Mindflow – Destructive Device

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Mais uma vez, popa aqui no Oráculo um novo CD do Mindflow. E, mais uma vez, o absurdo cuidado que os caras têm com a apresentação do material me dá uma opinião positiva antes mesmo de colocar o CD para tocar.

Assim como no lançamento anterior, o Mind Over Body, o pacote traz um pôster-release e um mousepad. Porém, é no disco em si que a apresentação mais impressiona.

A embalagem digipack vem em uma caixinha que deixa ver parte do que tem dentro através de um filtro vermelho. O mais legal é que, quando você tira o digipack, algumas coisas extras aparecem. Na parte da frente, tem vários detalhes extras, mas atrás é que é realmente divertido. Vendo o CD na loja, você vai enxergar apenas o nome de 10 faixas, mas ao abrir o pacote, verá que tem duas faixas antes invisíveis ali no meio. Não são músicas em si, mas a gente fala disso depois. De qualquer forma, é como se você comprasse um disco de 10 faixas e ganhasse duas extras. *-*

A boa impressão continua ao abrirmos o digipack, que traz uma impressão brilhosa melhor do que muita coisa de bandas grandes. O disco ainda vem com dois encartes. Um deles é um pôster, com fotos da banda de um lado e um desenho meio mangá do outro. O outro é o encarte propriamente dito, com as letras das músicas e tal. O conceito dele também é bem legal, pois cada membro da banda é apresentado com uma ficha/passaporte, como se fosse um terrorista procurado. O único defeito visual, infelizmente, já estava presente no lançamento anterior: o diretor de arte se preocupou mais com a beleza estética do que com a legibilidade e algumas das letras estão praticamente ilegíveis, graças às fontes escolhidas que têm detalhes demais para tamanho de menos.

Finalmente chegamos à música propriamente dita. E, embora eu admita não ser o maior fã de Progressivo do mundo, o som da banda é realmente muito bom e diria que até prefiro Destructive Device ao Mind Over Body (que já era bom).

O disco começa pesado, com a faixa título, seguida da também empolgante Lethal e da mais comercial Breakthough, a minha preferida e que inclusive já virou videoclipe.

Ao contrário do álbum anterior, que tinha quatro músicas com mais de 10 minutos (e outra com 9 minutos e 52 segundos), aqui os músicos deram uma maneirada e a média está entre os cinco e os seis minutos, com apenas uma passando da barreira dos 10. Não se engane, o que temos aqui ainda é Metal Progressivo, mas o fato de vir em pílulas menores o torna mais facilmente audível para ouvidos não treinados.

O destaque instrumental vai para as guitarras, que trazem riffs pesados, bangueáveis e tradicionais, bem do jeito que eu gosto, com algumas quebradeiras e partes “estranhas” para dar o ar de Progressivo.

O destaque negativo vai justamente para as duas faixas invisíveis, pois elas não são músicas. São alguns barulhos e vozes mixados de forma a dar uma binaural experience e devem ser ouvidas com fone de ouvido, de acordo com a banda. Isso se deve ao fato de que ela traz vários sons viajando de um lado para o outro. É algo experimental e poderia ser até interessante no passado, mas hoje estamos acostumados a som 5.1 e poucas pessoas realmente se interessariam (e, muito menos, se impressionariam) por uma experiência assim, feita em apenas dois canais. Mas ok, acredito que se não tivesse algo realmente experimental por aqui, a banda provavelmente seria marcada como traidores do movimento Prog ou algo assim.

Felizmente, essas faixas ocupam apenas uns sete minutos de um CD com 70, então existe bastante música por aqui. E, se falarmos apenas das músicas, o Mindflow se superou. É, sem dúvida, um dos melhores CDs de Prog Metal e acho um absurdo que uma banda com um trabalho tão bom quanto esses caras – e com um cuidado tão profissional na apresentação – ainda não seja tão conhecida por aqui. Espero que essa resenha faça a sua parte para ajudar nossos amigos, pois se depender de mim, o Mindflow vai longe.

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