Deep Purple em Belém (4/10/2011)

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É bom saber que Belém está finalmente entrando na rota das grandes bandas. Ao que parece, finalmente os bons ventos do rock and roll estão soprando na cidade. Na noite de ontem, novamente fui brindado com a brilhante apresentação de mais um membro do seleto grupo dos dinossauros do rock: o Deep Purple.

O anúncio da apresentação da banda vinha sendo feito desde o show do Iron Maiden aqui, seis meses atrás, tudo por meio de boatos espalhados pelo Orkut e pelo Twitter. Que bom que eles se concretizaram, pois esse show valeu cada centavo gasto.

O que mais me espantou foi o fato de que, mesmo chegando meio em cima da hora para a apresentação (que estava marcada para começar às 21:00), meu pai, meu irmão e eu conseguimos ótimos lugares para aproveitar o tempo que nos restava antes da apresentação começar, além de testar a iluminação do local para algumas fotos.

A ENTRADA

A noite começou com a apresentação da banda local D.N.A (Diversion, Noise & Adrenalin) que, admito, eu não conhecia. Até me surpreendi positivamente, pois o som dos caras era bem legal, com guitarras pesadas, solos bem feitos e coisa e tal. O que me incomodou no grupo foi o vocalista, Bruno Carreira que, apesar de cantar bem, tinha a mesma presença de palco do Dinho Ouro Preto. Ele pulava, corria de um lado para o outro e tinha os mesmos trejeitos do vocalista do Capital Inicial. Provavelmente, a única diferença entre os dois é que, enquanto Dinho costuma intercalar suas músicas com um “Vamo lá, moçada!”, o vocalista da D.N.A mandava sempre um “All Right” no começo, meio e fim de cada canção. O destaque da apresentação do grupo foi o final, com um cover de Heaven and Hell, do Black Sabbath.

Bom, agora que a abertura foi feita, lá vamos nós esperar meia hora até que a grande atração da noite adentrasse o palco.

O PRATO PRINCIPAL

Aos poucos, os espaços que restavam no local do show foram preenchidos por um verdadeiro mar de gente. Foi um alívio saber que, apesar do grande número de pessoas, ainda havia espaço para se mover. Tratei logo de escolher um local próximo o suficiente do palco para fazer algumas fotos. Não demorou muito para que o palco, antes escuro, acendesse as luzes com força total, anunciando o início do grande evento da noite.

A apresentação começou em grande estilo. Ian Gillan, Roger Glover, Don Airey, Steve Morse e Ian Paice incendiaram a platéia ao som de Highway Star, que desde o começo foi cantada por toda a multidão como se fosse um mantra. Aliás, não é exagero dizer que isso aconteceu durante o show inteiro.

As músicas foram surgindo uma atrás da outra, sem dar tempo ao público para respirar, o que é bom, pois evitou que a apresentação ficasse maçante. Eles intercalaram clássicos com músicas de seu “velho disco novo”, Rapture of the Deep, de 2005, do qual conheço apenas algumas músicas. Isso não impediu a platéia de cantar, vibrar, e até mesmo dançar em algumas das músicas, mas é certo que os clássicos dominaram a noite. Canções como Strange Kind of Woman e Woman From Tokyo foram cantadas do começo ao fim por todos.

Agora uma pausa para um dos vários momentos solo da apresentação. O primeiro foi o guitarrista Steve Morse, que esbanjou técnica e feeling em um inspiradíssimo solo, que teve seu fim emendado na bela When a Blind Man Cries. O show de hits continuou com Knocking at Your Back Door e Lazy.

Vamos ao segundo momento solo da noite. Don Airey e seus teclados literalmente fizeram a terra tremer sob os pés do público, tamanha a intensidade do som, em um solo que passeou por diversos estilos musicais, desde a música clássica até um pouco de samba e bossa nova. Emendada ao solo de teclado, tivemos Perfect Strangers, cantada por toda a platéia. Era uma das músicas que eu mais esperava, e não me importaria se o show terminasse com ela.

Mas como tudo que é bom sempre pode ficar melhor, a banda deixou para o “final” do show outros dois grandes clássicos: Space Truckin’, momento em que ninguém ficou parado, especialmente no refrão, quando todos pularam maniacamente de um lado para o outro, e o “hino” Smoke on the Water, que foi precedido de um divertido medley instrumental de Back in Black e Sweet Child O’Mine.

Para o bis, a banda retornou com Hush, momento em que Morse dividiu o microfone com Ian Gillan para cantar os “nananas” do refrão e Black Night, em que o guitarrista presenteou a platéia com um divertido jogo de “pergunta e resposta”, tocando o conhecido riff da música na guitarra e nos fazendo repetir a frase na base da voz.

Foram duas horas e meia de puro rock and roll e diversão. O grande destaque da noite foi, com certeza, Ian Gillan. Mesmo beirando os 70 anos, demonstrou que ainda tem muito gás pra queimar, interagindo muito bem com a multidão, indo de um lado ao outro do palco, fazendo poses para fotos e nos fazendo desejar que existissem mais vovôs com essa mesma atitude.

SET LIST:
1. Highway Star
2. Hard Lovin’ Man
3. Maybe I’m a Leo
4. Strange Kind of Woman
5. Rapture of the Deep
6. Woman From Tokyo
7. Contact Lost
8. When a Blind Man Cries
9. The Well Dressed Guitar
0. Knocking at Your Back Door
11. Lazy
12. No One Came
13. Perfect Strangers
14. Space Truckin’
15. Smoke on the Water

Bis:
16. Hush
17. Black Night

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