Algumas histórias são tão antigas, e já foram contadas e reimaginadas tantas vezes, que hoje oferecem muito pouco. Bem-vindo à nossa crítica O Homem do Norte.

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Aqui acompanhamos a história de um príncipe viking cujo pai é assassinado pelo irmão invejoso que quer a coroa para si. O príncipe se exila por vários anos, e eventualmente volta para se vingar do tio. Pois é, O Homem do Norte é um O Rei Leão com vikings. Ou, para aqueles mais voltados à cultura clássica, Hamlet. Sim, é sabido que na verdade essa lenda do Amleth é a inspiração direta do Hamlet. Mas acredito que hoje em dia a versão mais conhecida não é nem a do Shakespeare, mas a da Disney.

Ou seja, é uma história velha como a humanidade, então o que tem de mais novo para nós aqui é a interpretaçÃo direta – ou seja, viking. Mas mesmo isso anda comum atualmente, com tantas obras focadas nessa cultura lançadas nos últimos anos. Em 2022, vikings são mais pop do que o papa.

VIKINGS SÃO POP E O PAPA NÃO POUPA NINGUÉM

Talvez a principal diferenciação de O Homem do Norte seja o fato de que é uma história fantasiosa. No sentido que os personagens usam mágica, manja? Mas mesmo isso causou estranhamento para mim, já que a mágica só começa a aparecer depois de um bom tempo de projeção.

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O Homem do Norte não é ruim, é apenas comum. Ele tem um edge, trazendo violência explícita e fortes cenas de crueldade. Isso pode agradar aos fãs dos trabalhos anteriores do diretor Robert Eggers, que eram mais próximos do terror, mas admito que eu também não achei A Bruxa e O Farol tudo isso.

A direção é ao mesmo tempo estilosa e feia. É o primeiro porque tem vários planos sequências bem longos e realmente muito legais. Por outro lado, é feia por apresentar aquela estética típica de Hollywood do século XXI. O filme inteiro é azul quando dá para enxergar, mas boa parte das cenas rola em escuridão quase total. Se eu tivesse visto em casa, provavelmente teria mexido no brilho da minha TV.

O HOMEM DO NORTE VEIO DO SUL

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Para completar o lado negativo, 137 minutos é simplesmente tempo demais para contar uma história que todo mundo já conhece profundamente. O Rei Leão (o desenho) fez isso em 90 minutos com muito mais impacto visual e com várias músicas legais.

Eu sei que estou sendo um tanto negativo, mas é que são as coisas que são claras para analisar em uma crítica. Não foi um filme ruim de assistir, entende? Mas vai fatalmente sumir da minha memória em poucas horas, pois não faz nada marcante. Seu staying power é 0. Afinal, O Homem do Norte conta uma história batida em tempo demais e com imagens deveras feias. E é difícil recomendar ir ao cinema para ver algo assim. Quem sabe no streaming funcione melhor? Pelo menos você vai poder subir o brilho da TV para enxergar melhor.