compramos o ticket e andamos de metrô grego legalmente. Honestidade e tal.
No dia seguinte, pegaríamos uma balsa e iríamos para a famosa e paradisíaca Míconos. No próximo episódio, falaremos da parte mais relaxante da nossa viagem, as românticas ilhas gregas Míconos e Santorini, incluindo ainda um bônus ao sítio arqueológico de Delos (não confunda com DELFOS). E ainda nesta temporada: Turquia! Mantenha-se delfonado.
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