Mais um novo ano começando, caro delfonauta. E você sabe o que isso significa. Não me refiro a promessas estapafúrdias feitas no réveillon, mas sim de nossas tradicionais listas de melhores do ano que passou, o nosso balanço anual dos mais tremendões de diversas categorias, feito todo mês de janeiro.
Seguindo o esquema do ano passado, teremos muitas listas sobre o que de melhor e pior ocorreu no mundo dos games, da música, de notícias bizarras e também do que de melhor aconteceu aqui pelo site em 2010, em matérias assinadas pela galerinha que você já conhece bem e até por uma delfonauta sortuda escolhida entre milhões de inscritos para participar!
Como já é de praxe, abrimos os trabalhos com o Top 5 dos melhores filmes do ano. Contudo, você deve estar estranhando eu estar introduzindo o especial e não o Corrales, como ele fazia em anos anteriores. Acontece que esse ano ele resolveu fazer uma lista um pouco diferente (embora ainda ligada ao cinema. Então não se preocupe, a lista dele “popa” por aqui muito em breve) e por causa disso eu fiquei com a honrosa tarefa de abrir esse especial apresentando os cinco melhores filmes de 2011 de acordo com o incomparável e totalmente imparcial critério da “minha opinião”.
E devo dizer que entendo a decisão do Ditador Supremo de mudar de ares, afinal, em todo o meu tempo de DELFOS, esse foi, sem dúvida, o ano mais fraco em termos de bom cinema. Foi bem difícil escolher cinco filmes (faltavam opções) e eu acabei tendo que “raspar o tacho” pra não ter de fazer um Top 2. Sendo assim, a maioria dos filmes dessa lista normalmente não entraria em anos com mais “fartura cinematográfica”, mas no final das contas, até que ela ficou bem decente, como você verá logo abaixo.
Sempre lembrando, a escolha é puramente pessoal e a única regra seguida é que todos os filmes da lista precisam ter estreado nos cinemas brasileiros ano passado. E, como sempre, se você concorda com a seleção, discorda, ou quiser dividir com a gente seu próprio Top 5, o espaço de comentários está aí pra isso.
5 – SOBRENATURAL (Insidious – EUA/Canadá – 2010)
Ótimo exemplo de filme que em condições normais não entraria nessa lista, Sobrenatural não chega nem a ser um dos melhores filmes de terror recentes. Não está no nível de um Abismo do Medo, por exemplo. Praticamente um remake de Poltergeist – O Fenômeno, falta originalidade e o final exagera um pouco. Mas quer saber? Eu me diverti pra caramba assistindo esse negócio e há tempos não tomava tantos sustos com um filme. Sustos do tipo “bu!” mesmo, mas muito bem arquitetados. Despretensioso e competente, cumpre bem o seu papel de entreter, coisa que a maioria dos filmes de terror hollywoodianos falha miseravelmente em conseguir.
4 – X-MEN: PRIMEIRA CLASSE (X-Men: First Class – EUA – 2011)
A melhor adaptação de HQs do ano acabou sendo uma grande surpresa, visto que era justamente o filme pelo qual ninguém dava nada, muito graças ao desastroso material promocional que precedeu seu lançamento. Felizmente, o filme não tinha a mesma cara dos cartazes. Primeira Classe manda às cucuias a cronologia da cinessérie e tem rombos no roteiro do tamanho de crateras. Mas tem também ação de primeira e Magneto roubando a cena, o que compensa totalmente os defeitos citados. No saldo final, não só reverteu a má propaganda, como levantou a franquia que andava capengando após os fracos O Confronto Final e X-Men Origens: Wolverine.
3 – PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM (Rise of the Planet of the Apes – EUA – 2011)
Eu sempre fui fã da série Planeta dos Macacos. Os filmes antigos são muito bons e eu gostei até da versão do Tim Burton (a qual foi bastante criticada). Essa nova película, uma prequel do filme original, faz jus à qualidade da franquia e entrega ótimas cenas de ação, efeitos especiais assustadoramente realistas, e ainda tem uma boa história. Sem dúvida, foi o mais competente e bem realizado blockbuster do ano que passou. E além do mais, como sempre dizemos aqui no DELFOS, se tem macacos, só pode ser bom!
2 – A PELE QUE HABITO (La Piel Que Habito – Espanha – 2011)
Jamais pensei que algum dia colocaria um filme do Almodóvar em uma das minhas listas. Não que eu tenha algo contra o cara, pelo contrário, até gosto de seus filmes. O problema é que todos se misturavam na minha cabeça assim que saía da sala de cinema. Faltava aquele algo a mais para diferenciar, e este aqui tem isso. Em sua primeira incursão pelo gênero do terror/suspense, o espanhol acerta na mosca ao contar uma trama tensa e bizarra. É o tipo de filme que, quanto menos você souber antes de assistir, melhor. Basta saber que é uma história de vingança, ainda que ela não seja exatamente justa. E que há um motivo muito bom para ele gastar tanto tempo desviando o foco para uma trama que parece secundária. Quando o motivo finalmente for revelado, impossível não exclamar um sonoro “Santa Tartaruga!” no meio do cinema. Grande filme.
1 – DEIXE-ME ENTRAR (Let Me In – Reino Unido/EUA – 2010)
Em tempos de vampiros fosforescentes, é um alívio que de vez em quando alguém ainda consiga fazer um filme de excelente qualidade com essas criaturas. O curioso é que assisti a essa refilmagem antes da versão original e, coisa rara, a achei superior. Mesmo sendo quase um remake quadro a quadro, essa aqui tem alguns elementos do roteiro mais bem amarrados. O filme pode ser visto tanto como uma história de amor (uma das mais bonitas, por sinal, que Crepúsculo não chegou nem perto de acertar) quanto como uma baita manipulação da vampirinha. Escolher qual das visões você prefere depende do seu estado de espírito. O fato é que Deixe-me Entrar, diferente da quinta posição desta lista, tem qualidade suficiente para virar um clássico moderno do cinema de terror (bem como o longa original, diga-se). Por conta disso, levou a medalha de ouro.
D&D – Decepção Delfiana: Sucker Punch – Mundo Surreal (Sucker Punch – EUA/Canadá – 2011)
Zack Snyder estreou no cinema com um grande longa de zumbis, provou que heterossexuais também podem gostar de um pornô gay e bateu na trave ao tentar transpassar para a telona uma das melhores graphic novels de todos os tempos (o que é mais do que muitos cineastas conseguiriam). No entanto, estes são um remake e duas adaptações (aquele desenho das corujas eu não vi, mas sei que é adaptado de uma série de livros infantis).
Na hora de fazer algo original, misturou um monte de referências e fez uma espécie de jogo de videogame fetichista para nerds punheteiros. O problema é que em nenhum momento você controla os personagens (assim, tudo que sobra é uma enorme cutscene) e, ironia das ironias, seu público-alvo não pode assistir pornôs, então as garotas não se pegam. Ou seja, é pior que um pornô, visto que não tem “ação”. E, francamente, se eu quisesse ver um pornô, eu tenho internet! Se eu quisesse jogar videogame, eu ligava meu Wii! Sucker Punch é tudo isso e nada ao mesmo tempo. E chato demais. Pra completar, ainda é quase um musical! Ah, o horror, o horror… Considerei seriamente sair do cinema, mas acabei optando por tirar um cochilo na poltrona. Zack Snyder, o que aconteceu com você? Grande bola fora. Tomara que você se recupere no filme do Superman. Quem sabe você volta à boa forma com uma nova adaptação, visto que material original parece não ser sua praia.
Menção Horrorosa – o pior do ano: Não Tenha Medo do Escuro (Don’t Be Afraid of the Dark – EUA/Austrália/México – 2010)
Um dos filmes mais retardados que eu já assisti (e dessa vez isso não é bom). Gremlins de cerca de 30 cm de altura atacam uma família num casarão gótico e ninguém tem o bom senso de fazer algo tão simples quanto levantar o pé e pisar em cima dos bichos. Afinal, são criaturas de 30 CENTÍMETROS! Quando alguém finalmente liga o cérebro e faz isso, veja só que surpresa, funciona! Mas aí já é o final do filme. Acho que esperar alguém dar uma bica num desses bichos já seria pedir muito do intelecto de personagens-padrão de filmes de terror… Para completar, e isso é um grande spoiler, esse talvez seja o único filme onde a Katie Holmes não merecia morrer. Ah, esses terrores de quinta categoria…