Assassin´s Creed

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Como o Xbox 360 do Corrales morreu, vou tentar dar uma ajudinha para que os delfonautas não fiquem órfãos de indicações dos melhores jogos para o console. Afinal de contas, também ando sem tempo para análises detalhadas dos piores. 😉

Os videogames da nova geração vêm ganhando jogos muito bacanas nos últimos meses e um deles é justamente esta nova pérola chamada Assassin´s Creed, que tem tudo para virar uma franquia de sucesso se ganhar algumas lapidadas. Um segundo episódio, inclusive, já está prometido para o Nintendo DS, mas a continuação direta deve ser anunciada em breve para os big boys Xbox 360, Playstation 3 e PCs.

Se você já viu algumas fotos deste jogo, com certeza se lembrou de outra série clássica: Prince Of Persia. E a idéia é por aí, pelo menos na ambientação e estilo dos personagens. Já a história é muito mais complexa e profunda, com diversas reviravoltas, intrigas e nada do enredo básico de “salve a princesa”.

Ao contrário do que parece, Assassin´s Creed começa no presente, quando um barman chamado Desmond é seqüestrado e levado a um misterioso laboratório onde se encontra o computador “Animus” que, quando ligado ao cérebro de uma pessoa, pode revelar memórias de outras vidas. Sim, o jogo deixa de lado conflitos religiosos e assume que permanecemos com as memórias de nossos antepassados – mesmo que escondidas no subconsciente.

Os cientistas responsáveis pelo seqüestro contam a Desmond que, um de seus antepassados, durante a era das Cruzadas no Século XII, foi um perigoso e arrogante assassino sob o nome de Altair, pertencente a uma seita secreta que agia especialmente contra os templários no Oriente Médio. Daí para a frente, você assume e joga essas memórias de Altair, a partir do momento onde ele já era respeitado dentro da Ordem.

Durante a primeira missão, o rapaz comete um grave erro que resulta na morte de alguns colegas. A punição é a morte pelas mãos do líder da Ordem dos Assassinos, mas Altair desperta logo após seu “assassinato” (esse é um dos muitos mistérios do jogo) e ganha o perdão do “chefe” se assassinar nove figuras públicas (obviamente estou resumindo bastante).

Você parte nessas missões, que ocorrem em três cidades (fora Mesyaf, que é onde se encontra a base da seita dos assassinos): Damasco, Acre e Jerusalém, todas retratadas de forma absurdamente fiéis à época histórica.

O primeiro caminho às cidades é bastante longo, mas serve como um bom tutorial para que você se habitue aos comandos (que a princípio podem parecer complicados, mas acostuma rapidinho) e às formas de agir de um assassino.

Por falar nisso, existem basicamente três regras que se deve respeitar:

– Não assassinar um inocente;

– Não expor os seus atos;

– Nunca comprometer a irmandade;

E sim, isso deve ser seguido à risca e você não pode, por exemplo, sair matando todo mundo (a não ser os guardas), caso contrário será penalizado com a perda de um pouco do seu life e chamará a atenção de dezenas de soldados. Os assassinatos – quando necessários – também devem ocorrer de maneira discreta e você sempre pode se camuflar no meio da população ou se esconder até que o “fogo” da situação passe, mais ou menos no velho estilo GTA, mas de uma maneira mais inteligente.

Já nas cidades, você encontra primeiro um contato da irmandade que fala um pouco sobre seu alvo. Depois deve sair em busca de pistas, que podem ser conseguidas da seguinte forma:

Eavesdropping – Você senta em um banco e ouve a conversa de alguns transeuntes com seu ouvido “biônico”;

Interrogation – Esse é o mais legal. Você assiste a alguém fazendo um discurso em uma praça e logo em seguida segue o sujeito até um beco escuro e sai na mão até que ele revele algum segredo sobre sua futura vítima;

Pickpocketing – Você ouve a conversa de dois indivíduos e depois “afana” um documento de um deles. Normalmente é um mapa de onde sua vítima principal se encontra.

Informers – Os mais chatinhos. Nesse caso, alguém da própria seita desafia você a cumprir uma determinada tarefa (matar alguém sem ser pego ou pegar um número “X” de bandeiras em um determinado tempo, aquele tipo de coisa que o Corrales ama, manja?) em troca de informações.

Você não precisa cumprir todas as tarefas para que sua missão de matar o fulano seja liberada, portanto, se não quiser passar – por exemplo – pelos desafios dos informantes, pode pular este item e cumprir os outros três que o resultado é o mesmo.

Você também deve escalar todos os pontos altos da cidade para que o mapa seja liberado integralmente (inclusive com as devidas marcações dos objetivos para que você não se sinta perdido nos cenários grandes) e pode – o que é bastante recomendável – salvar alguns habitantes que estão sendo intimidados pelos soldados, garantindo a ajuda dos cidadãos no futuro.

Até a metade de sua duração, quando você já conhece as três cidades e manda uns quatro indivíduos para o além, Assassin´s Creed é um jogão, mas depois se torna um pouco enjoativo porque a rotina nunca muda: você vai de cidade em cidade, cumprindo os mesmos objetivos até chegar à sua vítima principal. Cada “fase” leva mais ou menos uma hora entre a exploração e o assassinato, mas no último ato, as coisas mudam radicalmente de figura e você tem algumas revelações que, se acompanhou a história atentamente até então, o deixarão de cabelos em pé.

O final, especificamente, é muito, muito bom (Nota do Corrales: Eu já achei o final muito, muito ruim. Aquilo não é um final, é um jogo incompleto! Você nem tem certeza se acabou ou não! :P), mas obviamente nem todos os enigmas serão revelados e muitas possibilidades acabam abertas para as continuações.

Entre algumas missões de Altair, você também desperta do “Animus” e pode bater um papo com os cientistas para entender melhor o motivo do seqüestro e qual o objetivo de analisar seus antepassados.

A parte técnica é absurdamente impecável, com gráficos muito bem feitos, especialmente nas cidades, com um nível de detalhamento que nunca vi igual e uma parte sonora invejável. Não tenho muito que falar aqui, apenas que Assassin’s Creed é aquele jogo que você deve mostrar para o seu vizinho que ainda tem o Playstation 2 e insiste que God Of War tem os melhores gráficos já feitos até hoje.

Só não dei o Selo Delfiano pelo miolo mais enjoadinho, mas vença a preguiça e JOGUE ATÉ O FINAL. Vale muito a pena e o epílogo deixa tudo ainda mais intrigante.

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REVER GERAL
Nota
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Bruno Sanchez
Corintiano de coração, fanático por Heavy Metal, Rock Psicodélico dos anos 60, HQs, Videogames e Ficção Científica. Não, ele não é nerd (segundo o próprio). Bruno cresceu com a idéia fixa de se transformar em um arqueólogo no melhor estilo Indiana Jones (não tem nada de nerd em um filme feito pelos criadores de E.T. e de Star Wars) mas atualmente os únicos tesouros que escava são os velhos clássicos nos sebos do centro de São Paulo.
assassins-creedAno: 2007<br> Gênero: Stealth<br> Plataforma: Xbox 360, Playstation 3 e PC<br> Fabricante: Ubisoft Montreal<br> Versao: Xbox 360<br> Distribuidor: Ubisoft<br>