O Mar Não Está Pra Peixe: Tubarões À Vista

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O primeiro O Mar Não Está Para Peixe saiu em 2006 e, logo de cara, foi massacrado pelo mundo inteiro por copiar tanto Procurando Nemo (2003) como Espanta Tubarões (2004). O longa era muito inferior a estes outros dois filmes e teve uma péssima bilheteria, o que torna a próxima pergunta bastante pertinente para encerrar este parágrafo: por que diabos resolveram fazer uma sequência?

Nos Estados Unidos, o negócio foi tão ruim que o filme foi lançado direto para DVD, mas por algum motivo obscuro que está relacionado à vinda de etês assassinos em 21 de dezembro deste ano, a sequência vai estrear em salas de cinema aqui no nosso país brazuca. Ó, não.

Ok, até fui à cabine com pensamento positivo, afinal, às vezes eles podem fazer uma sequência boa de um filme ruim. Pare de rir de mim, delfonauta. Eu sei que você gosta de ler sobre os nossos sofrimentos aqui no DELFOS, mas isso já virou sacanagem.

O PEIXE PÊ É UM LUTADOR DE KUNG FU QUE SOLTA HADOUKENS

De água, delfonauta. Hadoukens de água. Em O Mar Não Está Para Peixe: Tubarões à Vista, Pê é um peixe iniciado nas técnicas do poder do mar que derrotou o tubarão malvado Troy no primeiro filme. Infelizmente, o bichão dentuço foi solto por um tubarão atrapalhado e agora vai querer se vingar de Pê e do recife onde o peixe herói vive. Para isso, ele precisa esperar a maré aumentar, já que o caminho está bloqueado. Pê, sua namorada/esposa Cordélia, filho e amigos peixes têm quatro dias, então, para bolar um plano e se livrarem dos tubarões.

Nada de original, não? A trama é bem simples, previsível e cheia de clichês, incluindo a tradicional lição de amizade tão comum em animações. Diferente de várias outras produções do gênero, O Mar Não Está Pra Peixe: Tubarões À Vista não compensa os defeitos com bom-humor ou piadas. Além disso, o longa tem personagens demais, o que deixa difícil saber quem é quem em boa parte do filme e, mesmo assim, nenhum deles é muito interessante.

Tecnicamente, o filme está absurdamente atrás de Procurando Nemo e Espanta Tubarões. Sim, é difícil chegar perto da qualidade da Pixar e da Dreamworks, mas pô, esses são filmes de mais de sete anos atrás. O que é pior, no entanto, é que os designs dos personagens e cenários são praticamente iguais aos dos filmes mais famosos da Pixar e Dreamworks, mas sem o mesmo charme, cuidado e carinho.

Não há muito o que dizer sobre O Mar Não Está Pra Peixe: Tubarões à Vista. Você já viu o mesmo filme antes, mas melhor. A única coisa que consigo lembrar agora sobre ele que talvez possa acrescentar alguma coisa neste triste texto é um ensinamento do mestre tartaruga no filme. Ele diz o seguinte: “confiança é que nem rum. Se você tem demais, perde o equilíbrio”. Espero que isso lhe ajude de alguma forma, delfonauta.

CONCLUSÃO

Simplesmente não dá para entender por que resolveram lançar este filme nos cinemas. Ele não tem força para isso e é totalmente esquecível. Se fosse lançado diretamente para DVD, até passaria como um filme ruim, mas no cinema, não tem como dar outra nota. Fique longe dele.

CURIOSIDADE:

– Nos Estados Unidos, o primeiro filme se chamava Shark Bait, ao invés de The Reef, que é o título da versão inglesa. Espanta Tubarões lá é conhecido como Shark Tale e Shark Bait é o apelido que o Nemo ganha dos amigos do aquário.