Immortality está para mim naquela categoria de Hades e Tetris Effect. Claro, os três são absolutamente diferentes. Mas todos são jogos que saíram e eu intencionalmente ignorei por achar que não era para mim. Daí, depois de muitos elogios e prêmios e afins, fiquei com vontade de jogar. Aí aproveitei o lançamento de uma versão atrasada para ver qual é que é. No caso de Immortality, joguei a versão de PS5 (o game também está disponível para Windows, Mac, Android e Xbox Series).
IMMORTALITY E A VIDA DO EDITOR DE VÍDEO
Immortality é um jogo que literalmente não segura sua mão. Ele começa com uma quantidade enorme de tutoriais, e depois disso você fica totalmente solto. O game envolve algumas centenas de clipes em live-action, que são destravados conforme você clica em parte deles. A ideia é solucionar o mistério envolvendo três filmes nunca lançados. Os vídeos com que você vai interagir são dos bastidores deles.
Funciona assim: a qualquer momento, você pode avançar, rebobinar ou pausar um vídeo. Se pausar, pode usar o cursor para clicar em algo que chame sua atenção. Podem ser os atores, a equipe, ou até props e detalhes, como maçãs, cruzes ou mamilos (sério mesmo!).
A POLÊMICA DOS MAMILOS
Clicar em algo leva a outro clipe aleatório em que aquela pessoa ou objeto aparece. Assim você vai destravando outros vídeos e pode montar a solução do mistério na sua cabeça. Meu problema com ele é que o sistema não é user friendly.
Depois que você libera uma certa quantidade de vídeos, os cliques passam a levar a outros já liberados com frequência. Não há nenhum sinal para avisar quando algo novo foi encontrado, e como são muitos vídeos, você dificilmente sente que está avançando.
SEGREDOS SOBRE SEGREDOS
O sinal que o jogo dá é a vibração do controle, que avisa quando você deve rebobinar. Fazer isso pode mostrar um outro vídeo sobreposto no principal, como na imagem acima. Em raros casos, leva até a cenas totalmente diferentes, que são as principais para solucionar o mistério.
Mesmo assim são literalmente centenas de vídeos, desbloqueados aleatoriamente e, embora o mistério principal até seja interessante, a maioria dos vídeos é muito chato. São bem coisas de bastidores do cinema, com trechos da cena dos filmes interrompidos para alguém da equipe mexer no cenário ou para o diretor dar instruções.
IMMORTALITY E O PODER DA DIREÇÃO
Além disso, não demora muito para você ter muito mais vídeos destravados do que tem vontade ou tempo para assistir. Seria bom se o jogo tivesse a opção de destacar clipes mais importantes ou desse qualquer tipo de sinal para progresso além da vibração. Sem isso, você fica simplesmente escolhendo vídeos aleatórios e clicando em tudo que dá enquanto troféus ficam popando, mesmo sem você ter ideia do que está fazendo.
Tecnicamente, é legal pensar que cada pequeno trecho de cada quadro é programado para levar para uma quantidade específica porém aleatória de outros vídeos. E também quão rápido o game alterna de um clipe para outro. Mas a verdade é que como jogo simplesmente não é muito legal.
Eu costumo defender aqui os games mais dirigidos e lineares. Você pensa que Immortality seria um desses, por ser literalmente filmado. Mas na verdade ele é totalmente aleatório. Você pode ver uma cena super importante antes de ter o repertório para perceber que ela é importante. E também pode passar cinco horas ou mais clicando aleatoriamente sem ter nenhuma sensação de progresso. Immortality definitivamente não é para mim, mas tem qualidades, e se sua proposta lhe apetece, agora você pode jogá-lo também no PS5.