A franquia O Exterminador do Futuro parece uma barata tonta. Os executivos já tentaram fazer de tudo. Até um sem viagens no tempo e o viajandão de 2015. Com o tremendão James Cameron na cadeira de produtor, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio não vem para colocar ordem na casa. Ele vem, simplesmente, para repetir a história dos clássicos em um novo longa. Sendo, portanto, ao mesmo tempo um retconreboot e um remakeDestino Sombrio é merecedor do título de filme mais hollywoodiano de todos os tempos.

MAS SABE DE UMA COISA?

Eu gosto da série. Não gosto muito de Salvação, mas todos os outros acho bem divertidos. Até mesmo o malfadado terceiro tem seus momentos. Particularmente, eu gosto do fato de ele ter sido feito com a intenção de apresentar a ideia que o Dia do Julgamento não foi cancelado, apenas adiado, e assim podermos ter mais filmes.

Tudo isso, e até a série de TV The Sarah Connor Chronicles, são simplesmente ignorados em Destino Sombrio, que poderia se chamar simplesmente O Exterminador do Futuro 3, se já não existisse um filme com este nome (não que isso desencoraje a indústria do entretenimento).

Crítica O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio, O Exterminador do Futuro, Linda Hamilton, Delfos

Ele começa, aliás, pouco depois do final do tremendão T2, em uma CGI impressionante que mostra Linda HamiltonArnold SchwarzeneggerEdward Furlong como eles eram naquele filme.

Logo rola um salto para a época atual, quando descobrimos que o Dia do Julgamento como o conhecemos nunca aconteceu.

T2, DE NOVO

Destino Sombrio é focado em Dani Ramos (Natalia Reyes). Assim como Sarah Connor em sua juventude, um robô malvado foi enviado do futuro para matá-la. E igualzinho ao primeiro filme, uma pessoa da resistência foi enviada para protegê-la (Mackenzie Davis).

A coisa para Dani não está tão feia no entanto. O novo Exterminador (Gabriel Luna), tem quase os mesmos poderes do T-1000. O único upgrade parece ser a possibilidade de se dividir em dois para o dobro da diversão.

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Seu time de proteção, no entanto, é deveras pintudo. Não bastasse a soldada Grace, ela também terá de guarda-costas ninguém menos que Sarah Connor (Linda Hamilton) e um T-800 para chamar de seu (Arnold Schwarzenegger). Nunca uma vítima das máquinas esteve tão protegida, mas isso não muda o fato de que é a terceira vez que esta franquia nos conta esta mesma história.

Crítica O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio, O Exterminador do Futuro, Linda Hamilton, DelfosEmbora careça do fator novidade que tínhamos no primeiro e no segundo filmes, a boa notícia é que Destino Sombrio ainda é bem divertido.

CRÍTICA O EXTERMINADOR DO FUTURO: DESTINO SOMBRIO

O roteiro não faz milagres, e é até bem preguiçoso. Por exemplo, o T-800 envelheceu, e isso não é explicado nem questionado pelos personagens. Sim, eu sei que isso foi explicado em Gênese, mas o novo apaga aquele da cronologia. E, mesmo assim, pelo que sabemos, é a primeira vez que a Sarah vê um exterminador envelhecido. Seria natural questionar isso.

Outro problema do roteiro é que o Dia do Julgamento nunca aconteceu, mas a história diz que Sarah viaja pelo mundo matando exterminadores sempre que eles chegam em seu tempo. Ora, se a Skynet nunca existiu, os modelos que a moça aprendeu a matar nunca foram inventados. Seriam estes Exterminadores que ela vem matando enviados pela mesma entidade que enviou o novo? E, se for o caso, porque o novo deu tanto trabalho com um dream team pintudo se a Sarah vem matando eles sozinha ao longo dos anos?

DIREÇÃO

Problemas de roteiro à parte, o diretor Tim Miller, de Deadpool, manda bem em cenas de ação frequentes e estilosas. Ver os dois Exterminadores saindo na porrada é especialmente imponente, e lembra aqueles duelos de titãs entre personagens da DC.

Curiosamente, dado o filme anterior do diretor, é justamente no humor que Destino Sombrio se afasta dos clássicos. Convenhamos, T2 tinha tanta piada que era praticamente uma comédia. O novo longa parece guardar suas piadas até o Arnoldão aparecer. E, quem diria, o governator parece ter decidido seguir a escola humorística do Leslie Nielsen. Ou seja, ele fala as coisas mais bobas com uma intensidade absurda. E eu particularmente acho isso muito engraçado.

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Mais do que qualquer outro representante da série, Destino Sombrio é um filme de ação antes de mais nada. E, neste aspecto, ele se dá bem. Diverte e impressiona, como todo bom exemplar do gênero. A volta de Sarah Connor e do James Cameron (ainda que apenas como produtor) não serviu para arrumar a casa, mas para apresentar um mais do mesmo bem feitinho. Agora cabe a cada um de nós escolher seguir a cronologia que mais nos apeteça.