Master – The New Elite

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Sabe quando o Corrales dizia que queria garotas na equipe para mandá-las resenhar coisas como Os Mercenários enquanto manda o Guilherme para a coletiva de Crepúsculo? Tenho a impressão que escalar a mim para escrever sobre o novo cd do Master foi um desses momentos súbitos de vilania que às vezes acometem nosso querido ditador supremo.

Pelo que eu li, a banda é uma das pioneiras do Death Metal estadunidense, gênero que eu conheço apenas teoricamente. Mas isso não é de todo ruim, afinal, de vez em quando é legal experimentar algo diferente sem muita expectativa ou experiência. O The New Elite é o 11º disco dos caras, e a única coisa que eu já tinha em mente quando coloquei o CD foi que eles pareciam bastante do mal, a julgar pela caveira com mais oito caveirinhas menores da capa.

Não estava errada. O som é bastante raivoso, e vai direto ao assunto. Nenhum segundo é desperdiçado, todos eles são dedicados a fazer você quebrar o próprio pescoço. A primeira faixa, a que intitula o álbum, já dá o tom que conduz todo o resto: o riff, a bateria acelerada com um jeitão meio Punk e o vocal que faz “gutural” parecer um pouco de eufemismo. “Vomitado” soa mais apropriado pra mim. Algo como um Motörhead com ódio e agressividade no lugar da fanfarronice.

As faixas são todas muito rápidas e enérgicas, e em alguns momentos você duvida que a banda seja formada por apenas três integrantes. As letras, de temas predominantemente políticos e anti-religiosos, não apresentam nenhuma novidade, mas também não incomodam. O padrão é basicamente o mesmo o tempo todo, tanto que algumas faixas soam parecidas demais e acabam ficando esquecíveis.

Mas os pontos altos compensam. Smile As You’re Told parece uma versão from hell de uma música Punk, o que tem um certo apelo comigo. Redirect the Evil também foi uma das que ficou na cabeça nas horas seguintes, talvez por ser um pouco mais lenta e cadenciada. As Two Worlds Collide, por outro lado, é tão desvairada e empolgante que por um momento eu juro que senti o Vento Preto soprar no meu pescoço. Meu pôster do Pixies até caiu da parede. Guide Yourself é outra que se faz notar.

Souls to Dissuade começa bem e tem um baixo muito legal, mas o vocal está tão vomitado que quebrou um pouco o tom da música. Sabe quando um filme de terror tem uma cena de assassinato tão sanguinolenta e exagerada que em vez de causar medo dá vontade de rir? Pois é. Isso acontece algumas vezes durante o álbum, e juntando isso com as faixas indistinguíveis supracitadas, acabei tirando um Alfredo da nota.

Felizmente, Twist of Fate é outra das que mais se destacam e encerra o disco com estilo, deixando uma boa impressão final. Não sei dizer o que ele representa na história da banda ou do gênero, mas o New Elite com certeza é um senhor disco por si só. Consistente, simples e direto. Se agradou até a mim, que não sou muito de Metal, então provavelmente não vai te decepcionar.

REVER GERAL
Nota
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Joanna Lis
Delfonauta desde pré-adolescente, se tornou delfiana oficialmente em 2012. Não consegue gostar de nada casualmente e estuda Letras só para adquirir base teórica para fazer melhor o que sempre fez por hobby: analisar obsessivamente e escrever longas dissertações sobre Cultura Pop.
master-the-new-eliteAno: 2012<br> Gênero: Death Metal<br> Duração: 45 minutos<br> Artista: Master<br> Número de Faixas: 11<br> Produtor: Paul Speckmann, Ales Nejezchleba, Zdenek Pradlovsky e P. Nejezchleba<br> Gravadora: Shinigami Records<br>