Acredito que o DELFOS foi o site brasileiro que mais falou de VR, especialmente de PSVR. Gostaria de manter assim, então hoje começamos um novo especial. Esta é uma série de matérias falando sobre os jogos de lançamento do PS VR2. Alguns vão ser abordados em grupos, outros terão análises individuais. Mas vou fazer o possível para falar da maior quantidade deles possível – só tenha em mente que sou um só, então será um trabalho longo. Hoje, vamos começar com dois jogos diferentes dos que eu costumo analisar aqui: Song in the Smoke Rekindled e Cave Digger 2.
SONG IN THE SMOKE REKINDLED
Esta é uma versão turbinada de Song in the Smoke. Eu não joguei o original, admito que por falta de interesse mesmo. Afinal, o gênero de sobrevivência não me agrada muito. Dito isso, Song in the Smoke Rekindled faz um ótimo trabalho ao passar essa experiência para o VR. É muito legal, por exemplo, arranhar com a faca em uma madeira para fazer uma ferramenta.
Basicamente, é o melhor tipo de fantasia que os videogames proporcionam. Afinal, todos sabemos que de fato viver na selva, procurar comida e criar suas próprias armas e ferramentas é difícil pra dedéu. Aqui algumas arranhadas da faca na madeira criam o que você deseja. Da mesma forma, é só bater com a tocha em uma pedra para acendê-la.
É tudo obviamente muito facilitado e simplificado se comparado com a vida real (graças a Odin!). Mas o fato de ser em VR e você fisicamente fazer movimentos semelhantes aos que faria na vida real, deixa tudo muito imersivo e interessante.
SONG IN THE SMOKE REKINDLED E A PUNIÇÃO DA SOBREVIVÊNCIA
Uma das coisas que me afastam do gênero de sobrevivência é que acho estes jogos muito complicados e punitivos. Claro, a experiência no jogo é muito facilitada em relação a como seria na vida real, mas ainda assim me parece muito complicado ter algumas dezenas de opções de crafting a todo momento, poder pegar absolutamente qualquer coisa (com espaço de inventário bastante limitado) e ainda precisar lembrar os movimentos específicos que criam cada ferramenta.
Um exemplo disso é que eu não me lembrava os ingredientes para fazer a fogueira. E o jogo só deixa salvar em fogueiras. Com quarenta minutos nas costas desde o último save, a coisa passou a ficar consideravelmente estressante. Não por acaso, parei de jogar justamente quando consegui criar uma fogueira e salvar. E, sinceramente, não acho que voltarei a ele.
Mas não quero ser injusto. Meu problema com Song in the Smoke é justamente não gostar do gênero. E dentro do que se propõe, ele é, na verdade, bem legal. Consigo imaginar fãs de jogos de sobrevivência realmente vivendo a fantasia de ser um prepper pré-histórico com a ótima transcrição que a desenvolvedora criou das ações para o VR. O mesmo não posso dizer do outro jogo de hoje.
CAVE DIGGER 2: DIG HARDER
Este também não é meu estilo de jogo, mas ao contrário do Song in the Smoke Rekindled, simplesmente não achei muito bom. Para começar, o jogo diz que aceita jogar sentado ou em pé, mas se eu ficava sentado, a câmera ficava extremamente baixa, tornando quase impossível fazer qualquer coisa, já que tudo estava fora do meu alcance. Além disso, toda vez que eu resetava a câmera, parecia que meu personagem ficava preso em algo do cenário. Aliás, isso foi a primeira coisa que vi no jogo.
Repare que minha mão direita está atravessando a televisão, como se eu fosse a Kitty Pryde. Não conseguia mover a mão, porque ela estava presa dentro de algo sólido. E não conseguia me mover por causa disso. Esta foi a primeira impressão que o jogo me passou. Foi o primeiro de muitos problemas de tracking que tive com ele.
JOGANDO CAVE DIGGER 2 E CAVANDO FORTEMENTE
O jogo em si tem a intenção de criar uma atividade prazerosa e te incentivar a repetir ad infinitum. No caso, você deve explorar cavernas e coletar pedras preciosas. Para isso, vai ter ferramentas como picaretas e dinamites e, claro, um revólver para atacar os inimigos.
Basicamente, o loop de gameplay envolve explorar três níveis, pegando o máximo de ouro que conseguir e sair para transformar isso em dinheiro. Daí você pode usar este dinheiro para comprar outras ferramentas, upgrades e cosméticos. Então volte para a caverna e repita.
Há uma história, inclusive com vários finais, mas a pegada é essa. Eu chamaria Cave Digger 2 de um roguelike em VR, o que não me apeteceria já normalmente. Porém, o gameplay em si não é gostoso. A mira do revólver é bem imprecisa e é frustrante bater com a picareta em paredes para abrir caminho quando isso não dá certo. Sem falar no tracking que é simplesmente muito ruim (e que espero que seja resolvido eventualmente com updates).
SONG IN THE SMOKE REKINDLED E CAVE DIGGER 2
Isso encerra a abertura da nossa cobertura de lançamento do PS VR2. Resolvi começar com dois games menos interessantes pois poderia criar estas impressões rapidamente e então fazer matérias mais elaboradas envolvendo outros lançamentos mais hypados. Neste especial ainda vamos falar de Gran Turismo 7, Resident Evil Village, Moss, Job Simulator, Before Your Eyes e muito mais. Mantenha-se delfonado que eu volto logo com mais matérias fresquinhas sobre realidade virtual no PS5.