Se tem uma série que deixa saudade no coração dos games é Burnout. Verdade, ainda outro dia Burnout Paradise ganhou uma versão remasterizada, mas o jogo em questão é de 10 anos atrás. E digo mais, muitos sentem falta mesmo é da fórmula mais focada dos jogos anteriores, como Burnout Revenge. Pois junte-se a mim em regozijo. Chegou Onrush!
Onrush pode parecer um jogo de corrida, mas não se engane. O que temos aqui é um game de ação. Para ser mais específico, um de combate entre carros e motos. Cada “corrida” nada mais é do que uma partida entre dois times, com várias regras diferentes.
ONRUSH
As mecânicas são simples. Quase tudo que você faz aumenta sua barra de turbo. E quase tudo que você quer fazer exige turbo. Alta velocidade, destruir adversários, pulos e piruetas. Turbo é a chave.
No modo de jogo mais simples, usar o turbo e destruir adversários gera pontos. O time que chegar a uma quantidade pré-estabelecida de pontos leva o troféu. As pistas não são habitadas apenas pelos carros rivais, mas também por genéricos chamados de fodder. Os fodder são NPCs fraquinhos, que são destruídos pelo simples impacto com seu veículo, concedendo turbo no processo.
Já os rivais, que podem ser outros jogadores ou AI, são bem mais resistentes. Basicamente, só dá para destruí-los acertando de jeito com a parte da frente do seu carro. Isso torna o combate bem mais lento do que o tradicional em Burnout, onde takedowns são bem mais comuns.
Porém, há vários outros modos de jogo, que podem ser mais ou menos agressivos.
TEAM DEATHMATCH
Um modo de jogo que achei particularmente interessante é uma espécie de team deathmatch. Funciona assim: todos os jogadores começam a partida em motos, que são os veículos mais frágeis disponíveis.
Cada vez que um jogador é destruído, ele volta à partida com um veículo mais poderoso. Todos têm três vidas. Quem perde as três vidas, vira basicamente um caçador, com os veículos mais poderosos e nada a perder. O time no qual todos perderem suas três vidas perde a partida.
É bem emocionante você ser o último cara em uma moto enquanto todos os outros estão nos carros blindados com sangue nos olhos atrás de você. Gostei muito desta forma de jogo, mas tem um grande porém nela: demora muito para um time inteiro perder suas três vidas. As partidas aqui chegam a durar 15/20 minutos, enquanto nos outros modos de jogo dificilmente chegam a cinco. Talvez diminuir a quantidade de vidas ajudasse a melhorar o timing.
A sensação de jogar é bem semelhante a Burnout, mas então por que coloquei Overwatch no título deste texto?
O FUNCIONAMENTO DE OVERWATCH
Você já sacou que Onrush é um jogo de partidas, assim como Overwatch. Porém, ele pega muito do novo clássico da Blizzard no seu funcionamento. Por exemplo, ao final de cada disputa, alguns jogadores são destacados pelas suas conquistas, permitindo os tão cobiçados bragging rights.
Todo o funcionamento do jogo, mesmo no single player, é semelhante ao de um multiplayer online. Por exemplo, ser destruído envolve uma espera de cinco segundos antes de você poder voltar à porradaria.
Desta forma, não é de se surpreender que Onrush realmente brilhe justamente no online. Assim como Overwatch, este é um multiplayer competitivo bastante acessível, no qual todos conseguem se divertir, independente de suas habilidades.
Aliás, se realmente ganhar uma partida online é mais difícil contra jogadores reais, takedowns são bem mais comuns. Os corredores da AI são muito rápidos, e dirigem muito direitinho, tornando difícil atropelá-los com a frente de seus carros. Jogadores humanos são mais descuidados, dirigem em zigue-zague e são mais agressivos, o que os torna bem mais vulneráveis.
Infelizmente, o online neste momento ainda não funciona de forma apropriada. Embora seja verdade que eu nunca vi outro game encontrar partidas tão rapidamente (sem exagero, não deve demorar cinco segundos para ele encontrar um jogo), a conexão está abaixo do ideal. Era comum, por exemplo, os carros adversários se moverem de formas intermitentes, se teleportando pela pista.
Em uma partida, em especial, o jogo terminou (e meu time perdeu), mas o sistema falhou em perceber isso. Os dois times continuaram correndo, e lutando, com a mensagem de derrota na tela, até desistirem e sair do jogo.
Dificilmente um jogo com foco no online sai redondinho de fábrica, então isso é um problema que eu acredito que vai melhorar com o tempo.
CAMPANHA SINGLE PLAYER
Apesar do foco em jogar com seus amigos e desconhecidos ao redor do mundo, Onrush também tem um modo single player bem bacana. Ele funciona exatamente como os Burnouts clássicos. Cada fase é um evento, com um modo de jogo específico e alguns veículos disponíveis. Escolha sua máquina de matar, vença e avance para o próximo.
Também há alguns objetivos secundários em cada evento, como fazer um número específico de pontos ou de truques no ar. Cumprindo estes objetivos e ganhando a partida, você ganha estrelinhas e conforme vai acumulando estrelinhas, novos eventos serão liberados. Obviamente, você sempre tem uma pá de eventos disponíveis para escolher, então não é como se as estrelinhas estivessem limitando a diversão.
Cada partida, online ou offline, também dá dinheirinho, que pode ser usado para comprar coisas cosméticas, como novas roupinhas ou cores para os carros. Subir de nível dá loot crates, o que indica que Onrush foi criado tendo microtransações em mente. Curiosamente, não há microtransações aqui. Imagino que devem ter sido tiradas após a polêmica do final do ano passado.
No final das contas, estes itens cosméticos estão aqui apenas para dar alguma progressão para aqueles que curtem mais jogar online. O que importa é que Onrush é um jogo bastante divertido e descompromissado, e eu não poderia recomendá-lo com mais força para todos aqueles que sentem falta de Burnout.
