Lembra do Pearl Harbor, aquele grande clássico da sétima arte estrelado pelo melhor ator da atualidade, o Ben Affleck, e dirigido pelo mago da sétima arte, o Michael Bay? Então. Midway – Batalha em Alto Mar é tipo um remake mais sério e realista dele. Ou pelo menos eu acho que esta é a intenção. E eu pensando que seria a história da empresa que criou o Mortal Kombat…
SUB-ZERO
Aliás, o que é o clímax no supracitado clássico máximo do cinema, aqui é o ponto de partida. Após uma cena introdutória, popa um texto na tela dizendo que Hitler invadiu a Europa e o Japão a China. Os EUA se mantiveram neutros. Corte para um encouraçado em Pearl Harbor. É…
Você sabe o que vem agora, não? Pois é, aviões japoneses atacam os soldados, que são pegos de surpresa e devem reagir imediatamente. E isso gera uma boa cena de ação. Você sabe, eu abomino guerras, mas adoro umas explosões.
As cenas de batalhas aqui são tão legais que me fizeram pensar como deve ser divertido estar no banco de trás de um caça, com um brother pilotando, e usando uma metranca para fazer alvos voadores explodirem. Obviamente, eu tiraria toda a violência e assassinatos deste contexto, mas seria muito legal uma atração em um parque de diversões que possibilitasse isso, com toda a segurança e paz de uma roda gigante.
SUB-ZERO, SUB-ZERO, SUB-ZERO!
Mas divago. O ponto é que as cenas de ação são legais. E, por serem batalhas acontecendo no meio do oceano, acabam se diferenciando do grosso do que vemos em filmes de guerra.
O foco do filme, no entanto, não é na ação, mas na reação. Pois é, após o ataque surpresa em Pearl Harbor, os soldados e comandantes dos EUA começam a planejar um contra-ataque. Não tarda para eles descobrirem que os japinhas querem atacar Midway (daí o nome do filme, ou seja, nada a ver com Mortal Kombat, seu viciado em games!) e transformar este em uma armadilha.
O filme, obviamente, é todo contado do ponto de vista dos EUA. Tem algumas cenas com os soldados japoneses, mas não são muito desenvolvidas. E isso deixa um tanto incômodo quando o filme termina com textos exaltando os heróis dos EUA, denunciando os crimes de guerra do Japão, e daí ainda tem a pachorra de colocar na tela “dedicado a todos os soldados estadunidenses e japoneses”.
Veja bem, os japoneses na Segunda Guerra estavam bem distantes de serem bonzinhos. Eles estavam do lado dos nazistas e fizeram uma pá de atrocidades na China. E isso tem que ser mostrado, ou seria revisionismo histórico. Mas também é revisionismo histórico terminar o filme com textos informativos do que aconteceu na vida real e não contar que os EUA viriam a jogar não uma, mas duas bombas fuckin‘ atômicas em áreas civis de um país vencido. Não há heróis na guerra. Como num filme do Tarantino, todos são vilões.
SUB-ZERO, SUB-ZERO, SUB-ZERO, SUB-ZERO, SUB-ZERO, SUB-ZERO!!1!
O curioso é que o filme parece se levar super a sério, mas com algumas mudanças de montagem e de trilha sonora, ele poderia se chamar Aviõezinhos do Barulho. Isso porque a direção se esforça pacas para mostrar os soldados estadunidenses como heróis, mas eles são deveras patetas.
Tipo, eles erram bombas e falham em coisas básicas como decolar ou pousar. Tem um personagem específico que parece quebrar um avião sempre que pousa. Um de seus colegas até diz que o governo vai fazê-lo pagar por aquilo, mas ele parece não se importar. No final do filme, após vencer a batalha, ele pousa o avião errado, e eu me lembrei de Corra que a Polícia Vem Aí, em que o Leslie Nielsen sempre bate em algo ao estacionar o carro.
O roteiro também é bem fraco, com personagens que popam e somem no meio do filme sem qualquer importância, e que só não foram cortados porque o cachê do Aaron Eckhart deve ser alto.
No final das contas, Midway – Batalha em Alto Mar só vale mesmo pelas cenas de ação. Isso o Roland Emmerich sabe fazer bem. Pena que é só isso.