Os Smurfs 2

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Engraçado como certos filmes dependem inteiramente da sua imersão para serem ou não bem sucedidos. Atividade Paranormal, por exemplo. Se você assistiu esperando ver uma coisa mais gráfica, com certeza achou uma porcaria indigna do gênero de terror. Mas se assistiu sozinho no escuro, por outro lado, deve ter ficado umas boas semanas com medo de qualquer ventinho.

Filmes infantis como Os Smurfs também são assim. Quando eu fui ver o primeiro, com minha irmã, meus priminhos, minha tia que adora os azulzinhos há décadas e um cinema cheio de crianças, achei bastante divertido. Em casa, porém, eu sempre preferi ver Pateta – O Filme pela quinquagésima oitava vez a rever a aventura dos Smurfs em Nova Iorque. Assim, não estava esperando muita coisa da sequência.

Desta vez, Gargamel se tornou uma celebridade no mundo inteiro com um show de mágica, mas não se esqueceu de seus planos malignos. Agora ele criou dois Danadinhos (um tipo de smurf falso, que é cinza), mas ao descobrir que não pode extrair a essência deles, ele captura a Smurfette para obter a fórmula que o Papai Smurf usou para transformá-la numa Smurf de verdade. E aí, Papai Smurf e três de seus filhos terão de voltar ao mundo humano para uma nova missão de resgate, novamente com a ajuda de Barney Patrick e sua família.

Mas, diferente do primeiro, o sequestro não é o único problema. Aqui, tanto os nossos amiguinhos cerúleos quanto os humanos terão de lidar também com os temidos daddy issues: enquanto o Papai Smurf terá de recuperar Smurfette para convencê-la de que ela é uma Smurf de verdade apesar de ter sido criada pelo Gargamel, Patrick também terá de fazer as pazes com seu padrasto, que acontece de ser o Alastor “Olho-Tonto” Moody.

Além dessa mudança súbita no passado da Smurfette – que eu me lembre não tinha nada sobre ter de deixá-la azul no primeiro filme –, não há nada de surpreendente ou inesperado. Essa história você já viu um montão de vezes, e com certeza vai conseguir antecipar direitinho tudo o que vai acontecer. Os personagens também não são dos mais complexos ou interessantes. Mas os Smurfs são deveras bonitinhos, e a animação está ainda melhor, com texturas que os deixam ainda mais fofos. Vexy e Hackus têm até sardas, comprovadamente um sinal supremo de fofura.

Enfim, acabou sendo aquela mesma história da imersão: a cabine foi um verdadeiro evento, cheia de crianças, todas muito empolgadas. Nesse clima, é fácil se deixar contagiar e esquecer um pouco as exigências cinematográficas usuais, e aí você acaba dando uma chance para as piadinhas, que vêm espalhadas entre aquelas cenas de humor físico bem cartunesco e uma ou outra referência à cultura pop. Em geral, acaba sendo um filme bem simpático. Se você não esperar nada além disso, dá para se divertir.

FALANDO EM SIMPATIA:

– Não deixe de ler também a resenha de Os Smurfs.

REVER GERAL
Nota
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Joanna Lis
Delfonauta desde pré-adolescente, se tornou delfiana oficialmente em 2012. Não consegue gostar de nada casualmente e estuda Letras só para adquirir base teórica para fazer melhor o que sempre fez por hobby: analisar obsessivamente e escrever longas dissertações sobre Cultura Pop.
os-smurfs-2País: EUA<br> Ano: 2013<br> Duração: 104 minutos<br> Roteiro: J. David Stern, David N. Weiss, Jay Scherick, David Ronn<br> Elenco: Neil Patrick Harris, Jayma Mays, Hank Azaria, Katy Perry, Christina Ricci e Brendan Gleeson<br> Diretor: Raja Gosnell<br>