Top 5: Filmes de 2008 (Corrales)

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Bem-vindo ao tradicional Top 5: Melhores filmes que fazemos todo ano. A novidade dessa vez é que não vamos juntar todas as nossas listas em um único texto como fizemos anteriormente. Ao invés disso, serão textos individuais, publicados semanalmente. As regras continuam as mesmas: o filme tem que ter estreado ou sido lançado em DVD em 2008 no Brasil. Como alternativa, pode ser um filme exibido nos festivais desde que ele não tenha previsão de lançamento nos cinemas por aqui. Além dos cinco tremendões, cada um de nós também escolheu a grande decepção e o pior do ano.

Fazer a lista desse ano foi relativamente fácil. Ao contrário do ano passado, que teve uma verdadeira carência de bons filmes, este ano tivemos coisa boa a dar com pau. Quatro dos longas abaixo já tinham sido escolhidos com meses de antecedência, mas a quinta posição foi colocada literalmente no último minuto. Confira abaixo a minha lista e, semana que vem, você fica com a do Cyrinão.

5 – Segurando as Pontas – (Pineapple Express – EUA – 2008)

Exibido na Mostra de São Paulo, Segurando as Pontas vai ser lançado apenas em DVD nos próximos meses. E, sinceramente, não sei porquê. Trata-se de um filme da mesma turminha que fez alguns grandes sucessos, como Superbad e O Virgem de 40 Anos e talvez seja o melhor desses. Aliás, uma coisa é certa: este é o mais engraçado do ano. Você não vai parar de gargalhar quando assistir. Seu único defeito é a famigerada e onipresente lição de amizade, mas tirando isso, ele é tão engraçado que dá até para relevar o aspecto clichê.

4 – Jogos Mortais V (Saw V – EUA – 2008)

O que eu mais gosto de Jogos Mortais é que não parece cinema. Nos últimos anos, todos os filmes parecem compartilhar o mesmo roteiro. Isso acontece pois tem muito dinheiro investido nessa mídia e ninguém quer arriscar. Assim, o lugar para a verdadeira criatividade acabou sendo a TV. Séries como Lost são melhores do que a maior parte dos filmes de suspense por aí. E eu vejo a franquia do Jigsaw seguindo este caminho. Nada de lição de amizade, partezinha triste no meio ou viradinha surpresa à Shyamalan. O que temos aqui é uma série de terror diferente de qualquer outra e talvez (junto com meu primeiro lugar) seja o último respingo de criatividade que possamos encontrar em Hollywood hoje em dia.

3 – Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull – EUA – 2008)

Se Jogos Mortais é bom porque parece TV, Indiana Jones é exatamente o contrário. É um longa divertido, empolgante e engraçado, como só seria possível no cinema. Não inova – até porque é um resgate à matinê dos anos 30, mas diverte como pouquíssimos outros. E, se cinema é diversão, nada mais justo que o filme mais divertido do ano encontre um lugar ao Sol nesta lista.

2 – REC (idem – Espanha – 2007)

Como um fã de filmes de terror e de zumbis, era óbvio que esta pequena pérola espanhola ganharia um lugar de destaque por aqui. Absurdamente assustador, [REC] traz algumas das melhores mordidas do cinema miolal, além de nunca abrir mão das críticas sociais essenciais em qualquer filme Z. É um longa excelente, onde o gimmick “isto é uma fita encontrada” nunca chega a ser mais importante que o roteiro. Cloverfield e Bruxa de Blair, eu estou olhando para vocês.

1 – Wall-e (idem – EUA – 2008)

Acima temos um filme divertido, um engraçado e dois de terror. E, por mais que eu goste desses gêneros, nenhum deles pôde competir com Wall-e. Assim que eu saí da longínqua cabine da Disney, eu já sabia: tinha acabado de assistir ao melhor longa do ano e a um dos melhores da história. Não tem para ninguém, Wall-e é simplesmente a coisa mais bonitinha já feita em celulóide. Não dá para não ficar de coração derretido com um filme que traz tanto sentimento, tanta qualidade e, acima de tudo, tanta coragem. Ou você acha que é fácil fazer um personagem expressivo que não fala, ou um roteiro que não fique chato, mesmo com 40 minutos de apenas música e uma ou outra palavrinha robótica? Esta é a adaptação cinematográfica que O Guia do Mochileiro das Galáxias merecia. Wall-e não é simplesmente um filme fofo. É, além disso, a prova de que ainda existe alguma criatividade em Hollywood. E mais, foi ótimo assistir a um filme que se orgulhe de sua fofura, ao invés de ficar tentando ser constantemente sombrio e cheio de atitude como acontece com quase toda a arte hoje em dia. Poxa, o que esse povo vê de tão errado na felicidade?

Menção Horrorosa – o pior do ano: Otto (Otto; or Up With Dead People – Alemanha/Canadá – 2008)

Um amigo me liga e pergunta se eu não quero ir assistir a um filme sobre um “zumbi gay e emo”. Puxa, que idéia interessante, pensei. Deve ser legal. Só depois o cara me fala que o longa em questão seria exibido numa mostra gay. Ah, beleza. Isso não faz diferença, certo? Afinal, eu até gosto do Manowar, o grande ápice da música gay. Não teria motivos para não gostar do filme só por causa disso, certo? Errado! Acontece que Otto, na verdade, era um filme pornô gay e gore, o que nenhum de nós esperava. Alguns minutos depois do início, um dos zumbis coloca o piupiu pra fora e começa a enfiar o dito-cujo nas entranhas abertas do seu par romântico. Depois de 90 minutos de cenas nessa linha, o troço termina com uma orgia miolenta com um monte de sexo oral explícito entre zumbis. Pense comigo. Não basta ser um pornô explícito, ainda tem que ser um pornô explícito gay. E não basta ser um pornô explícito gay, precisa ser um pornô explícito gay entre zumbis. E zumbis emos ainda por cima. E sabe o que é pior? Até tem umas minas gostosonas lá no meio, mas elas não se envolvem no sexo e nenhuma delas é zumbi. Se pelo menos tivesse umas cenas de lesbianismo, ainda poderia salvar alguma coisa. No final das contas, Otto pode até ser legal para a comunidade gay, mas para dois perdidos heterossexuais que queriam ver um filme de zumbis, definitivamente não é recomendado. E, cacilda, eu assisti a todos os filmes dessa lista de graça. Fui pagar logo para ver um filme pornô gay entre zumbis? Zumbis emos, ainda por cima!

D&D – Decepção Delfiana: Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight – EUA – 2008)

É engraçado como quando a gente fala algo que vai contra o que todo mundo diz, as pessoas deduzem que a gente odeia aquilo do que estamos falando. Por exemplo, quando eu dizia que não via Black Sabbath como Heavy Metal, todos deduziam que eu odiava a ex-banda do Ozzy. Eu tive até que escrever um texto explicando isso e aposto que todo mundo que leu viu que não era nada assim tão sinistro. Quando eu fui à cabine de O Cavaleiro das Trevas, esperava ser brindado com um dos melhores filmes da história. E não, ele não correspondeu à expectativa. É excelente, vale o ingresso e eu provavelmente vou acabar comprando o DVD, mas não é um dos melhores longas da história. Justamente por causa disso, está aqui, na parte de decepção delfiana. E também para gerar um pouco de polêmica e deixar os fanboys bravinhos, é claro.

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