Barbatuques

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Quando ouvi falar dos Barbatuques pela primeira vez, deduzi que eles eram uma resposta (cópia?) brasileira ao Stomp. Estava errado. Enquanto o grupo estadunidense gosta de batucar em tudo que vê pela frente, os brasileiros preferem batucar apenas em seu próprio corpo. Ou melhor, eles exploram o corpo humano tentando extrair dele a maior variedade possível de sons. E fazem barulho de tudo que é jeito. Sapateiam, batem palmas, cantam e emitem sons estranhos com a boca na tentativa de transformar tudo isso em música. E se essa tentativa é bem sucedida em alguns momentos, em outros parece apenas o que realmente é: um monte de gente pulando e dançando em cima de um palco.

Felizmente, os bons momentos permeiam boa parte do show mas, verdade seja dita, é quando apelam para instrumentos e músicas cantadas que o negócio fica legal mesmo, além de serem alguns dos momentos mais aplaudidos da tarde. Para descrever o estilo musical, diria que fazem algo meio afro-brasileiro. Mas não pense que com isso quero dizer música negra (afinal, ser politicamente correto não é a especialidade do DELFOS), mas realmente o que a palavra significa, ou seja, algo entre a música africana e a tradicional brasileira. Imagine algo com muita batucada (obviamente) e com aqueles vocais bem altos e até meio gritados típicos de músicas nordestinas e você vai entender mais ou menos como é o som dos caras.

Com uma duração de mais ou menos 50 minutos e em pleno dia das crianças, parece ter sido a opção de passeio de muitos pais, a julgar pela quantidade de crianças pequenas no evento. É uma boa opção, afinal, além de ter sido de graça, foi divertido e valeu para conhecer. Dificilmente é um show que vou assistir de novo, já que não é exatamente minha praia musical, mas foi, sem dúvida, interessante e divertido.