Lá se vão sete anos desde Millennium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, a primeira tentativa de Hollywood de transformar a série literária do sueco Stieg Larsson numa franquia rentável.
Apesar de ter David Fincher na direção, e Daniel Craig e Rooney Mara protagonizando, a coisa não deu muito certo. Ele até angariou boas críticas, mas não rendeu o esperado nas bilheterias. Vai ver por ser desnecessariamente longo, cheio de gordura. Ou vai ver o pessoal já tinha visto a trilogia feita na Suécia e estrelada pela Noomi Rapace. Vai saber…
Enfim, resolveram tentar de novo, mas parece que não com toda a pompa anterior. Millennium: A Garota na Teia de Aranha adapta um livro assinado por David Lagercrantz, baseado em escritos inacabados de Stieg Larsson, que morreu antes de escrever todos os livros da série que pretendia.
Saem David Fincher e todos os atores do anterior, entra o mais modesto Fede Alvarez no comando, Claire Foy como a nova Lisbeth Salander e um monte de caras desconhecidas nos outros papéis, incluindo no do jornalista Mikael Blomkvist.
Dessa vez a hacker e justiceira Lisbeth se vê às voltas com um programa de computador que, se cair nas mãos erradas, pode significar o fim do mundo. E quem quer colocar suas mãozinhas na bagaça possui uma ligação bem próxima com a protagonista tatuada.
DESSA VEZ É PESSOAL
Percebe-se logo de cara as diferenças de nível entre cada produção. Essa aqui definitivamente teve um downgrade. Fede Alvarez, embora seja um sujeito promissor, ainda não é um David Fincher, e embora Claire Foy se esforce para levar a coisa toda nas costas, sua história é simplesmente bem genérica e ruim.
Caramba, parece trama de novela mexicana. Sem contar que a grande vilã quase não aparece e, quando finalmente o faz, não tem a menor graça. Ela deveria ser o contraponto exato à Lisbeth, mas é apenas bem sem sal, com uma motivação rasa como um pires.
No resto, temos cenas de ação pouco inspiradas, personagens manjados e Lisbeth promovida a única protagonista. Mikael Blomkvist é outro que praticamente não dá as caras e, quando o faz, não tem grande importância.
É um thriller genérico para caramba, e mesmo tendo pouco menos de duas horas, ainda assim se arrasta, especialmente no terceiro ato, quando deveria acelerar o ritmo e não o contrário. O clímax é tão morno e batido que acaba arrastando a coisa toda, que já não andava nenhuma maravilha, mais para baixo ainda.
Fãs da série Millennnium podem querer arriscar dar uma chance para A Garota na Teia de Aranha, mas mesmo eles provavelmente não sairão de uma sessão satisfeitos. Se você não se encaixa nessa categoria, melhor deixar este passar.