De vez em quando, um bom filme policial cai bem. E de vez em quando cai ainda melhor quando se trata de um que deixa os tiroteios de lado para priorizar o desenvolvimento da história e dos personagens. Não me entenda mal, eu gosto de tiroteios, mas é sempre bom dar uma variada.
E Terra Selvagem se encaixa muito bem nessa categoria de filme policial com mais “sustância” e menos pirotecnia. O Gavião Arqueiro é um caçador do departamento de pesca e vida selvagem de uma cidadezinha no Wyoming. Durante uma missão de rotina para matar os predadores que atacam o gado dos fazendeiros locais, ele encontra um cadáver no meio da floresta congelada.
Uma jovem agente do FBI, que por acaso é a Feiticeira Escarlate, é chamada para investigar o crime, ocorrido em terras de uma reserva indígena. E como o cara conhece bem a região e é bom em encontrar trilhas na neve, ela pede sua ajuda, rolando assim uma mini-reunião de Vingadores.
Como eu disse, este é um filme que prioriza a trama e, sobretudo, o desenvolvimento dos personagens. A história pessoal do caçador, que o motiva a ajudar, e o fato de que a agente sabe que não está preparada para o caso e que precisa de toda a ajuda que puder conseguir são elementos muito bem explorados pelo roteiro.
O nível das atuações também é bem bom e a ambientação, no meio da neve, numa imensidão de branco, também ajuda com a sensação de desolação que o filme passa.
Este é o tipo de história onde a jornada é mais importante que sua resolução. A investigação é muito mais legal que a descoberta do “quem foi”. Tanto que, embora o desfecho tenha até alguns momentos bem tremendões, tudo que veio antes é ainda mais interessante que a conclusão da história.
Terra Selvagem é uma boa história policial. Sem surpresas, sem novidades, fazendo o básico de forma muito bem feita e centrando mais no lado humano e menos nas balas voando. Para quem gosta de uma boa história do gênero, é um programa mais que recomendado.