A coisa mais diferente que Khumba, nova animação que chega às salas brasileiras, tem a seu favor é o fato de ser uma produção sul-africana. Eu não me lembro de ter assistido até então a nenhum filme vindo da terra do Mandela. Tirando, é claro, o tremendão Distrito 9, mas este era uma coprodução entre vários países. Assim, Khumba é o primeiro cem por cento proveniente da África do Sul ao qual assisti.
Enfim, se seu país de origem é o fator mais diferencial, pode acreditar que o resto dele (narrativa, técnica) é bem mundano e padrão. Esta é a história da zebra Khumba, que nasce com metade do corpo sem listras e, por ser diferente, é zoado por seus pares e muitos até acreditam que ele e sua diferença estética são responsáveis pela seca que está acabando com a água do lago das zebras.
Ele parte então atrás de um dito lago mágico. Diz a lenda que, se ele se banhar em suas águas, poderá ganhar as listras que lhe faltam e ficar igual a todos os outros. No caminho até lá, encontrará muitos outros animais e viverá muitas aventuras, como dita qualquer sinopse de animação deste tipo.
O grande problema deste longa é que ele é apenas ok, e só. Outros filmes do gênero já tiveram histórias parecidas, o mesmo tipo de jornada, os personagens fofinhos, os alívios cômicos, o vilão, a lição de moral, etc. Não é sequer o melhor desenho protagonizado por uma zebra, visto que este posto é pertencente à franquia Madagascar.
Tecnicamente, é bem realizado, os cenários são bonitos, é bem colorido e o design dos animais é bacana, ainda que não necessariamente marcante. Uma boa sacada que tiveram foi a de incluir elementos da presença humana (numa crítica velada ao avanço da civilização contra a natureza), como uma fazenda abandonada, o zoológico, veículos e objetos abandonados, mas nunca mostrar nenhuma pessoa, mesmo quando elas são parte importante da cena.
No mais é um filme essencialmente infantil, e bastante bobinho, sem qualquer atrativo para os marmanjos, nem uma mísera piadinha sequer. Aliás, para eles, é até bem chato. E se você for do tipo impaciente, pode beirar o insuportável. Eu, pelo menos, fiquei contando os minutos para acabar.
Assim, Khumba tem potencial para divertir os pimpolhos mais novos, ainda que não seja exatamente uma das animações mais empolgantes já feitas. Mas para os adultos que porventura terão de acompanhá-los ao cinema, acaba sendo uma experiência modorrenta. Então vá preparado ou arranje outro programa para fazer com a criança.