Comix Zone, um dos jogos mais únicos da história

Esta semana chegou aos consoles a coleção Sega Genesis Classics ou Sega Mega Drive Classics no Brasil. Esta coleção traz uma pá de jogos de Mega Drive para Xbox One e PS4. Estão inclusos desde os óbvios, como Sonic, Streets of Rage e Golden Axe até alguns jogos bacanas e mais esquecidos, como Landstalker. A Sega também não esqueceu de colocar aqueles que ela vive relançando, mas que ninguém gosta, tipo Flicky. E curiosamente, a coletânea não inclui Sonic 3. Um que ela inclui, no entanto, é o excelente Comix Zone.

COMIX ZONE

Comix Zone é, em seu âmago, um beat’em up, mas ele é totalmente diferente de Streets of Rage. Para começar, não é possível se movimentar para cima e para baixo, apenas para esquerda e direita. Mas tem mais. O combate é único e inovador para a época, pois envolve não apenas bater, mas escolher em que área do inimigo deseja acertar. Claro, para uma surra bem dada, você tem que alternar os locais, ou logo o meliante vai passar a defender a área surrada.

Dá até para configurar um dos botões para soltar um “grito machão”. Isso não tem utilidade nenhuma, mas convenhamos, mais jogos deveriam ter a opção de fazer o personagem soltar um grito machão.

Porém, o jogo não é lembrado com carinho por causa de seu combate, mas pela sua apresentação e narrativa.

UM MUNDO DE QUADRINHOS

Em Comix Zone, o jogador controla um autor de HQs puxado para a sua criação pelo vilão que ele mesmo criou. Esta premissa foi a desculpa para que o jogo inteiro tivesse estética e funcionamento de quadrinhos.

Cada área é um quadrinho, e inclui um puzzle rudimentar ou uma batalha. Ao vencer, você pode pular para um quadrinho próximo de sua escolha. Para completar, durante as batalhas, os personagens conversam em balõezinhos, tornando este um jogo altamente roteirizado em uma época que isso era raridade.

Outro motivo pelo qual Comix Zone é lembrado é pela sua impiedosa dificuldade. Com apenas uma vida (embora haja cheats de seleção de fases e energia infinita), este é o Dark Souls de sua época. Ou seja, um jogo caprichado, envolvente e fantástico em todos os aspectos que, por algum motivo, se esforça para afastar os jogadores.

Por este motivo, eu sempre o admirei por tudo que ele faz de certo, mas nunca fui capaz de terminá-lo. Mesmo assim, trata-se de um jogo marcante, que merece ser ao menos experimentado por qualquer um que goste de videogames e de quadrinhos.