Refém de uma Vida

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Essa foi uma daquelas cabines que eu fui sem saber absolutamente nada sobre o filme. Ao chegar no Espaço Unibanco, comecei a folhear a sinopse e o filme começou a parecer bem interessante, fazendo o atraso para o início da sessão parecer ainda mais longo.

Refém de uma Vida é basicamente uma história de amor contada como um suspense. O casal em questão, Wayne (Robert Redford) e Eileen Hayes (Helen Mirren) vive em uma casa que chega a lembrar um castelo (eu queria morar em um castelo). Ao sair de casa em determinada manhã, Wayne é seqüestrado por Arnold (Willem Dafoe – cuja ótima atuação salvou o Duende Verde do primeiro filme do Homem-Aranha de ser um desastre completo). A partir daí, duas histórias começam a ser contadas: a do seqüestro em si e a da família vitimada por ele.

O que torna a narrativa original é que, embora as duas histórias sejam intercaladas, elas não acontecem ao mesmo tempo como é comum nesses casos. A narrativa de Eileen e seus filhos se desenvolve ao longo de várias semanas, enquanto a de Wayne e Arnold acontece em apenas um dia. Embora pareça que isso deixe o filme confuso, ele é bem mais simples do que parece.

As atuações são os grandes destaques da fita. Willem Dafoe como sempre dá um show fazendo um vilão bem diferente do que estamos acostumados a ver no cinema. Ao invés de um assassino frio e calculista, Arnold está mais para um pobre coitado, uma reles vítima do sistema em que vivemos, sem emprego e sem outra opção na vida a não ser partir para o crime, por mais que isso seja contra seus próprios princípios. Em muitos momentos, ele parece até admirar o bem-sucedido Wayne. Robert Redford e Helen Mirren também estão muito bem. Para um filme desprovido de ação e completamente centrado nos personagens, um bom elenco era fundamental e Refém de uma Vida se dá muito bem nesse aspecto.

Por outro lado, justamente por ser um filme composto basicamente por diálogos, pode deixar algumas pessoas entediadas. Isso também é auxiliado pela quase inexistência de músicas na montagem. Em alguns momentos, até ouvimos algumas melodias, mas quase todo o som do filme é composto apenas de diálogos e efeitos sonoros.

O diagnóstico é muito simples. Se você curte filmes com bons diálogos e boas atuações, não perca Refém de uma Vida, que estréia essa sexta, 26 de novembro. Agora se sua praia são efeitos especiais, fantasia e ação, não perca Capitão Sky, que já está nos cinemas.

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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).