No começo deste mês, a BBC confirmou oficialmente os boatos de que Matt Smith está deixando Doctor Who. Ele vai estar na comemoração do 50º aniversário, e depois, no Especial de Natal, o Doutor fará uma nova regeneração.
Matt, que entrou em 2010 já com o título de mais jovem ator a interpretar o papel, foi o primeiro a ser indicado a um BAFTA (o Oscar britânico) e foi depois dele que a série realmente viu seu sucesso tomar proporções globais. Nestes quatro anos, ele esteve nos mais diversos cantos do universo, sempre acompanhado por Amy, Rory e agora pela enigmática Clara Oswald. Combateu Daleks, Weeping Angels, Cybermen, O Silêncio e tantos vilões novos ou conhecidos, com a ajuda de River Song, Jenny, Vastra, Strax e muitos outros aliados.
Com certeza foi tempo suficiente para muitos momentos tremendões, sejam eles felizes, tristes, engraçados ou épicos. Como uma singela homenagem e uma despedida antecipada, hoje vamos lembrar 11 dos que mais marcaram a trajetória de Matt como o Doutor.
11 – “HELLO, I’M THE DOCTOR. BASICALLY… RUN.”
EM PORTUGUÊS: “Olá, eu sou o Doutor. Basicamente… fuja.”
VISTO EM: The Eleventh Hour, episódio 1 da 5ª temporada
Não dá para começar a lista sem citar o episódio de estreia do Matt. O momento em que ele teria de conquistar os fãs que ainda se lamentavam pela saída do tão amado David Tennant. Ele teria de ficar parecido o suficiente para o personagem continuar familiar, mas não parecido demais, para não parecer imitação. Era uma tarefa difícil.
O começo já lembrou muito Lilo & Stitch, com ele caindo do céu no quintal bem quando a pequena Amy rezava por um amigo. E ao longo do episódio, nós espectadores tomamos o lugar dela, vendo o novo Doutor e a nova TARDIS com novos olhos. Ela resiste um pouco no começo, mas quando ele pede que ela “acredite nele por 20 minutos”, ela aceita e acaba cativada novamente. Exatamente como nós.
O roteiro é muito bem escrito e isso colabora muito, mas o grande responsável é o próprio Matt. Ele combinou o jeitão sarcástico do Christopher Eccleston com a fofura do David Tennant, e ainda adicionou seu próprio charme. Quando chega o final, ele já teve chance de passear por muitas das facetas que tornam o personagem tão legal: foi engraçado e patetão tentando se acostumar ao novo corpo, teve seu momento heróico salvando o mundo e já começou a se afeiçoar pela Amy.
E aí ele vai para um último confronto com o vilão. Nessa hora ele apresenta a nova roupa, rola uma homenagem sutil aos antecessores, e ele diz essa frase. Para mim, esse foi o momento exato em que ele deixou de ser “o cara novo” e passou a ser de fato o Doutor.
10 – “ALL I’VE GOT TO DO IS PASS AS AN ORDINARY HUMAN BEING. SIMPLE. WHAT COULD POSSIBLY GO WRONG?”
EM PORTUGUÊS: “Tudo o que eu tenho que fazer é me passar por um ser humano comum. Simples. O que poderia dar errado?”
VISTO EM: The Lodger, episódio 11 da 5ª temporada
Um ponto forte do Eleventh em relação aos anteriores é que ele é o mais engraçado. E essa frase é a uma das melhores oportunidades que ele teve de mostrar todo seu potencial cômico: neste episódio, a TARDIS pousa por engano na Terra e acaba partindo com Amy, deixando o Doutor para trás em uma cidadezinha na Inglaterra. E para investigar a origem da perturbação que causou a pane, ele é obrigado a passar uns dias morando num apartamento com Craig, um rapaz comum e pacato.
É praticamente um sitcom: um alienígena de séculos de idade, que já esteve em milhares de lugares através do tempo e do espaço, confinado num ambiente doméstico com um cara que nunca saiu da sua cidade natal, lidando com coisas mundanas como trabalhar, jogar futebol e pagar o aluguel. Rendeu tantas cenas engraçadas que não deu para escolher um vídeo só. E ainda um clima bem fofo, já que Craig e sua namoradinha Sophia são o exemplo clássico de pessoas completamente normais que têm sua vida mudada pelo Doutor e salvam o mundo anonimamente. Eles acabam voltando em outro episódio, Closing Time, e de novo o resultado é hilário.
9 – “YOU SEE THESE EYES? THEY ARE OLD EYES.”
EM PORTUGUÊS: “Está vendo estes olhos? Eles são olhos velhos.”
VISTO EM: Night Terrors, episódio 9 da 6ª temporada.
Escrevendo isso eu percebi que muitos dos meus episódios preferidos da atual fase, que tem Steve Moffat como principal roteirista, são justamente os que não foram escritos por ele. Este aqui foi obra do excelente Mark Gatiss (de Sherlock), e serviu como um bom descanso depois do arco duplo e cheio de tramas de A Good Man Goes to War e Let’s Kill Hitler. Como o próprio Doutor definiu, foi uma pausa para uma consulta domiciliar, coisa que ele não fazia há um bom tempo.
No caso, ele vai atender ao chamado de um garotinho que precisa de ajuda com “os monstros” que vivem em seu armário. Esses episódios puxados para o terror são sempre legais, e o Matt está muito bem aqui, novamente. Minha cena preferida é quando ele vai explicar ao pai do garoto que deve levar o problema a sério por mais impossível que ele pareça, porque o universo é cheio de “impossibilidades” que ele, mais do que ninguém, já viu – e enfrentou. É legal notar que, graças ao Matt, fica fácil acreditar nisso, seja num episódio contido como esse ou num dos de grande escala do Moffat.
8 – “I! AM! TALKING!”
EM PORTUGUÊS: “EU! ESTOU! FALANDO!”
VISTO EM: The Pandorica Opens, episódio 12 da 5ª temporada
Por falar nos episódios de grande escala do Moffat, este foi um deles, e foi deveras empolgante. É melhor não entrar em detalhes quanto à história para evitar spoilers. Digamos apenas que o Doutor está em Stonehenge, com uma centena de inimigos reunidos e prontos para atacá-lo, e então ele resolve fazer um de seus discursos. Pode parecer engraçado, mas ele consegue não só fazê-los parar e ouvir, mas também fazê-los desistir. Em momentos como esse a gente vê a força da natureza que ele é nessa encarnação, respeitado e temido em todo o universo. E, cara, se o Matt fosse político, ele já tinha o meu voto.
7 – “IN 900 YEARS OF TIME AND SPACE, I’VE NEVER MET ANYONE WHO WASN’T IMPORTANT BEFORE.”
EM PORTUGUÊS: “Em 900 anos de tempo e espaço, eu nunca conheci alguém que não fosse importante antes.”
VISTO EM: “A Christmas Carol”, Episódio Especial de Natal da 5ª temporada
É difícil escolher uma só citação desse episódio, quase todas as frases são boas. Escolhi essa porque ela representa bem outro tema recorrente em Doctor Who: em coisas completamente comuns e inofensivas – uma rachadura na parede, uma estátua de anjo, uma sombra – podem se revelar vilões realmente ameaçadores; e as pessoas mais comuns e genéricas podem fazer coisas heróicas e extraordinárias.
Aqui o Eleventh está em um de seus momentos mais otimistas e divertidos. Inspirado pelo clássico de Charles Dickens, ele resolve mexer no passado de um velho egoísta e rabugento – interpretado por Michael “Dumbledore” Gambon – para torná-lo uma pessoa melhor e influenciá-lo numa decisão da que dependem milhares de vidas, incluindo as de Amy e Rory. De novo, ele consegue alternar entre o rapaz bobinho que entretém as crianças e não consegue entender “como o tédio foi inventado”, e o alien de séculos de idade que diz que “um coração partido é melhor do que nenhum”. Há muitas referências divertidas à temporada anterior, além de algumas dicas do que viria depois, e foi um episódio muito emocionante.
6 – “THERE IS ONE THING YOU NEED TO KNOW ABOUT TRAVELING WITH ME: WE DON’T WALK AWAY.”
EM PORTUGUÊS: “Há uma coisa que você precisa saber sobre viajar comigo: nós não viramos as costas.”
VISTO EM: The Rings of Akhaten, episódio 7 da 7ª temporada
Este é um dos episódios mais recentes dessa lista. Nessa temporada mais recente, Doctor Who está sofrendo com o grande problema do Steven Moffat: ele é bom em criar tramas, mas nem sempre é bom em dar um fim satisfatório a elas. Ele complica demais as coisas. Com viagem no tempo é fácil ficar confuso, imagine então com um roteirista que gosta de complicar. Acho que é por isso que os especiais de natal escritos por ele são tão bons: porque são independentes. E também foi por isso que The Rings of Akhaten foi o que eu mais curti em muito tempo: estava com saudade desses episódios que são completos sozinhos.
Aqui o Eleventh e sua nova amiga Clara chegam em um novo planeta, conhecem figuras fascinantes, ajudam a combater um vilão tremendão e depois vão embora. O lugar muda depois da visita do Doutor, e o Doutor muda depois de tê-lo visitado. É o puro e simples Doctor Who que a gente tanto ama. E essa fala teve um gostinho de metalinguagem: diferente de todos os outros acompanhantes, a Clara já chegou envolta em mistério, e tentar desvendar seu passado distraiu tanto o público quanto o próprio Doutor das viagens costumeiras. Mas quando ele diz isso, é como se ele dissesse que “apesar de todos esses enigmas, você ainda é mais uma acompanhante, e é isso que eu e meus acompanhantes fazemos”.
Ainda teve um discurso no final, um discurso bom como há muito não aparecia. E se o texto em si já era excelente, a interpretação do Matt fez dele um momento realmente memorável.
5 – “MY EXPERIENCE IS THAT THERE IS, SURPRISINGLY, ALWAYS HOPE”
EM PORTUGUÊS: “Minha experiência é que há, surpreendentemente, sempre uma esperança”.
VISTO EM: “Vincent and The Doctor”, episódio 10 da 5ª temporada
Este está entre os meus favoritos de toda a série, e confesso sem nenhuma vergonha que ele me fez chorar. Eu acho esses episódios em que aparecem artistas reais – Charles Dickens em The Unquiet Dead e Shakespeare em The Shakespeare Code, por exemplo – especialmente legais, mas este aqui é o melhor. Durante um passeio, Amy e o Eleventh percebem uma criatura estranha numa pintura de Van Gogh e, ao investigar, acabam conhecendo o pintor e passeando por muitos dos cenários que ele eternizou em seus quadros. Ver o mundo como ele via é especialmente bonito, mas por outro lado, a vida dele foi bastante trágica. E o episódio inteiro gira em torno disso: como coisas belas e coisas tristes frequentemente se misturam na vida.
Dizendo assim, parece estranho colocar esse episódio nessa lista, já que a grande estrela é o Van Gogh. Mas aí é que está: Vincent e o Doutor são mais semelhantes do que se imaginava. Numa cena, Vincent está tendo uma crise, e diz ao Doutor que “quando você for embora, e todo mundo sempre vai embora, eu vou ser deixado aqui mais uma vez, com o coração vazio e nenhuma esperança”. É inevitável pensar que o Doutor poderia dizer exatamente a mesma coisa sobre qualquer um de seus acompanhantes.
Ele fica visivelmente afetado ao perceber isso, e pelo resto do episódio ele fica vulnerável, admitindo abertamente seu “excesso de confiança” e sua solidão. Sendo assim, ao ajudar Vincent, ele acaba achando consolo para si mesmo também. Enfim, é tudo muito melancólico e lindo e é melhor parar por aqui porque se deixar eu falo desse episódio por horas e horas a fio. Simplesmente um dos melhores momentos de toda a série.
4 – “RUN AWAY. I WANT YOU TO BE FAMOUS FOR THOSE EXACT WORDS.”
EM PORTUGUÊS: “‘Fuja. Eu quero que você fique famoso por estas exatas palavras.”
VISTO EM: A Good Man Goes to War, episódio 7 da 6ª temporada
Como eu já comentei acima, este episódio está muito envolvido nas tramas grandiosas, épicas e exageradamente complicadas do Moffat, e levaria uns bons parágrafos – e uns bons spoilers – para contextualizar. Mas simplesmente não dá para deixá-lo de fora da lista, porque nele o Doutor está badass como nunca. A essa altura já ficou claro que, apesar de tantos momentos fofos e otimistas, ele também representa grande perigo e pode reagir muito passionalmente quando está com raiva.
E tentaram atingi-lo através de Amy e Rory, então ele está com muita, muita raiva. Ele ainda escolhe os meios mais pacíficos possíveis para reverter a situação, mas também não perde a chance de humilhar o Coronel Manton, condenando-o a um legado de covardia, um momento especialmente hell, yeah. Todo mundo se impressiona ao vê-lo tão bravo, até ele mesmo, e é legal ver tantas pessoas de tantas espécies contarem suas versões – nem sempre positivas – da “lenda do Doutor”. Os coadjuvantes são muito legais (cadê o spin-off da Vastra, Jenny e Strax, por Gallifrey?) e as cenas de ação lembraram até Star Wars. Épico.
3 – “YOU GAVE ME HOPE AND THEN YOU TOOK IT AWAY. THAT’S ENOUGH TO MAKE ANYONE DANGEROUS.”
EM PORTUGUÊS: “Você me deu esperança e depois as destruiu. Isso é suficiente para deixar qualquer um perigoso.”
VISTO EM: The Doctor’s Wife, episódio 4 da 6ª temporada
O lado negro do Doutor e o fato de que ele é o último dos Time Lords têm sido temas frequentes nas últimas temporadas, e neste episódio, o primeiro escrito pelo tremendão Neil Gaiman, eles são vistos muito profundamente, e ainda assim, com uma simplicidade que faz falta na escrita do Moffat. É o seguinte: o Doutor se deparou com uma chance de encontrar outros Time Lords vivos e, por poucos minutos, acreditou que não estava sozinho. Mas era só alarme falso, uma armadilha, na verdade. Ver o quão afetado ele fica quando descobre chega a ser um tanto chocante. Ele vive repetindo que é “um cara louco numa caixa”, mas esse momento é um dos poucos em que podemos vislumbrar com clareza quão profunda é essa loucura.
Por outro lado, aqui também se explora a relação mais íntima do Doutor: a com sua TARDIS. Ela sempre pareceu ter vida própria, mas colocá-la em um corpo humano te faz ver tudo com outros olhos. Saber que o “roubo” foi mútuo, que ela também queria escapar e que também é a última de sua espécie é muito bonitinho. E quando ela diz que “sempre o levou para onde ele precisava ir” é uma boa justificativa para muitas “coincidências” anteriores. Ela acaba tendo que retornar à sua forma comum, mas é reconfortante saber que o nosso solitário herói tem uma companhia mais duradoura que os humanos, com suas vidas tão curtas.
O episódio é um tanto perturbador, mas também muito fofo, bem Neil Gaiman mesmo. E o Matt, mais uma vez, impressiona.
2 – “I TOOK YOU WITH ME BECAUSE I WAS VAIN. BECAUSE I WANTED TO BE ADORED.”
EM PORTUGUÊS: “Eu te levei comigo porque eu era vaidoso. Porque eu queria ser adorado.”
VISTO EM: The God Complex, episódio 11 da 6ª temporada
Outra coisa nova que o Matt trouxe para o personagem foi o gosto por plateia. Claro, em todas as encarnações o Doutor gosta de ver o deslumbramento de seus acompanhantes ao descobrir tantas coisas novas no universo, mas em nenhuma delas ele foi tão exibido e teve tanto gosto por impressionar como agora.
Este episódio teve um vilão e um tema muito bons, mas foi melhor ainda porque também explorou muito bem o arco da Amy como acompanhante. Como eu já comentei antes, parece com Lilo & Stitch: ela pediu por um amigo e foi atendida, mas na verdade conhecê-lo só bagunçou a vida dela. Diferente dos outros acompanhantes, para ela talvez teria sido melhor nem tê-lo conhecido. Mostrar só essa cena estragaria o final do episódio para quem não viu, então eu nem coloquei o vídeo. Mas foi um momento de rara humildade, em que ele admitiu quão egoísta tem sido ao carregá-la e percebeu que o melhor que pode fazer por ela é deixá-la ir. E, no entanto, eles são tão apegados um ao outro que isso acaba sendo uma das atitudes mais heróicas dessa encarnação. Tanto que ela simplesmente se recusa a aceitar e continua com ele.
1 – “COME ALONG, POND, PLEASE.”
EM PORTUGUÊS: “Vem comigo, Pond, por favor.”
VISTO EM: The Angels Take Manhattan, episódio 5 da 7ª temporada
Ok, eu estava pegando o mais leve possível, mas nesse item não vai dar para evitar spoilers mais malvados. Se preferir evitá-los, passe para a próxima parte.
Ainda aqui? Ok, então. Pois é, a Amy continua com ele, mas não para sempre. Assim como mais cedo ou mais tarde chega a hora do Doutor se regenerar, volta e meia os acompanhantes também têm de dizer adeus. E desde a experiência com a Rose em Doomsday, nós já sabemos que a despedida é sempre dolorosa.
Este episódio é ótimo. O cenário é legal, a River está muito tremendona e os Weeping Angels sempre são vilões excelentes. Mas o final é tão estupidamente triste. Considerando todas as possibilidades, Amy e Rory até que tiveram um final feliz, mas há muito tempo o Doutor não ficava tão apegado a um acompanhante. O impacto da perda é tão forte que ele chega a literalmente desistir de seu “trabalho”, o que só colabora para a fama de perigoso e cruel que ele vem ganhando através do Universo. A Clara leva um bom tempo para conquistar a confiança dele e trazê-lo de volta à ativa. Foi um momento muito emocional e delicado, e o Matt tirou de letra.
MENÇÃO HONROSA: “HE’S THE ONE WHO BROKE THE PROMISE”
EM PORTUGUÊS: “Ele foi o que quebrou a promessa.”
VISTO EM: The Name of The Doctor, episódio 13 da 7ª temporada
Já faz um mês desde que este episódio foi ao ar, e eu, como muitos dos fãs, ainda não decidi se o odiei ou se o amei. Mas só de ter sido intrigante o suficiente para gerar essa reação, acho que já vale citá-lo ao menos como uma menção honrosa. E a menção honrosa geralmente vem antes, mas como a lista começou com o primeiro episódio dele na série, achei que seria legal terminá-la com o último que foi ao ar, mesmo que o meio tenha sido uma grande bola de timey-wimey stuff. =P
O que me incomodou neste episódio, de novo, foi a escrita do Moffat: agora, além de confundir tudo, ele ainda deu para contradizer o passado. Permita-me um breve spoiler: no supracitado The Doctor’s Wife, a TARDIS diz ao Doutor que ela o escolheu porque queria escapar, e vice-versa. Agora o Moffat diz que foi a Clara quem apontou qual TARDIS ele devia roubar? Não! Eu gostava como estava! E este é só um pequeno exemplo. Muitas outras coisas estabelecidas foram ignoradas aqui, e isso é muito frustrante. Fim do Spoiler.
Por outro lado, o Moffat sabe nos torturar como ninguém, você fica tão envolvido na trama que assiste sem nem piscar. O mistério da Clara foi resolvido de forma até bem satisfatória, mas outras questões, muito maiores e mais complicadas, cujas respostas podem mexer com toda a história da série, foram erguidas. Foi um senhor episódio, com um mindfuck massivo no final e outra grande performance do Matt.
É triste saber que o tempo dele na série está acabando, vendo que ele parece ainda ter muito para oferecer neste papel. Mas eu pensei a mesma coisa das outras vezes, e ainda assim, conhecer a nova encarnação sempre é muito empolgante também. Tenho certeza que o Matt vai continuar aparecendo e já estou ansiosa para ver o que ele fará a seguir. E agora, que venha o Especial do 50º Aniversário!