Faz mais de um ano que David Bowie nos deixou, mas sua perda ainda é muito sentida. Afinal, o cara era um dos poucos realmente dignos de sustentar a alcunha de gênio da música. E claro, toda vez que uma figura desse naipe parte, surgem vários documentários, como este Bowie: The Man Who Changed the World.
Em pouco mais de uma hora e meia, ele se propõe a recontar toda a trajetória artística (enfatizando também alguns aspectos de sua vida pessoal) do Camaleão, desde seus primeiros passos na música até o lançamento de Blackstar, seu álbum de despedida.
E até que ele é bem-sucedido nessa proposta, conseguindo mesmo cobrir toda a carreira do artista de forma satisfatória. Obviamente não muito aprofundada, para isso seria preciso uma série de documentários ou uma biografia em livro, mas como uma “geral” ele até que se sustenta bem. Além de ser bastante recomendado para neófitos que queiram saber um pouco mais sobre a vida e a carreira de Bowie.
Ele tem uma estrutura que lembra bastante um episódio esticado de um Por Trás da Música da vida, com alguns pontos de parada que parecem ter sido pensados para entrar os intervalos comerciais, mas isso até ajuda a “blocar” o doc em temas diferentes.
Surpreendentemente, ele gasta um bom tempo nos anos pré-fama de Bowie, falando sobre sua família, seus primeiros passos na música, como ele não foi um sucesso imediato e, claro, contando a história de como ele ficou com um olho diferente do outro.
Partes mais famosas da história do artista, como a fase glam e seu período em Berlim são tratados mais por alto, mas ainda assim de forma satisfatória, bem como períodos de menos sucesso, como sua época no Tin Machine e a década de 1990, onde ele foi mais falado por algumas ideias empreendedoras do que por sua música.
O grande pecado do documentário é que ele não possui absolutamente nenhuma música de Bowie em sua trilha sonora, visto que eles claramente não conseguiram a licença de uso delas.
A trilha é recheada de músicas genéricas que nem sequer tentam emular as canções de David e embora haja várias imagens dele no palco, elas são mostradas ou com essa trilha sem vergonha ou as imagens são cortadas justamente quando o artista abre a boca para cantar.
Uma pena, mas tirando isso, até que Bowie: The Man Who Changed the World faz um bom trabalho em retraçar sua trajetória, ajudando a aplacar as saudades dos fãs e com potencial para amealhar novos.