Alguns filmes podem ser definidos com poucas palavras. E, através dessas poucas palavras, você sabe imediatamente se quer ou não assistir. Então vamos começar esta crítica O Urso do Pó Branco com esta esperada definição: um urso sanguinário chapado de cocaína. E aí, interessou? Então continue lendo, meu camaradinha.
CRÍTICA O URSO DO PÓ BRANCO
Eu não sei você, mas eu sou exatamente o tipo de gente que acha uma premissa absurda como esta um excelente ponto de partida para um daqueles filmes tão ruins que são bons. O que me faz pensar como os gênios do marketing foram dar um tiro no pé colocando no pôster a frase “Inspirado em fatos reais”. Ora, se eu quisesse realidade não ia ver um filme sobre um urso chapado. E o inverso também é válido. Quer quer ver um urso chapado não quer saber de nada sério.
Felizmente, O Urso do Pó Branco não é nada sério. Ele segue a fórmula de um slasher, mas puxa totalmente para a comédia. Simplesmente não há nenhuma cena aqui que parece ter a intenção de assustar. Até mesmo a violência explícita quer arrancar risadas. E sim, isso me agrada.
O Urso do Pó Branco é um exemplar desta maravilhosa tendência do cinema das últimas décadas de dar um alto orçamento para uma produção que é B em espírito. Então o longa é tão fanfarrão e estúpido quanto qualquer coisa saída da grindhouse, mas tem grana considerável para fazer sua ursa em CG ser altamente realista.
O URSO DA COCAÍNA É UM TÍTULO BEM MAIS LEGAL
Curiosamente, e infelizmente, a ursa aparece relativamente pouco. O foco do filme é no elenco humano, que também é engraçado. Mas convenhamos que não dá para vencer um urso doidão batendo a cabeça nas árvores e perseguindo borboletas.
A história acontece em um daqueles parques florestais comuns nos EUA. O núcleo humano é composto por uma mãe (Keri Russell) em busca da filha que cabulou aula para ir ao parque. A outra parte, consideravelmente mais cômica, são os traficantes em busca da cocaína que caiu no parque e turbinou o animal. E quem diria, assim como os criminosos de Trem-Bala, estes traficantes são consideravelmente simpáticos e carregam o filme nas costas quando a ursa não está na tela.
Há violência, como você deve esperar de um filme B mas, como espero ter estabelecido até agora, o foco é no humor, e não no terror. Como o título original “Urso da Cocaína” descreve, este é um longa que está mais para Sharknado do que para Hora do Desespero.
Inspirado em fatos reais? Talvez em algum momento cocaína tenha sido perdida em um parque florestal. Mas se estes personagens de fato existiram e foram assassinados por uma ursa chapada, fazer uma comédia fanfarrona narrando a morte deles é de extremo mal gosto. Prefiro ignorar a parte de “fatos reais” que nossos amigos do marketing resolveram colocar no pôster, então, e focar no fato de que O Urso do Pó Branco é um filme brincalhão e ridículo. No bom sentido. Ei, você sabe que eu adoro filmes ruins!