Diferente do fraco ano passado, onde todos os delfianos tiveram dificuldades para encontrar os seus cinco mais, em 2008 o consenso parece ser oposto. Tivemos muitas boas opções durante todo o ano. Eu sei que tive de fazer malabarismo para selecionar dentre tantos bons filmes, apenas os cinco mais tremendões. Ironicamente, mesmo com essa avalanche de boas pedidas, também não foi muito difícil selecionar o pior do ano e a Decepção Delfiana, como você irá ver lá embaixo. Então, sem mais delongas, apresento os meus cinco melhores deste ano. Ei, Corrales, que tal um Top 10 no ano que vem? Semana que vem, faremos uma pausa neste especial para comemorar o aniversário do DELFOS e, na semana seguinte, continuaremos com os melhores filmes de 2008 segundo os demais delfianos.
5 – Vicky Cristina Barcelona (idem – Espanha/EUA – 2008)
Os outros quatro filmes dessa lista foram definidos quase que imediatamente. Mas para esse quinto lugar havia muitos concorrentes. Muitos mesmo! Acabei optando pela película do Woody Allen porque foi uma grata surpresa. Nos últimos anos, o baixinho neurótico só tinha feito filmes apenas legaizinhos e nada mais. Fui assistir a esse com essa idéia em mente e me surpreendi positivamente com um trabalho muito bem dirigido, com ótimas atuações e um roteiro excelente. E acima de tudo, muito engraçado. Diferente do Corrales, eu dei várias risadas, principalmente quando os personagens contam as situações mais inusitadas como se fossem a coisa mais normal do mundo e quando os personagens de Javier Bardem e Penélope Cruz começam a discutir em espanhol (não sei por quê, mas sempre achei esse idioma hilário). Sem contar que o cara segue à risca todos os mandamentos das Cafajestadas Delfianas! É Woody Allen de volta ao melhor de sua forma.
4 – Homem de Ferro (Iron Man – EUA – 2008)
É, a Marvel conseguiu de novo! Emplacou mais uma franquia bacana e ainda começou a unificar seu universo nas telonas e a preparar o terreno para o filme dos Vingadores. Com um clima mais leve que suas outras franquias (Homem-Aranha e X-Men), a história de Tony Stark foi o melhor Testosterona Total do ano. E olha que, tirando a versão Ultimate, eu nunca fui fã do Homem de Ferro. Méritos para o diretor Jon Favreu, que equilibrou bem comédia e ação e o ator Robert Downey Jr., perfeito como o protagonista.
3 – REC (idem – Espanha – 2007)
Este é o melhor filme de terror desde Abismo do Medo. E ainda por cima são zumbis espanhóis! Partindo de uma idéia simples (e antes do mais festejado Cloverfield – Monstro) e usando basicamente dois cenários, [REC] é daqueles filmes que te deixam roendo as unhas e afundado na poltrona. Eu tomei vários sustos, algo que não acontecia desde o filme citado aí em cima. O final, então, é de travar o esfíncter. Eu sei que eu não gostaria de ficar numa situação daquelas de jeito nenhum. E olha que sou daqueles que aguarda a chegada do Dia Z ansiosamente. E que tetéia aquela jornalista! Obrigatório para quem gosta de filmes de zumbis e terror em geral.
2 – Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness – Canadá/Brasil/Japão – 2008)
Já esse é o melhor filme de zumbis que não tem zumbis! A adaptação do livro de José Saramago é ferrenha defensora de que basta uma situação adversa para os aparentemente civilizados seres humanos revelarem sua verdadeira natureza, a qual não é nada bonita. É só substituir a infestação de mortos-vivos por uma epidemia de cegueira. O filme de Fernando Meirelles é pesado, tenso e belamente fotografado. Essa visão de mundo deveras pessimista pode não ter conquistado público e crítica, que se dividiu em suas opiniões, mas me ganhou desde os primeiros minutos de projeção. Sem contar que é uma obra extremamente necessária.
1 – Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight – EUA – 2008)
E alguém tinha dúvidas de qual seria o meu primeiro lugar esse ano? Um dos raros casos onde algo muito esperado não termina em uma grande decepção. Pelo contrário, entregou ainda mais do que prometia. O Cavaleiro das Trevas elevou as adaptações de quadrinhos a um novo patamar. Extremamente realista, violento, e sim, sombrio (afinal, é o Batman). Esse é o filme do morcegão que eu sempre imaginei e o Coringa que eu sempre quis ver na tela grande, mas não achava que os engravatados teriam coragem de mostrá-lo dessa forma. Por essas e outras, montei um pequeno altar em homenagem a Christopher Nolan aqui em casa. Não apenas é o campeão deste ano, como também já figura na minha seleta lista de melhores de todos os tempos.
Menção Horrorosa – o pior do ano: Aliens Vs. Predador 2 (Aliens vs Predator – Requiem – EUA – 2007)
Essa série é mesmo zicada. Pensa só: são Aliens contra Predadores! Dois dos mais tremendões monstros do cinema. Não tem como dar errado. E, no entanto, o primeiro filme foi ruim de doer. Esta continuação é melhorzinha (também, não é muito difícil ser melhor que seu antecessor), mas ainda fica a léguas de ser um filme minimamente satisfatório. Dessa vez os diretores até capricharam na violência que tanto faltou ao primeiro, mas novamente os humanos atrapalham o duelo das criaturas espaciais. O fraco elenco parece ter a ordem em que vai morrer marcada na testa, de tão previsível e clichezento que é o roteiro. Desta forma, o filme não chega a ser uma bomba completa, é apenas fraco demais para uma franquia que merecia muito mais qualidade.
D&D – Decepção Delfiana: Jumper (idem – EUA – 2008)
Quando li a sinopse desse filme, pensei: “puxa, que legal”. Quando vi o trailer, já achei que ele figuraria fácil no meu Top 5 esse ano. Mas como ele está aqui no D&D, você já deve ter deduzido que algo deu errado. A idéia de um cara que se teleporta é genial (o que eu não daria para ter esse poder, ainda mais aqui em São Paulo) e imagens como a do protagonista tomando café da manhã na cabeça da Esfinge sugeriam possibilidades ilimitadas e maravilhosas para o tema. Infelizmente, os roteiristas não pensaram assim e preferiram fazer apenas um filme de ação raso. Ok, já que não querem usar o cérebro, que ao menos fizessem um Testosterona Total de primeira. Nem isso conseguiram. O resultado foi um filme meia-boca e o trailer se provou uma verdadeira propaganda enganosa. E mais uma ótima idéia desperdiçada. Coisa que, convenhamos, Hollywood não pode se dar ao luxo de fazer.