O Dia Depois de Amanhã

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Filmes catástrofe foram uma verdadeira moda há algumas décadas atrás. Como vovó já dizia, a moda é cíclica e isso nos leva, senão ao retorno da moda em si, pelo menos a um certo revival do gênero. Depois de um longo intervalo, Hollywood voltou a fazer alguns filmes nessa linha e, entre eles, encontra-se O Dia Depois de Amanhã.

Como fã de cinema e indivíduo com compreensão do idioma inglês, me sinto obrigado a falar sobre a péssima tradução do nome da fita, um verdadeiro exemplo de transcrição ao pé da letra que deu errado. Ora, qualquer pessoa com um nível FCE (First Certificate In English, ou Primeiro Certificado de Inglês) sabe que a expressão The Day After Tomorrow significa simplesmente “Depois de Amanhã”. Essa tradução ao pé da letra, comumente utilizada também no material de divulgação sempre gera problemas (alguém lembra do “Nós não precisamos de educação” do Escola do Rock? Se não lembra, clica aqui) e aqui não foi diferente. A frase mostrada no trailer e nos cartazes “Where will you be the day after tomorrow?”, que deveria ter sido traduzida como “Onde você vai estar depois de amanhã?” foi traduzida como “Onde você vai estar? O dia depois de amanhã”, perdendo completamente o seu significado. A propósito, se você quiser serviços de tradução ou aulas particulares de inglês, entre em contato comigo.

Deixando traduções assustadoras de lado e voltando ao filme, como você já deve saber (afinal, o trailer já está passando desde o ano passado), ele mostra o que aconteceria se os pólos do nosso planetinha derretessem. Mas, ao contrário do que o trailer sugere, não veremos a luta da humanidade pela sobrevivência após o desastre, e sim DURANTE.

A trama é dividida em duas partes distintas, cada uma concentrada em um personagem e seus coadjuvantes. De um lado, temos o Prof. Jack Hall (Dennis Quaid), que tenta inutilmente avisar todo mundo que respira do que o futuro reserva à humanidade. De outro, temos seu filho Sam Hall (Jake Gylenhall, que aliás, ficaria muito bem no papel de Peter Parker, já que tem grande semelhança física com o personagem), que está preso em uma biblioteca em Nova Iorque.

Não acontece muito mais, para falar a verdade. Enquanto Sam tenta sobreviver, seu pai tenta salvar a humanidade e isso é basicamente tudo, o que não significa que o filme seja ruim. Nem bom. Digamos que é um daqueles filmes nota 5. Assim como alterna os acontecimentos entre os dois protagonistas, também alterna momentos emocionantes com outros que parecem feitos para bocejarmos.

O maior destaque vai para a cena do dilúvio, que surpreende, assusta e empolga, além de ser bem-sucedida em transpor o espectador para a pele dos personagens. Realmente impressionante. Mas não é sempre que os efeitos especiais são detonantes. Na cena de abertura, por exemplo, eles são absurdamente bisonhos. Me senti assistindo ao Elo Perdido, aquele programa que passava no SBT quando eu ainda lia gibis (Tá bom, tá bom, eu ainda leio gibis, mas você entendeu o que quis dizer) que mostrava uma família presa na pré-história, de tão sem-vergonha que é aquela sobreposição de imagem.

Quer saber se vale a pena? Você gosta de filmes catástrofe? De água? Gelo? Gente morrendo? Estadunidenses se dando mal? Então esse filme é para você. Senão é melhor ficar com os concorrentes.

O Dia Depois de Amanhã estréia mundialmente (e por incrível que pareça, isso inclui o Brasil) nesta sexta-feira, dia 28 de maio.

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