Max Steel

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Max Steel é uma série de animação que, como tantos outros desenhos animados, foi criada para vender uma linha de brinquedos. E embora eu nunca tenha assistido ao desenho (não é do meu tempo), me lembro muito bem dos comerciais de brinquedos, que durante uma época passavam direto na televisão. E os bonequinhos me pareciam uma cópia genérica e sem a mesma criatividade dos saudosos Comandos em Ação.

Eis que a franquia decide se arriscar no campo dos longas-metragens, com esta versão em live action que chega agora aos nossos cinemas. E assim pude conhecer um pouco melhor da história do negócio.

O adolescente Max McGrath passa a manifestar a estranha habilidade de emanar um tipo de energia de seu corpo. Logo ele é encontrado por um parasita alienígena chamado Steel que se alimenta dessa energia. Assim, Steel se livra do excesso de energia de Max, evitando que ele exploda, e em troca partilha com ele seus conhecimentos e suas memórias e o ajuda a desenvolver suas habilidades especiais, além de lhe conferir também uma armadura.

E ele vai precisar usar a armadura pois, assim que seus poderes se manifestam, ele passa a ser perseguido por sujeitos sinistros, e também por uma raça de aliens malvadões. Enfim, uma trama típica de filmes de super-herói, embora ele esteja mais para um cruzamento de aventura juvenil estilo Sessão da Tarde com um tokusatsu ocidentalizado, tipo um Power Rangers da vida.

Embora a princípio essa mistura até tenha potencial, podendo render um filme bacana para um público mais pré-adolescente, não é isso o que ocorre. O que temos é uma produção sem pegada, com um roteiro extremamente esquemático, onde se pode adivinhar facilmente tudo que vai acontecer. É nada mais do uma história de origem morna e que segue cada preceito desse tipo de narrativa.

Visualmente a coisa também é bem sem graça, e embora os efeitos especiais sejam competentes, estão bem longe de serem algo visualmente marcante. Talvez a coisa mais legal de todo o filme seja justamente a armadura que cobre o herói quando Max e Steel se fundem. Só que ela aparece muito pouco e sempre muito rápido. Se por restrições orçamentárias (fica aparente que se trata de um filme barato) ou por escolha narrativa, não sei. Só sei que quando eu era criança, odiava esse tipo de coisa (basta ver o pôster), que sempre considerei propaganda enganosa.

Max Steel parece saído de uma linha de montagem, assim como os bonecos que ele foi feito para vender. Não tem alma, a história é um amontoado de clichês, mas é bem feitinho o suficiente para chamar a atenção de seu público-alvo. Talvez os fãs da animação gostem de ver o personagem na tela grande e em versão de carne e osso, mas para quem não está neste grupo, não há nada que atraia aqui.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
max-steelPaís: Reino Unido/EUA<br> Ano: 2016<br> Gênero: Ação<br> Duração: 92 minutos<br> Roteiro: Christopher Yost<br> Elenco: Ben Winchell, Josh Brener, Maria Bello e Andy Garcia.<br> Diretor: Stewart Hendler<br> Distribuidor: Imagem<br>