Antes de mais nada, devo dizer que nunca dei bola para a franquia Velozes e Furiosos e só assisti aos três primeiros e a um pedaço do quinto. Mesmo sabendo que a série mudou de direcionamento, passando das corridas de carros tunados dos primeiros para Testosteronas Totais nos mais recentes, nem isso foi suficiente para atiçar minha curiosidade.
Por isso, não esperava absolutamente nada deste sétimo longa, o último trabalho do ator Paul Walker (que, ironia do destino, morreu justamente num acidente automobilístico) nas telonas. E devo dizer que fui surpreendido com um dos Testosteronas Totais mais exagerados e sem-noção dos últimos tempos. Esse negócio é tão hell yeah! que parece ter sido escrito por um moleque de dez anos enquanto brincava com seus bonequinhos de Comandos em Ação.
A história não poderia ser mais simples. Jason Statham, pelo que pude apurar, é o irmão do vilão do sexto filme, e quer vingança pelo que a turma de Dom Toretto fez com seu maninho. Sim, trata-se de mais um caso de “dessa vez é pessoal”. E o cara vai caçar um por um até não sobrar mais ninguém. Logo, a velha gangue tem de se reunir novamente para tomar a ofensiva e acabar com o bandidão.
Tudo é extremamente divertido aqui. Quase todas as falas que saem da boca dos personagens são frases de efeito, há porrada até não poder mais, incluindo duelos mano a mano entre Jason Statham / The Rock e Statham / Vin Diesel. Cara, isso é praticamente aquela minha antiga matéria sobre as novas faces dos filmes de ação decidindo o resultado no mano a mano. E é glorioso!
As outras sequências de ação, muitas delas envolvendo carros (como não poderia deixar de ser) são extremamente estilosas e bem dirigidas, todas pintudas pra caramba. Duas delas se destacam. A primeira é quando a turma tem de efetuar um resgate. Essa é uma das cenas mais genialmente estúpidas (ou estupidamente geniais, se preferir) dos últimos tempos. E a segunda, em Dubai, envolvendo um carrão de luxo, é outra que dá bem o tom do exagero extremo da ação do longa.
Bem servido no quesito adrenalina, também aproveita para dar uns closes totalmente gratuitos em um monte de bundas femininas e fechar o pacote completo de tudo que um Testosterona Total tem de ter. Ah, sim, explosões e helicópteros? Também tem, não se preocupe, bem como a combinação direta desses dois últimos.
É até estranho que, para um filme de fórmula tão simples, a história crie toda uma subtrama completamente desnecessária, que só serve mesmo como pretexto para levar a galerinha da pesada para várias partes do mundo. Mas como esse elemento ocasiona aqueles que são os momentos mais pintudos da película, dá para relevar numa boa.
Convém falar também que em nenhum momento o longa tem cara de reescrito ou remendado, devido a Paul Walker ter morrido no meio das filmagens. Utilizando-se de dublês (incluindo os próprios irmãos do ator) e CGI, o diretor James Wan, famoso por Jogos Mortais, conseguiu manter Brian O’Conner como parte integral da história e dar um desfecho completo para o personagem. Inclusive, no final do filme rola uma bonita homenagem ao falecido ator.
Assim, como o último filme de Paul Walker, Velozes e Furiosos 7 é uma despedida pra lá de digna. E caso resolvam seguir com a franquia (e se der dinheiro, é óbvio que vai rolar uma oitava película), ainda deixam pontas em aberto para que ela continue numa boa. Desta feita, fãs da cinessérie sem dúvida ficarão mais do que satisfeitos com esta sétima parte. E para quem gosta de um bom Testosterona Total, temos aqui um excelente exemplar do gênero. É só desligar o cérebro e correr pro abraço.
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– Velozes e Furiosos 3: Desafio em Tóquio – O que nos levou para aprender drifting no Japão.
– Velozes e Furiosos 4 – O que trouxe a turma original de volta.
– Velozes e Furiosos 5 – O que eles viram ladrões em terras brasileiras.
– Velozes e Furiosos 6 – O que traz personagens de volta dos mortos.