É fácil definir As Panteras: três moças bonitas salvam o mundo. É basicamente a mesma coisa de um 007, mas lá é apenas um cara bonito que salva o mundo. E as semelhanças não param aí. São normalmente histórias bem-humoradas e divertidas, e seus protagonistas têm à sua disposição um monte de gadgets tremendões. Pensando bem, o Batman também não fica tão distante dessa proposta “pessoa bonita salva o mundo”.

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Sabe o que é curioso? Eu sempre soube que As Panteras era o tipo de coisa que eu ia gostar. Ainda assim, nunca assisti a um dos filmes ou episódios da série de TV na íntegra. Vi uns pedaços e tal, mas nunca calhou de eu sentar para ver tudo com carinho. Até agora, neste soft reboot de 2019.

Acontece que As Panteras 2019 é totalmente independente de tudo que veio antes. Mas como um bom soft reboot, ele deixa claro que as histórias que acompanhamos antes de fato aconteceram. Ele até explica porque o Bosley sempre é uma pessoa diferente, e brinca com isso, colocando Patrick StewartDjimon Hounsou e a diretora Elizabeth Banks, todos no papel de Bosley.

Ele também quebra com o paradigma de que, ao contrário do que o material de divulgação dá a entender, aqui não são três Panteras. Pelo menos não no início. A terceira, Elena (Naomi Scott), na verdade é uma cientista que decide colocar a boca no trombone sobre os atos criminosos da empresa em que trabalha, e passa a ser caçada por isso. Cabe às outras moças bonitas salvarem o dia. Como dizia aquela série lá, salve a Elena, salve o mundo.

TESTOSTERONA COM PROGESTERONA

E, como eu suspeitava, As Panteras é exatamente o tipo de filme de ação que eu gosto. Combina explosões a rodo, bastante humo, tiroteios e porradaria estilosos. Sabina, a personagem da Kristen Stewart, é a principal responsável pelas piadas. E a moça se dá bem, mostrando que tem habilidades que vão além da cara de quem comeu e não gostou pela qual ficou famosa.

Tudo que você esperaria de um clássico do Schwarzenegger tem aqui. Ou, para falar de algo mais recente, posso citar Hobbs & Shaw. A única coisa que não tem aqui, claro, são músculos. Ao invés disso, temos moças bonitas, o que, convenhamos, é sempre mais bem-vindo do que músculos.

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A história, como é praxe no gênero, não é especialmente interessante, mas não passa de uma desculpa para as piadas e cenas de ação estilosas. E, neste aspecto, o filme está muito bem servido.

Assim, As Panteras não é um filme especialmente marcante, mas cumpre muito bem o papel de entreter, divertir e fazer rir durante duas horas. E se você for num cinema com um bom sistema de som, vai sentir as poltronas tremerem com as explosões. Parecia até que era uma sessão 4D.

REVER GERAL
Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
critica-as-panteras-2019Título: Charlie's Angels<br> País: EUA<br> Ano: 2019<br> Distribuidora: Sony<br> Duração: 1h58m<br> Diretor: Elizabeth Banks<br> Roteiro: Elizabeth Banks<br> Elenco: Kristen Stewart, Naomi Scott, Ella Balinska, Elizabeth Banks, Patrick Stewart, Djimon Hounsou e Sam Clafin.