Pokemon, Detetive Pikachu, Pokémon: Detetive Pikachu, Delfos

Vamos começar esta crítica POKÉMON: Detetive Pikachu com um elogio? Os pokémon estão muito bem feitos. Ao contrário do polêmico Sonic em live-action, os monstrinhos de bolso aqui estão realistas, porém mantiveram toda sua fofura. E os poucos momentos do filme que se salvam são justamente por causa deles.

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Os pokémon são uma fofura.

Se destaca a cena com o pokemímico, que é ridiculamente engraçada e funciona bem mesmo fora do contexto do filme. Lembra a cena do hambúrguer de A Pantera Cor-de-Rosa? É bem semelhante e inclusive tem o mesmo potencial memístico. Agora vamos criticar.

CRÍTICA POKÉMON: DETETIVE PIKACHU

Aqui conhecemos Tim (Justice Smith), e ele não tem um pokémon. Pois é, todo mundo tem um monstrinho parceiro no mundo do filme. Ao contrário da mitologia da série, aqui humanos e pokémon vivem em simbiose: nada de escravidão no filme.

Quando seu pai morre, ele acaba encontrando um Pikachu diferente. Ou será que a diferença é com ele? O fato é que, enquanto as outras pessoas veem o bichinho falando apenas “pikapika“, Tim consegue ter altos diálogos. Juntos, eles vão investigar as circunstâncias que levaram à morte do progenitor e, como não poderia deixar de ser, se envolverão em altas confusões.

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Especialmente quando fazem caras marrentas.

A história, como você pode ver, é o básico do básico, e não faz absolutamente nada para se destacar da massa dos filmes infantis. É clichê atrás de clichê, uma obviedade seguindo a outra. O negócio é de dar sono.

Por exemplo, tem um vilão. Isso não é spoiler, né? Pois é, a primeira vez que este personagem aparece, pensei “este é o vilão”. Daí, 90 minutos depois, é revelado que ele era o vilão o tempo todo, como se fosse uma tremenda reviravolta. Eu virei os olhos com tanta força que consegui enxergar meu cérebro.

PIKA, PIKA É O CAR$%HO!

Para piorar um filme que já é ruim, ainda decidiram mostrar para os jornalistas a versão dublada. E o trabalho de dublagem é um dos piores que já vi. Todos os personagens falam de forma malandra e cheia de ginga e a adaptação está cheia de expressões que ninguém fala na vida real. Nem mesmo os malandros. E isso acaba literalmente prejudicando a compreensão. Teve hora que eu só fui entender o que eles queriam dizer fazendo uma tradução mental para o inglês.

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Pena que o Jigglypuff só aparece por dois segundos.

Colocando o prego final na cruz, temos a versão brasileira do Pikachu, que é ainda pior do que as outras dublagens. O monstrinho fala como se fosse um rapper de desenho animado. Veja bem, não é como um rapper de verdade, o que já seria estranho, mas como um personagem que se esforça tanto para mostrar ginga e se identificar com a criançada “maneira” que acaba se tornando uma caricatura. Uma caricatura sem graça. Imagine um Fresh Prince of Bel-Air dublado por um velhinho tentando soar como jovem. É por aí.

Em mundo nenhum Pokémon: Detetive Pikachu é um filme sequer aceitável, mas não duvido que com as vozes originais, ele se torne bem mais assistível. Ou no mínimo, menos obnóxio. E sim, esta palavra existe em português, e é bem mais comum do que as expressões que os dubladores usam no filme.