Ad Astra se passa em um futuro próximo, no qual o acesso da humanidade ao espaço é muito mais mundano do que é hoje. Existem voos comerciais para a Lua e vários países estão em guerra pelos recursos do nosso satélite. Este desenvolvimento, e esta abordagem mais realista a uma história de ficção científica, é o que torna o filme especial, como você vai descobrir na nossa crítica Ad Astra.
CRÍTICA AD ASTRA
O filme começa com Roy (Brad Pitt) no que parece ser o espaço. Na verdade, ele está apenas alto paca, pendurado em uma antena que sai da Terra rumo aos céus, e que provavelmente é mais alta do que a Torre de Babel jamais foi. E adivinha só, ele cai de lá, em uma cena angustiante.
A abertura forte serve para estabelecer que sobrecargas estão vindo do espaço, mais precisamente de Netuno, e estão ameaçando a vida na Terra. Foi naquela região que, décadas antes, a Nasa perdeu o contato com o pai do Bread Peach (Tommy Lee Jones), e acreditam que o progenitor perdido está de alguma forma relacionado às sobrecargas.
Assim, eles fazem uma oferta irrecusável ao rapaz, que fica incumbido de ir até Marte e enviar uma mensagem pré-escrita para o papai. A esperança é que o velho responda e consigam trabalhar juntos para resolver o problema. Mas e se ele for o responsável pelo problema? Os superiores de Roy não parecem dispostos a garantir a segurança do papis.
RUMO ÀS ESTRELAS
Ad Astra é um filme lento. Muito lento. Sua narrativa parece videogame, no sentido de que está muito mais investida em construir um mundo do que especificamente em contar uma simples história. E sabe o que mais? Funciona.
A cena na Lua, por exemplo, envolve um lugar bastante parecido com um aeroporto, seguido por um dramático ataque de piratas. São coisas terrestres que fatalmente serão “exportados” para o espaço quando a humanidade quebrar a barreira do transporte limitado.
O protagonista também parece saído de videogame, mas desta vez não é um elogio. O Roy de Brad Pitt é um sujeito sem emoções, daqueles que assimila tudo que acontece sem demonstrar. Talvez seja de fato o perfil necessário para um astronauta, que pode encarar vicissitudes terríveis a qualquer momento, mas não gera um protagonista interessante.
O pai dele, por outro lado, quase não aparece, mas demonstra muito mais personalidade em poucos minutos do que o herói no filme inteiro.
THE SURGE 2
Outro problema causado pelo foco em world building é que a história nunca mostra a que veio. Tem um monte de perguntas intrigantes. O que causou as sobrecargas? Há vida alienígena? E, se há, o pai de Roy a encontrou?
Deixe sua imaginação correr solta, e você provavelmente conseguirá pensar em uma infinidade de caminhos possíveis para esta história. Mas quando chega finalmente a hora de responder a estas perguntas, os roteiristas parecem ter escolhido por fazê-lo da forma mais sem graça possível.
Eu literalmente fui de um “é agora, vamos ver o que tá pegando” para um “é só isso?”. Foi uma sensação bem semelhante à do final de Lost, e isso não é bom. Tudo que ele fez de bom no setup foi frustrado no clímax.
Ainda assim, suas partes boas são muito boas. Trata-se de um filme intrigante e com grande foco no “científica” de “ficção científica”. No final das contas, não entrega tudo que promete, mas ainda vale a sessão.
CURIOSIDADES:
- No original, as sobrecargas são chamadas de “the surge”. Curiosamente, esta semana saiu a segunda parte de um jogo com o mesmo nome. Aguarde por impressões delfianas em um futuro próximo.
- E aí, você acha que existe vida alienígena? Opiniões nos comentários!