Diretor de Um Lobisomem Americano em Londres comenta a onda de remakes

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O diretor John Landis, famoso pelo filme Um Lobisomem Americano em Londres e Os Irmãos Cara de Pau, falou ao Collider sobre seu novo filme, Burke & Hare, que estreia nos EUA amanhã.

No meio da conversa, ele comentou sobre o que pensa da onda de remakes que assola Hollywood, uma vez que ele vendeu os direitos de Um Lobisomem Americano em Londres. Confira abaixo:

A ideia de remakes e sequencias, em si próprias, não me ofende. É uma prática comum. As pessoas esquecem que O Mago de Oz era um remake, assim como O Falcão Maltês […] A Dimension comprou de mim os direitos para um remake de Um Lobisomem Americano em Londres dois anos atrás, mas não sei o que estão fazendo com ele. Quando fiz isso, todos ficaram furiosos comigo e então eu disse ‘olha, se alguém conseguir trazer um ângulo novo ou interessante, ou uma forma nova de fazer isso, pode fazer um filme maravilhoso.’ Se eles fizerem isso e for bem sucedido, então eu ganho mais dinheiro e ficarei feliz. Se alguém fizer uma porcaria, então eu fico parecendo um gênio. É uma situação na qual eu não tenho como perder.

Quando as pessoas perguntam ao Stephen King ‘como é que você deixou fazerem aquela droga de filme baseada no seu livro?’, ele sempre responde, ‘olhe, você pode ler o meu livro. Está alí, na estante. Ninguém estragou o livro. Vá lê-lo.’ Se tem um remake ruim de um fime, você sempre pode ver o filme original. Quantas vezes você pode refazer uma peça de Shakespeare? Ora, a resposta, claramente, é centenas de milhares“.

Eu fico desapontado é com a razão pela qual estão fazendo remakes, sequencias e franquias, e é por causa do marketing. Eles têm que vender ingressos pré-vendidos. Os executivos estão perdidos. É muito estranho. Eu fiz tantos filmes que renderam mais no segundo ou terceiro final de semana do que no primeiro. Isso porque você costumava estrear e então ganhar no boca-a-boca. Agora as coisas são completamente diferentes. Filmes estreiam em milhares de cinemas, e se você não conseguir um bom resultado nos seus primeiros três dias, então você não tem qualquer chance de conquistar um público e é tirado de cartaz. As coisas evoluiram, e eu não sei o que vai acontecer“.

Realmente, é um angulo interessante sobre o problema dos filmes. Apesar deste problema ser recorrente, em grande parte, da nova dinâmica do mundo atual, onde a internet torna quase todo entretenimento um fast food, não dá para dizer que Hollywood tem sua parcela de culpa. Se não fosse a ganância dos produtores para abocanhar quase toda a renda do final de semana de estreia, e eles não se sujeitassem a fazer qualquer porcaria que lhes fosse apresentada, o público talvez desse mais crédito aos filmes que lançam no mercado.