E depois de um bom tempo, voltamos a ter o bom e velho rock and roll como tema principal aqui no DELFOS. E é difícil pensar em um tema melhor do que este excelente disco do Dune Hill. Esta é nossa crítica Song of Seikilos, álbum que a banda lançou em 2019 nas plataformas digitais e em 2020 em versão física.

CRÍTICA SONG OF SEIKILOS

Nós já falamos do Dune Hill antes aqui no DELFOS. Eles são uma banda muito legal de Pernambuco, que fazem um rock que muito se alinha com meu gosto pessoal.

Dune Hill – White Sand

O estilo dos caras é algo entre o hard rock e o heavy metal. Pense em bandas que se encontravam nesse meio termo, especialmente lá nos anos 70, como o Rainbow, e você vai ter uma boa ideia do que vai encontrar aqui.

Song of Seikilos começa com a faixa de mesmo nome. Uma singela canção bem leve que traz um dueto entre o vocal da banda, Leonardo Trevas, e a convidada Deborah Alencar. E vou dizer, o rapaz já começa dando um show, com belíssimos falsetes bem difíceis de fazer, e que ao mesmo tempo soam mais naturais do que, por exemplo, os do King Diamond.

ENTRA O PESO

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A coisa vai da água para o vinho quando entra a primeira faixa de rock propriamente dita, intitulada, veja só, Dune Hill. Ela se inicia com uma guitarra pesada e grooveada que me lembrou, especialmente na introdução, os melhores momentos de Criss Oliva.

Outra que mostra bem o híbrido hard/metal da banda é Set You Free, que começa com uma melodia de guitarra que promete fazer plateias acompanharem com ô-ô-ô. E quando entra o vocal, ela fica ainda mais empolgante. Gosto muito da forma como o instrumental para enquanto o vocalista fala “she is the” e daí tudo volta junto quando a frase continua com “queen of the Egypt“.

Completando a abertura absolutamente energética, temos a que se tornaria minha faixa preferida, Addiction. Se liga nessa abertura, e tente não bater cabeça!

Demais, não? Essa música traz bem o tipo de riffs e melodias que me agradam!

CONTINUANDO

A abertura do disco é absurdamente eficaz, especialmente se a intenção da banda é empolgar e fazer a plateia cantar junto. São, sem dúvida, minhas músicas preferidas. Mas depois disso também tem alguns destaques.

Por exemplo, Absalom’s Blues tem menos de dois minutos, mas é um blues delicioso, algo que era comum ouvir em bandas de rock clássico, mas em 2020 é raríssimo. Ela acaba servindo como uma introdução para a mais pesada e tradicional South, que é tão bem interligada que parece continuação da mesma faixa.

Talvez a principal característica que atice a curiosidade das pessoas está na faixa The Mirror. Esta música tem a participação de Andre Matos. Mais do que isso, nela podemos ver o nosso amigo Dedé cantando de forma altamente grooveada, algo que definitivamente não foi comum em sua carreira focada em melodias.

The Mirror está longe de ser uma das minhas preferidas do disco, mas o fato de ter uma participação póstuma do Andre Matos provavelmente fará com que seja a música mais ouvida para quem quiser conhecer a banda.

ATO FINAL

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Outra que gostei bastante é The Last Night, uma daquelas músicas do tipo “será que é balada?“, manja?

E já que o assunto é balada, gostaria de terminar destacando a linda Ending Dawn, outra em que Leonardo Trevas dá um show de interpretação. Especialmente em seus últimos segundos, em que ele canta a capella. Curiosamente, apesar do nome e do clima de fim que a faixa proporciona, ela não é a última do álbum.

Essa honra vai para Queen’s Roads, mais uma que me lembrou Savatage, dessa vez especificamente da fase Wake of Magellan. Essa se destaca por um solo de guitarra lindão, provavelmente o que mais gostei no disco todo.

Song of Seikilos é mais um ótimo álbum de uma banda nacional que muito admiro. Se você tem um gosto parecido com o meu, focado em classic rock, hard e heavy metal, ele definitivamente vale ser conhecido.